I'm giving you all my love

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Pov. Carina Deluca


Acordei com o colchão se movendo e o som das molas chiando enquanto Maya se levantava da cama.

Uma luz azul fraca entrava pela janela, e eu pisquei na escuridão, tentando reconhecer o espaço ao redor – enxerguei a porta, o armário e a silhueta de Maya desaparecendo no banheiro.

Sem acender nenhuma luz, ouvi a água correndo e a porta do chuveiro abrindo e fechando. Considerei me juntar a ela, mas eu não conseguia me mexer: meus músculos pareciam de borracha, meu corpo estava pesado e afundando no colchão. Havia uma sensação profunda e diferente entre minhas pernas, e eu me espreguicei, apertando as coxas juntas para sentir aquilo de novo. Para lembrar depois. Meu quarto tinha cheiro de sexo e de Maya eu sentia até uma tontura com o perfume inebriante e a ideia de que ela estava nua tão perto de mim, apenas do outro lado da parede. Braços, pernas e barriga, duros como granito. Qual era o protocolo para momentos como este? Será que eu teria sorte o bastante para ela voltar e começarmos tudo de novo? É assim que isso funciona?

Meus pensamentos voaram até Michelle e Hannah, e fiquei imaginando se nossa noite juntas foi igual a todas as noites que ela passou com tantas outras mulheres. Se ela pegou do mesmo jeito, fez os mesmos sons, ofereceu as mesmas promessas. Maya não passava todas as noites comigo, mas é verdade que nos encontrávamos bastante. Então, quando ela se encontrava com elas? Uma parte de mim queria perguntar, para que eu soubesse especificamente como ela encaixava todas nós em sua vida. Mas uma parte maior achava melhor não saber.

Passei a mão em meus cabelos emaranhados e pensei na noite passada: em Owen e no nosso encontro desastroso, em Maya e em como eu me senti ao perceber que ela ficou o tempo todo na frente do meu prédio. Preocupada. Esperando. Querendo. Pensei nas coisas que fizemos e em como ela fez eu me sentir. Eu não sabia que sexo podia ser assim tão bom: ao mesmo tempo rude e carinhoso e demorando uma eternidade. Foi algo selvagem; suas mãos e dentes me deixaram deliciosamente marcada, e houve momentos em que pensei que fosse me despedaçar em milhões de pedaços se não a sentisse entrar ainda mais fundo.

Ouvi o som familiar da torneira se fechando e virei meu rosto em direção à porta do banheiro. O barulho da água se extinguiu, e o silêncio voltou a tomar o quarto. Fiquei ouvindo enquanto ela pegava uma toalha e secava o corpo.

Não consegui tirar os olhos dela quando ela apareceu, seu corpo nu movendo-se por uma faixa de luz da lua. Eu me sentei na beira da cama. Ela parou bem na minha frente, com seu corpo impecável enquanto eu olhava vidrada.

Maya estendeu o braço e acariciou meus cabelos bagunçados. Depois correu a ponta do dedo por meu rosto até chegar aos lábios, onde tracejou cada curva. Ela não se abaixou para me olhar nos olhos. Era como se ela soubesse que eu estava estudando-a. Como se quisesse que eu apenas olhasse.

Juro que podia ouvir meu próprio coração batendo forte. Eu queria tocá-la. Mais do que isso, eu queria sentir seu sabor.

– Parece que você quer colocar sua boca em mim – ela disse, com a voz rouca e grave. Engolindo em seco, eu confirmei.

– Quero saber qual é o seu gosto.

Ela deu um passo à frente, chegando perto o suficiente para eu me perder em seu cheiro, para eu desejá-la ainda mais. Quando estiquei a língua para sentir o gosto, ela soltou um gemido grave.

– Isso – ela sussurrou. – Assim... isso é muito bom.

Não sei o que eu estava esperando, mas não era isto: ficar tão excitada pelo ato em si, ou o quanto eu me senti poderosa por ser a pessoa que fazia esta mulher linda gemer tanto. As mãos dela mergulharam no meu cabelo, e eu fechei os olhos. Sua respiração se tornou entrecortada enquanto eu movia a boca engolindo-a cada vez mais. E então, ouvi Maya engolir e perder a respiração ofegando fortemente.

I' Wont Give UpWhere stories live. Discover now