Capítulo 37

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JIMIN

As bochechas de Jungkook ficam vermelhas. Seus lábios se abrem num sorriso nervoso, enquanto o encaro em silêncio por um minuto.

Em seguida praticamente pulo em cima dele na poltrona. Quase o derrubo em meu entusiasmo e desejo de estar perto desse garoto louco e imprevisível. Por sorte, ele é forte o suficiente para impedir nossa queda. Dou um abraço bem apertado nele, fazendo-o tossir, e relaxo um pouco os braços.

— É… é simplesmente perfeito. - soluço. — Obrigado. É muito lindo, simplesmente incrível. - Grudo a testa na dele e me aninho em seu colo.

— Não é nada… sério. - ele afirma timidamente, e fico me perguntando o motivo do tom casual — até que Ye-jin, sentada ali perto, limpa a garganta. Saio imediatamente de seu colo. Esqueci, por um momento, que não estamos sozinhos em casa.

— Desculpa! - digo a ela e volto para o meu lugar no sofá.
Ela abre um sorriso.

— Não precisa se desculpar, querido.

Jungkook fica em silêncio; sei que ele não vai falar do presente na frente de Ye-jin, então mudo de assunto por enquanto.

Que presente mais bem pensado.

Ele não poderia ter escolhido uma citação mais perfeita de romance nenhum para gravar naquele pingente. — Seja qual for a matéria de que nossas almas são feitas, a minha e a dele são iguais — é exatamente o que sinto em relação a ele.

Somos muito diferentes, mas ao mesmo somos idênticos, como Catherine e Heathcliff. Só espero que nosso destino não seja o mesmo.

Gostaria de pensar que, de alguma forma, aprendemos com os erros deles e não vamos permitir que isso aconteça conosco.

Coloco a pulseira e balanço o braço de leve, sacudindo os pingentes. Nunca ganhei nada assim antes. Pensei que o e-reader tinha sido o melhor presente do mundo, mas Jungkook conseguiu se superar mesmo com essa pulseira.

Rosé sempre me dava a mesma coisa: perfume e meias. Todo ano. Até aí, eu também dava perfume e meias para ela. Era uma coisa nossa — chata e rotineira.

Fico olhando a pulseira por mais alguns segundos antes de perceber que tanto Jungkook como Ye-jin estão me observando.

Na mesma hora, fico de pé e começo a recolher os papéis de embrulho. Com uma risada, Ye-jin pergunta:

— Muito bem, meus senhores, o que podemos fazer hoje?

— Eu vou tirar um cochilo. - Jungkook responde, e ela revira os olhos.

— Um cochilo? Assim tão cedo? No Natal? - ela zomba.

— Pela décima vez, ainda não é Natal. - ele retruca de um jeito meio áspero, mas em seguida sorri.

— Você é muito irritante. - repreende ela, dando-lhe um tapa no braço.

— Tal mãe, tal filho.

Enquanto eles pegam no pé um do outro, me perco em pensamentos e levo a pequena pilha de papel amassado até a lixeira de aço.

Estou me sentindo ainda pior por não comprar um presente para Jungkook. Queria que o shopping estivesse aberto hoje... Não tenho ideia do que comprar, mas qualquer coisa seria melhor do que nada.

Olho para a pulseira de novo e passo o dedo sobre o pingente do infinito com os corações. Ainda não consigo acreditar que ele me deu um pingente para combinar com a sua tatuagem.

— Já terminou? - Dou um pulo de surpresa com o som e as cócegas que sinto na orelha. Viro o rosto e dou um tapa em Jungkook.

— Que susto!

After Depois da Verdade  ( Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora