Dolci Ricordi

Parte 8- Gay panic

Hey pessoas, desculpa a demora! Mas ser prof no Brasil as vezes não é fácil [nunca foi]!

Enfim, vou tentar voltar o mais rápido possível!

Narrador PoV
Outubro de 1962

Com o passar dos dias, a atmosfera de outono trouxe consigo uma excitação especial à Casa Lowell, alimentada pela proximidade do Halloween. A expectativa para as festividades tomou conta das moradoras, e logo todas estavam envolvidas nos preparativos para a tradicional festa promovida pela república Delta Nu ao som de bandas dos anos 50. Fora difícil convencer Lauren, mas por ser uma república feminina na qual teriam professoras responsáveis pela festa, a italiana decidiu ir com as amigas.

Camila sentindo-se inspirada por sua herança latina e suas paixões culturais, decidiu vestir-se como Frida Kahlo, uma artista que admirava profundamente. Com seu traje colorido, cabelo preso em um coque elegante adornado com flores, e uma sobrancelha marcante desenhada acima de seus olhos, ela capturou a essência e o espírito de Frida, educando algumas moradoras da casa sobre a importância da artista mexicana. Lauren, por sua vez, escolheu homenagear Virginia Woolf, uma de suas escritoras favoritas. Vestida com um vestido longo e sóbrio, cabelo preso num coque despretensioso, ela se via como uma extensão do legado literário de Woolf, pronta para explorar as nuances e complexidades daquela noite de fantasia e diversão.

A casa estava pegando fogo com as meninas começando a se reunir para se prepararem para a festa. Lauren, morrendo de ansiedade social e um desespero fashionista, pois crescer com dois irmãos e uma mãe prática não a fizera nada versada em cuidar de arrumar os cabelos além do básico, foi procurar Dinah no quarto compartilhado com Camila, esperando encontrar a colega de casa e completar sua própria fantasia com a ajuda dela.

Ao abrir a porta, no entanto, foi surpreendida ao encontrar não Dinah, mas Camila, apenas enrolada em uma toalha, as curvas sinuosas delineadas pelo tecido felpudo, seus cabelos úmidos caindo soltos sobre seus ombros e as costas expostas com diversas gotículas de água descendo até o pequeno vão entre a lombar e o belo volume de carne que a morena possuia. A visão inesperada fez o coração de Lauren disparar, seu rosto corando instantaneamente enquanto uma onda de gay panic a tomava por completo.

— Ah, eu... Desculpe, eu estava procurando Dinah. — Lauren gaguejou, tentando desviar o olhar, sua mente em um turbilhão.

Camila, igualmente surpresa, sorriu de leve mordendo o lábio inferior, seus olhos dançando com uma mistura de diversão e compreensão.

— Oi, Lauren. Ela deve estar lá embaixo, ou talvez no banheiro. — Camila respondeu, sua voz suave, mas ainda assim carregada de uma nota brincalhona.

— S-sim, claro. Vou procurá-la. Ob-ob-obrigada, Camila — Lauren respondeu apressadamente, recuando para o corredor, sua mente ainda processando a cena e a reação inesperada que isso desencadeou.

Enquanto a porta se fechava atrás de Lauren, Camila soltou uma risada suave, divertindo-se com a reação de Lauren e o momento desconfortavelmente cômico que haviam compartilhado. A visão de Lauren corada e gaguejando era algo que Camila guardaria na memória, um lembrete afetuoso da crescente dinâmica entre elas.

Lauren, por sua vez, respirou fundo, tentando acalmar seu coração disparado enquanto caminhava pelo corredor. A cena ainda pairava em sua mente, a lembrança das belas curvas latinas ainda impregnadas em suas retinas, seu rosto ainda quente. A jovem vagou pelo corredor até encontrar Dinah no quarto ao lado, a polinésia já pronta em seu traje de garçonete dos anos 50. Um sorriso largo e cheio de malícia se formou nos lábios de Dinah ao ver a expressão ainda corada de Lauren.

— Ah, olá, Lauren. Vejo que você já encontrou a Camila... — Dinah começou, seus olhos brilhando de diversão.

Lauren revirou os olhos, tentando disfarçar a ansiedade remanescente. — Sim, sim. Agora, você pode me ajudar com o cabelo, por favor?