6 - capítulo

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Freen estava indignada! Tinha uma faixa em sua testa escrita fácil? Óbvio que não. Não sabia por que Rebecca cogitou essa possibilidade com ela, mas não iria acontecer. Nunca! Que mulher mais baixa. O que tinha de bonita e dinheiro, faltava de escrúpulo.

Era inadmissível aceitar uma proposta desse gênero.

O seu sangue estava borbulhando em suas veias. Estava também muito irritada que não se importou em ser grossa com Elisa quando a mesma a questionou sobre o que Rebecca queria.

— Se está tão interessada em saber, vá perguntar á ela! — Freen praticamente berrou para Elisa.

Elisa ficou parada no corredor com os olhos arregalados, como se não acreditasse na atitude de Freen, mas também não foi atrás para repreendê-la. Porém, Freen não era inocente e sabia muito bem o que essa resposta acarretaria: Uma advertência, consequentemente mais uma quantia retirada do seu salário.

Depois que entrou em sua sala e chamou a próxima cliente, e concentrou-se em fazer a sobrancelha da mulher, o seu sangue foi esfriando e ela foi se dando conta do que tinha feito. Foi grossa com a proprietária do estabelecimento, e grossa com sua gerente. Se não tivesse demitida, seria um grande milagre divino!

Tentou concentra-se o máximo na sobrancelha da cliente. E assim, foi passando a sua manhã. Depois de mais quatro clientes, estava liberada para almoçar. Estava faminta! Aproveitando a sua uma hora de almoço para comer num restaurante popular umas quadras dali.

No bairro nobre que trabalhava o almoço mais barato custava mais de cinquenta reais! Não tinha dinheiro para isso. Ficaria num restaurante com o prato feito por dez reais mesmo. Assim que chegasse ao restaurante iria ligar para creche, queria saber como estava a Florence.

Estava andando no sol escaldante de meio-dia com os seus saltos altos, quando teve a sensação que o carro preto na rua estava a seguindo. Olhou pelo canto dos olhos. O carro seguia lentamente pela rua deserta e sem trânsito. Aumentou os passos, o carro também, diminuiu os passos, o carro também. Era oficial: O carro estava a seguindo.

Pensou em parar e encarar, mas o pânico a fez correr. Viu quando dois homens saíram do carro e começaram a correr atrás dela, aumentando o seu desespero que começou a gritar por socorro. Por que ao invés da rua principal, tinha escolhido essa rua calma e remota? Agora iria morrer!

O que Deus tinha contra ela? Nunca fez nada! Sempre foi uma mulher de fé, acreditava em Deus, e fazia de tudo para seguir os seus ensinamentos. Que pecado cometeu? Jogou pedra na cruz? O que tinha feito pra merecer isso?

O seu cérebro só focava em fugir mesmo que corresse com dificuldade por conta dos saltos. Em sua maratona, não viu a pedra em seu caminho, tropeçou e o seu corpo atingiu em cheio o chão. A adrenalina não a fez sentir nada, além do medo de morrer.

Não teve tempo de se levantar. Os dois homens a alçaram, e a pegaram pelos braços, como se ela fosse leve feito uma pena e a levou para dentro do carro.

O que tinha feito de errado na vida? Pensou em sua filha. O seu coração apertou-se e os seus olhos encheram-se de lágrimas. Tinha que viver muito, a Florence precisava dela, não estava preparada para dá adeus á sua filha.

Por favor, meu Deus. Pediu, antes de ser jogada dentro do carro.

............ 


Hoje estou boazinha, né!? 😁

Faz De Conta! { FreenBecky }Onde histórias criam vida. Descubra agora