Capítulo 2 (atualizado)

538 21 10
                                    

Chegamos em casa poucos minutos depois, já que o shopping não era tão longe. Eu estava com muita fome, mas como ainda não tínhamos arrumado a cozinha, eu mal sabia onde estavam as panelas, o que me desanimou instantaneamente, mas a fome continuou alí. Fui até uma das caixas que estavam escrito "comida" nas laterais e abri, procurando alguma coisa mais sustentável. Falhei miseravelmente já que todo o conteúdo da caixa se resumia à bolachas recheadas e salgadinhos fritos. Como não tinha opção, peguei uma das embalagens de salgadinho e fui para o meu quarto que só tinha uma cama no centro dele e alguns quadros na parede.
   Era estranho olhar para aquele espaço vazio e se lembrar do meu antigo quarto, mas tinha certeza de que aquilo era melhor, pois finalmente estava dando um rumo na minha vida… Eu realmente tenho um lugar para chamar de meu. Claro que é uma casa compartilhada, mas é diferente. Só consigo me sentir preenchida, emocionalmente, porque minha barriga já estava roncando com sua falta de preenchimento. 
  Abri o salgadinho e comecei a comer enquanto olhava algumas fotos no meu celular, até adormecer.

  Acordei com um barulho chato e frequente me incomodando. Peguei o celular e vi que marcava 8h00 da manhã, era consideravelmente cedo para alguém estar tocando a campainha com tanta vontade. Me levantei tirando a embalagem de salgadinho que estava em cima de mim, mas assim que coloquei os pés no chão , o barulho parou. Imaginei que uma das meninas tenha atendido a porta, então me foquei em arrumar a minha cama com calma e retirar os farelos de cima dela. Em seguida notei que também precisava tirar os tais farelos de mim, então procurei uma roupa qualquer dentro da mala e fui tomar um banho.

Depois de estar devidamente limpa e acordada, fui para a cozinha improvisar um café, mas quando cheguei Avril já havia feito e estava servindo para dois montadores que estavam montando os armários da cozinha.

— Bom dia. — Cumprimentei sendo rapidamente respondida.

Peguei uma xícara de café e fiquei lá observando-os trabalhar, já que eu não sei nem diferenciar uma chave de fenda da outra. Eles não demoraram muito para terminar e ainda nos ajudou a colocar a geladeira no lugar. Mas ainda tínhamos que esperar o homem da pedra da pia vir instalar antes de colocar nosso cooktop. A boa notícia é que assim que peguei o celular, havia uma mensagem da empresa confirmando para aquele mesmo dia a instalação.

   As meninas desceram logo após os homens irem embora e se juntaram a nós para tomar café.

— O que nós vamos fazer hoje? — Perguntou Avril.

— Como assim? — Arqueei a sobrancelha. — Temos que terminar de arrumar essa bagunça… Tenho certeza de que vai ocupar todo o nosso dia.

— Ah. — Alice suspirou. — Vamos para algum lugar… Não quero ficar em casa presa o dia inteiro. — Reclamou.

— E a casa vai ficar desse jeito? — Perguntei cruzando os braços.

— Para de ser chata, Maya, vamos só dar uma volta! — Manu sugeriu.

— Querida, não estou sendo chata, eu sou assim… — Respirei fundo. — Então vamos fazer assim, hoje a gente só termina de arrumar a cozinha e a gente sai pra algum lugar mais tarde.

— Certo. — As quatro responderam em uníssono.

Terminamos de tomar café e começamos a organizar as coisas, guardando os utensílios dentro dos armários, separando algumas caixas que ficariam na sala das que ficariam na cozinha e não demorou muito 

— Mas pra onde a gente vai? - Pergunto.

— Por que a gente não vai para um parque? - Perguntou Avril.

— Parque? É sério?. — Perguntei arqueando a sobrancelha.

— Qual é o problema? É só pra sair mesmo. —  Respondeu dando de ombros.

Vítimas do CoraçãoWhere stories live. Discover now