Entre máfias

𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 24

𝕶𝖆𝖑𝖊𝖇

fiquei desestabilizado, pela primeira vez em tanto tempo.
não sabia como reagir ao que havia acabado de acontecer com Breno.
iria matar da pior maneira possível quem fez isso com ele, mas também deveria matar quem fez com que ele estivesse nessa situação.
Amber.

mas eu não conseguiria matar ela.
merda, eu sei que não.
quando vi a vida esvaindo de seu corpo no porão, entrei em desespero por pensar que não daria tempo de estancar e costurar seu ferimento.

queria quebrar a cara dela, mas ela já estava toda quebrada.
não sabia o que fazer ou como agir, sentia meu interior entrar em colapso.

quando ela se rendeu e decidiu ceder, senti meus olhos brilharem por perceber que no fundo, ela ainda era a mesma Amber que eu havia conhecido.
acelerei o carro e fomos em direção ao endereço selecionado.
demorou um bom tempo até chegarmos, me surpreendi ao ver que era uma casa enorme, uma mansão na verdade.
alguém com uma boa influência estava ajudando Amber nessa.
esperei alguns minutos no carro, meus homens estavam vindo atrás de nós.
logo um tiroteio se iniciou, os homens que guardavam a casa do homem estavam em minoria e foram vencidos facilmente.

permaneci no carro com Amber de longe, observando a movimentação e aflito, mesmo com os vidros a prova de bala, essa garota só atraia confusão, era capaz da bala perfurar o vidro e acertar a sua cara.

inclusive sua respiração ofegante me deixando inquieto, ela devia estar com o nariz entupido de tanto sangue.
foda-se, merecia mais.

o tiroteio cessou, destranquei o carro.

-vou ir lá, não sai do carro. (falei tirando a chave para levá-la comigo) -ah é, você não consegue.

sorri saindo do carro, vendo a mesma fazer careta para mim.

corri para dentro da mansão, procurando junto com os meus homens em cada cômodo.
mas nada, o maldito não estava lá, muito menos o meu irmão.
bufei irritado.
que merda, o que eu faria agora?
vi um bilhete encima de uma mesa na sala, me aproximei e li ele com atenção.

"eu sabia que ela iria me entregar.
não pensou que eu estaria aqui esperando por você, não é?"

amassei o bilhete, jogando ele no chão.
esse verme maldito iria se ver comigo, vou acabar com ele.
sai da casa em passos rápidos, logo após dar a ordem de queimarem toda a mansão, queria tudo reduzido a cinzas.

voltei para o carro, vendo a expressão confusa de Amber.
logo se formou uma expressão assustada, quando viu a mansão ser consumida pelas chamas.

-ele não estava lá, já presumia que você ia entregar ele. (falei irritado, ligando o carro)

ela pareceu frustrada e magoada.
o caminho foi silencioso, não falamos nada, mas a tensão pairava no ar.

até que ela quebrou essa silêncio.

-você vai me matar? (ela perguntou sem tirar os olhos da estrada)

-deveria, não é? (falei mas para mim do que para ela)

-eu não sou mais útil pra você, não tem porque me manter viva. (ela falou indiferente, parecendo aceitar o seu destino)