Capítulo 38

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-Christian, eu pensei muito, passei a noite toda pensando sobre o que havia me dito e... e cheguei a conclusão de que você jamais poderá ser feliz comigo... -Havia sido difícil dizer aquilo a ele
-É por causa dele não é? -Me olhou cabisbaixo
-Não! não é por causa do Luan! mas eu nunca seria capaz de retribuir todo o amor que recebesse de você. Chris -Segurei seu rosto o fazendo olhar para mim- você é jovem, é um rapaz bonito, as meninas fariam loucuras para poderem ficar com você...
-Todas, menos a que eu amo... -Me encarou
-Só quero que seja feliz... -Sussurrei com os olhos cheios de lágrimas
-Minha felicidade está em você... por favor, vamos tentar, talvez com o tempo você aprenda a me amar pelo menos um pouco do jeito que o amou...
-Não Chris! nunca iria dar certo! não torne as coisas mais difíceis, por favor... Não quero perder sua amizade agora, logo na hora que eu mais preciso... -Ele me abraçou com força
-Eu sei como se sente, acredite, mas eu não vou desistir de você, sei que podemos fazer isso dar certo, esperarei por você o tempo que for preciso... -Sussurrou suavemente em meu ouvido
Logo depois me levou até o carro, se sentou ao meu lado, enquanto Emanoel dirigia em silêncio:
-Obrigada por me entender... -Comentei um pouco envergonhada
-Não se preocupe com isso... -Quando vi, já estávamos parados em frente a minha casa. Christian educadamente abriu a porta do carro para mim, me despedi de Emanoel e depois me acompanhou até a varanda:
-Vai ficar mais alguns dias aqui em Porto? -Perguntei
-Não, pretendo ir embora amanhã de manhã.
-Christian, se for por minha causa você...
-Não, não é por sua causa, o problema é que tenho que seguir com os meus estudos...
-Entendo...
-Bom, melhor eu ir, saiba que se precisar de qualquer coisa, pode contar comigo, virei o mais rápido que puder, e vê se cuida dessa criança direitinho tá?!
-Cuidarei... -Nesse momento, Chris se ajoelhou na minha frente, deu um beijo demorado na minha barriga e se levantou me abraçando. Me encarou, secando lágrimas que corriam por meu rosto, seus olhos também estavam vermelhos, a sensação era a de que nunca mais nos veríamos. Ele então deu um passo para trás, me olhando um última vez, se virou e seguiu até o carro, enquanto eu o observava partir...

NARRADO PELO LUAN

Havia chegado a algumas horas do colégio, estava sentado no banco da praça em frente a minha casa, sempre que me batia uma melancolia, era ali o meu refugio.
Fazia um mês, trinta dias sem ver seu sorriso, sem sentir seu cheiro, o calor de seus abraços e o sabor de seus lábios, ficar sem a Natalia estava sendo difícil, mas mais ainda depois de tudo que vivemos, foi real, não foi apenas uma paxonite de adolescente, mas parece que de um segundo para o outro, tudo acabou, como se não tivesse nem chegado a existir...
Estava distraído olhando para os carros que estavam passando na rua, quando vi Isabella chegando em casa. Rapidamente me levantei e caminhei até ela. Ela era a melhor amiga da Natalia, então provavelmente, teria noticias sobre ela:
-Isa? -Me aproximei antes que ela entrasse em casa
-Olha só quem veio me visitar -Esboçava um sorriso irônico- Ao que devo a honra de sua ilustre visita?
-Preciso saber como ela está... -Encarei o chão
-Pra quê? pra saber se a magoou o suficiente?
-Eu achei que...
-Achou errado Luan! você é um idiota cara! e por sua culpa minha amiga está sofrendo muito!
-Quero ouvir isso dela -Encarei Mirela
-Ela te falou bobão! mas você é muito leso e sem carácter pra ouvir! -Poxa! não sabia que a havia magoado tanto assim, todas as vezes que ela tentou falar comigo no colégio, todas as vezes que havia tentado me explicar o que havia acontecido, eu realmente a havia magoado com isso-
-Juntos sei que podemos resolver esse problema... -Argumentei
-Problema? é assim que você o chama? de problema? na hora de se aproveitar dela não era problema não é mesmo?
-Chamo quem? -Estava ficando confuso
-Não se finge de desentendido Luan! você sabe muito bem do que eu estou falando! quer um conselho? a Natalia está muito bem sem você! e se quiser continuar inteiro e melhor ficar longe dela! -Abriu o portão para entrar
-Isa? -Me olhou rapidamente, sua raiva era explicita- Diga a ela que eu a amo...
-Quem ama, não faz o que você fez. -Fechou o portão me deixando mais confuso do que já estava...

2 MESES DEPOIS

Já estava no meu 3º mês de gestação, minha barriga já havia crescido muito, e no colégio todos me mimavam, inclusive meu pai e meu irmão, mas sentia que Greyce e Bianca andavam um pouco distante de mim, assim como eu delas, digamos que nós três não eramos muito chegadas:
-Natalia? chegou uma surpresa para a senhorita... -Madalena falou. Estava sentada vendo TV, e quando me virei vi minha mãe e Isabella paradas perto da porta
-Mãe? Isa? -Falei correndo até elas. Minha mãe já havia dito que em breve iria me visitar, mas não esperava que fosse ser tão rápido
-Que saudades de você miga! -Isabella falou enquanto nos abraçávamos fortemente
-Digo o mesmo Isa, nem acredito que está aqui, comigo... -A encarei sorrindo, e logo depois encarei minha mãe
-Mãe eu...
-Há filha! senti tantas saudades de você! -Me abraçou quando eu menos esperava- Olhe para você... -Se afastou me olhando com suas mãos ainda sobre meus ombros- Está linda!
-Obrigada mãe... -Sorri sem jeito- Pensei que fosse estar com raiva de mim depois do que aconteceu... -Olhei para minha barriga
-E eu lá consigo ficar com raiva de você querida? -Acariciou meu rosto e depois me puxou para outro abraço- Não foi culpa sua o que aconteceu, foi culpa minha por não ter adivinhado que tipo de garoto ele era...
-Não quero falar sobre ele...
-Então não vamos falar sobre ele. E esse bebezinho lindo? como anda sua gravidez?
-Há, normal mãe, enjoos, desejos, essas coisas de mulheres grávidas... -Sorri
-Eliane? -Vi meu pai descendo as escadas- Não estava sabendo que viria hoje... -Caminhou em sua direção
-Isso porque eu não avisei... -Se abraçaram
-Max, será que você poderia me levar ao salão mais tarde? tenho que... -Greyce vinha da piscina, e quando viu meus pais se abraçando, digamos que ficou "esbabacada"
-O que significa isso? -Pararam o abraço
-Olá Greyce! vejo que não mudou nada desde a última vez que nos vimos... -Minha mãe falou a avaliando da cabeça aos pés
-Você também não... -Respondeu ironicamente- Mas ainda não me disse o que veio fazer aqui...
-Vim ver minha filha! o que mais poderia ter vindo fazer aqui?
-Vai saber né?!
-Greyce! -Meu pai a repreendeu- Desculpe Eliane, ficaríamos felizes em te receber em nossa casa durante os dias que estivesse aqui em Porto...
-Obrigada, mas terei que recusar o convite, sei reconhecer aonde não sou bem-vinda... -Os olhos de minha mãe fitavam o de Greyce- Além disso, já arrumei uma vaga em um hotel aqui perto...
-Nesse caso, deixe tudo por minha conta...
-Não Max!
-É nossa filha! por favor, eu pago... -Ao fundo podia se observar que Greyce fazia um "O" com a boca, como se não estivesse acreditando no que estava ouvindo.

Madalena havia acabado de servir seu belíssimos bolinhos de chocolate, enquanto meus pais e Greyce -Levando em conta que ela apenas ficava fuzilando os dois com os olhos mais do que falava- estavam sentados no sofá conversando.
Enquanto conversavam, resolvi mostrar a Isa a casa em que estava morando, mostrei tudo, desde o jardim até o último andar, onde ficavam os quartos:
-Aqui é o quarto do Lucas, meu irmão... -Abri a porta para ela dar uma olhadinha, mas não entramos
-Seu irmão é organizado -Comentou
-Organizado? é pior que o Luan! -Quando vi aquelas palavras já haviam saído- quem arruma tudo é a Madalena -Mudei rápido de assunto
-Lembra de quando dizia que era louca para ter um irmão ou uma irmã? mal posso esperar para conhece-lo...
-Ele é muito divertido! digamos que é ele que me convence a não desistir e ir embora...
-E o que tem aqui? -Se aproximou de uma porta
-Se eu fosse você não se atreveria a abrir essa porta, é a única parte da casa que eu nunca entrei...
-Porque? -Isabella me olhou assustada
-É o quarto da Bianca, filha da Greyce... digamos que ela é um pouco "chatinha"
-Estilo a Patrícia?
-A Patrícia é uma santa perto da Bianca! vai por mim, vai ser melhor pra você não se esbarrar com ela...
-Por falar nisso, aonde ela e Lucas estão?
-Ela provavelmente deve estar em um salão de beleza, no shopping, ou na casa de alguma amiga Patricinha... e Lucas, bom, deve estar por ai tocando com alguns amigos...
-O que ele toca?
-Sertanejo, acredita? -Falei descontraída
-Como o destino é irônico! kkk -Sorriu
-E agora, apresento a você, meu quarto... -Abri a porta e liguei a luz
-Nossa Nati! é enorme!
-É, mas confesso que sinto saudades da casinha em que morava com minha mãe em Campo Grande... -Me sentei em minha cama
-Só da casinha? -Isabella interrogou se sentando ao meu lado
-Bom, de você, da minha mãe...
-Natalia -Me interrompeu- sabe muito bem o que estou querendo dizer...
-O Luan é apenas passado Isa...
-Semana passada esbarrei com ele...
-E... e o que ele disse?
-Perguntou de você, e quando eu o lembrava do assunto, ele parecia não fazer ideia do que estava falando, e quando ameacei o despedaçar, ele me disse que te amava...
-Você disse tudo, ele me "amava", se é que ele sabe amar alguém. Poxa! ele me enganou Isa! fingiu ser alguém totalmente diferente, era doce e romântico enquanto estava recebendo tudo o que queria de mim, e depois que liguei dizendo que estava grávida, esperando um filho dele, simplesmente me abandonou! me deixou, como se eu fosse um nada! você não faz ideia do que tive que passar durante esses meses... de como é difícil passar por tudo isso sozinha!
-Calma amiga! não queria te fazer lembrar de tudo isso...
-Como não lembrar? sempre que olho para a minha barriga, lembro da criança que está aqui dentro, e de como ela foi gerada, quem é o pai, e de todas as coisas doces que ele disse a sua mãe naquele dia... tirando tudo isso, ainda tem o Chris...
-O que tem o Chris? -Contei a ela tudo, desde sua vinda até aqui, e da proposta que ele havia me feito, precisava dizer tudo a ela, para que de alguma forma, ela me ajudasse a encontrar alguma saída...

-Vamos filha! não vai querer se atrasar para descobrir o sexo do seu bebê vai?! -Minha mãe me gritava de dentro do táxi, enquanto saia de casa em sua direção
-Claro que não mãe! -Só estava a esperando para isso
-Vamos que eu estou morrendo de curiosidade pra saber se eu vou ser madrinha de um princesinho ou uma princesinha! kk -Isabella comentou
Seguimos em direção ao hospital, o médico era amigo do meu pai, e assim que chegamos conduziu eu e minha mãe até a sala de ultrassom, enquanto Isabella esperava na recepção.
O médico passou um gel bem geladinho em minha barriga, enquanto minha mãe estava ao meu lado segurando minha mão:
-Está vendo aqui? -O médico circulou com o dedo uma parte mais escura do vídeo, que estava passando em um monitor que havia ali- É seu bebê... -Tudo o que eu e minhas mãe conseguíamos fazer era sorrir. E pelos minutos seguintes, o médico continuou a avaliar aquela imagem
-E então doutor? -Minha mãe perguntou já não aguentando mais
Ele então nos encarou, e depois de um sorriso, finalmente respondeu a nossa pergunta:
-É um menino!

E Eu Sempre Amarei Você...Where stories live. Discover now