E Eu Sempre Amarei Você...

Capítulo 40

-A... aonde meu filho está? –Perguntei com dificuldade

-Eu sinto muito querida... –Maria se aproximou com meu pequeno em seus braços, mas infelizmente ele já estava sem vida. Ela me entregou ele, que já estava todo geladinho, mas era a coisa mais linda que eu já havia visto até então, branquinho, de cabelos claros, dedinhos delicados e seu rostinho era muito angelical

-Meu anjinho –Comecei a chorar, enquanto minhas lágrimas iam caindo na fronha que o enrolava

-Não podíamos ter feito nada para salvá-lo, ele já nasceu sem vida... –Maria tentava me explicar o que havia acontecido, mas tudo o que eu sabia fazer era acariciar o rostinho do meu pequeno, na esperança, que, de alguma forma, ele voltasse a viver

-Mas eu o ouvi chorar... –Murmurei soluçando, querendo me convencer de que aquilo não era real

-Você fez muito esforço, gastou muita energia, e quando estava desmaiando, seu cérebro fez uma ilusão do que estava acontecendo querida...

-Parecia tão real... –Continuei a olhar meu anjinho pelos minutos seguintes, caçando semelhanças minhas e de Luan nele, e acabei encontrando, o formato do narizinho era o mesmo que o meu, já seu rostinho tinha a forma do de Luan, já seus olhinhos... eu nunca iria descobrir qual era a cor, ou com qual de nós dois era parecido, e só de pensar nisso, me doía muito.

-Filha! –Meu pai gritou parando em frente a porta

-Pai... –Meus olhos se encheram de lágrimas. Ele se aproximou sorrindo, ao ver que estava com meu pequeno nos braços, mas ao seu aproximar, a realidade o detonou- Ele não sobreviveu... –Busquei forças para conseguir sussurrar aquelas palavras

-Não! Isso não... –Levou suas mãos a cabeça- Filha, eu... –Me abraçou com força- Me desculpe por não poder estar aqui com você... –Sentia sua voz ficar mais pesada

-Nada teria mudado o que aconteceu... –Ele parou o abraço e me encarou- Seu neto é lindo não? –Ainda chorando muito, mostrei meu filho a ele

-Sim, ele é lindo... –Uma por uma suas lágrimas iam caindo...

Depois do enterro, voltamos para casa, todos estavam arrasados, principalmente meu pai e meu irmão. Havia acabado de dar a noticia a minha mãe, que assim como nós, não havia reagido muito bem aquilo –Aliás, quem reagiria?

No IML disseram que por eu ser muito jovem, meu bebê não havia recebido todos os nutrientes necessários para sobreviver e alguns dos órgãos não haviam se formado corretamente, aquilo havia sido mais um choque para mim, pois na ultra, sempre diziam que estava tudo bem com ele.

E depois de uma notícia como aquela, tudo o que eu queria era passar o resto da minha vida trancada em um quarto:

-Posso entrar? –Meu pai falou pelo vão da porta. Assenti com a cabeça- Ei, como você está?

-Destruída...

-Eu sei que é difícil...

-Não, não sabe, ninguém sabe!

-Prometo que vai ficar tudo bem...

-Não vai ficar tudo bem pai! –Me sentei o encarando- Meu filho morreu! Como tudo vai ficar bem?

-Não precisa guardar toda essa dor só para você, sabe disso, não sabe? –O abracei e continuei a chorar sobre seu ombro, sabia que ele estava certo- Tem uma pessoa que quer te ver... –Olhei para a porta e vi Christian, com as mãos nos bolsos da calça me encarando- Vou deixar vocês dois a sós... –Meu pai se levantou e ao passar pela porta, o cumprimentou com um tapinha nas costas