Prompt do pedido: Queria uma fic da Jae com a personagem sendo uma estudante de medicina que estava na viagem (no Ônibus) se você puder fazer 🩷🩷
(Se você quiser, poderia colocar ela com uma gatinha de estimação, sabe?) É isso, Kisses 🫶--
O cheiro de ar fresco preenchia o pequeno quarto iluminado por um fiapo de luz que escapava pela janela semiaberta.
Já era época de Natal novamente e você estava sentada na cadeira da escrivaninha. Um livro repousando em sua frente enquanto a chama trêmula de uma vela no centro da mesinha projetava sombras que dançavam pelas paredes, conferindo ao ambiente uma atmosfera ao mesmo tempo aconchegante e estranhamente inquietante.— Você já estudou o suficiente por hoje. - Disse Jae, em voz baixa, aparecendo ao seu lado com uma bandeja na mão, levantando o livro de sua frente e o fechando contra seus protestos.
Sua voz era baixa, quase um murmúrio, mas carregava aquele tom grave que fazia sua pele arrepiar. Ele apoiou o cotovelo no encosto do sofá mais próximo e inclinou a cabeça para a observar após colocar a bandeja do seu lado.
— Eu preciso revisar isso antes da prova. - Você respondeu, sorrindo manhosa e virando a cadeira para elu. Era impossível não sorrir perto dele, mesmo quando ele estava no "modo sério". Sempre era impressionante como Jae se preocupava com você mais do que tudo.
Jae respirou fundo, indo até as costas de sua cadeira. Suas mãos repousaram em seus ombros, começando a massagear lentamente. Seu toque, como sempre, deixando arrepios pelo seu corpo.
— Seu cérebro precisa de descanso tanto quanto seu corpo. E... Eu também preciso de você. - Sua voz agora estava tão próxima que você podia sentir o calor dela em sua nuca, acariciando seu pescoço com o nariz.
Você se virou para encontrá-lo, e encontrou aquele olhar que sempre parecia carregar segredos demais para uma única vida.
Antes que pudesse responder, sua gatinha pulou em seu colo, esfregando a cabeça na mão sua mão como se também exigisse sua atenção.— Viu? Até ela concorda comigo. - Ele disse com um raro sorriso, que iluminou suas feições por um instante.
Você riu baixinho, acariciando a cabeça macia da gatinha, que ronronava satisfeita. Jae ainda a observava, com aquele olhar que parecia atravessar todas as suas defesas e alcançar algo mais profundo, algo que nem você mesma sabia colocar em palavras.
— Tudo bem, você venceu.- Vcê finalmente cedeu, levantando as mãos como se admitisse derrota. — Mas só porque vocês dois estão conspirando contra mim.
Elu deu um passo para trás, triunfante, e pegou a bandeja que havia trazido. Sobre ela, duas canecas de chocolate quente, com uma generosa camada de chantilly e pequenos pedaços de chocolate polvilhados por cima, ainda soltavam uma fina fumaça. Havia também alguns biscoitos de gengibre, cuidadosamente decorados com glacê branco.
— Eu disse pro Aguiar que não precisava. Mas você sabe que ele é brega. - Você riu. Era quase cômico como vocês se tornaram tão próximos em uma situação tão... Anormal. — É quase véspera de Natal e você sabe como essa época é importante. - Ela disse, piscando.
— Você merece um momento só para nós. — Jae entregou uma das canecas para você, seus dedos roçando os seus de forma breve e intencional.
Ela se acomodou no braço do sofá ao lado, equilibrando a própria caneca com uma facilidade descontraída, enquanto você pegava um dos biscoitos e mordia a ponta de uma estrela.
— Você é muito boa nisso, sabia? - Comentou, o sabor doce e levemente picante do gengibre dançando na sua boca. — Fazer eu me sentir importante.
Jae arqueou uma sobrancelha, um meio sorriso brincando nos lábios.
— Não sei do que você está falando. Só estou fazendo o meu trabalho.
— Seu trabalho? - Você repetiu, fingindo indignação, enquanto segurava a caneca com ambas as mãos para absorver o calor. — Não era esse seu trabalho no Natal passado.
Elu riu, tomando um gole. — Garantir que você não se perca em suas obrigações. — Ele inclinou a cabeça, como se estivesse considerando algo. — E, talvez, lembrar você de aproveitar os pequenos momentos da sua "vida dupla".
Vocês ficaram em silêncio por alguns minutos, apenas apreciando a companhia um do outro. A chama da vela ainda dançava, mas agora parecia menos inquietante, mais acolhedora, como se fosse uma testemunha silenciosa daquela troca de afeto.
Lá fora, o vento assobiava, e a chuva começava a cair, cobrindo o mundo em uma camada de calmaria. Dentro do pequeno quarto, entretanto, o tempo parecia suspenso, cada detalhe do momento gravado em sua memória como um presente que não poderia ser desembrulhado, mas apenas sentido.
O silêncio era confortável, mas carregava uma tensão suave, quase palpável, como uma corda prestes a vibrar ao menor toque. Jae deixou a caneca na bandeja e se inclinou para frente, apoiando o cotovelo no joelho, os olhos fixos em você. Era impossível ignorar aquele olhar, intenso, caloroso.
— Você sabia... - Ela começou, a voz baixa, quase um sussurro, como se tivesse medo de quebrar o encanto do momento. — Que quando você está concentrada, você morde o lábio de um jeito que deixa qualquer um sem palavras?
Seu rosto esquentou instantaneamente, e você abriu a boca para protestar, mas ele se levantou antes que você pudesse articular qualquer resposta.
Ele caminhou lentamente ao seu redor, parando atrás da sua cadeira novamente. Suas mãos encontraram seus ombros outra vez, os dedos traçando círculos lentos, mas agora havia algo mais em seu toque. Algo mais denso, mais deliberado.
— Isso é injusto - Você murmurou, a voz quase falhando. O calor que irradiava de seu corpo parecia se fundir ao toque delu, um tipo de energia que fazia sua respiração ficar mais curta. Desde o primeiro dia. Desde aquela noite de dezembro.
— O que é injusto? — Ela provocou, inclinando-se mais uma vez. O calor de sua respiração encontrou a curva do seu pescoço, e você teve que se segurar para não se inclinar para ele, como um ímã atraído por sua força inevitável.
— Você sempre tem o controle. — As palavras saíram antes que você pudesse se conter, baixas e ligeiramente trêmulas.
Jae parou por um instante, como se processasse o que você acabara de dizer, até soltar um riso anasalado.
— Quem disse que eu estou no controle agora?
Sua pele se arrepiou completamente, e você sentiu o sangue correr mais rápido pelas veias. Ele afastou seu cabelo, expondo seu pescoço à luz trêmula da vela, e o toque de seus dedos fez um arrepio percorrer sua espinha.
Você virou a cabeça lentamente, encontrando o olhar dele de perto. O mundo parecia diminuir até que não restasse mais nada além daquele momento, daquela proximidade sufocante, mas deliciosamente intensa. Os lábios dele estavam tão perto dos seus que você podia sentir o leve aroma de chocolate quente ainda presente.
E então, como se o universo estivesse conspirando para eternizar aquele instante, sua gatinha decidiu pular na bandeja, derrubando uma das canecas felizmente de plástico.
O momento se quebrou com um estrondo surdo, e Jae se afastou, rindo baixinho enquanto a gata corria para debaixo da cama, visivelmente culpada.
— Acho que ela não gosta de dividir atenção. - Ele comentou, se levantando para pegar um pano e limpar o pequeno desastre.
Você riu, ainda um pouco trêmula, mas se sentindo aquecida de uma forma que ia além do chocolate quente ou da vela acesa.Jae olhou para você uma última vez, aquele olhar que dizia muito mais do que palavras jamais poderiam.
— Parece que você terá que adiar o estudo mais um pouco. — Elu disse, sua voz agora levemente brincalhona, mas ainda carregando uma ponta daquela intensidade que fazia seu coração acelerar.

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Ordem Paranormal - One Shots
FanfictionUm conjunto de One Shots de diferentes personagens de Ordem Paranormal. Faço pedidos de personagens. ♡ OBS: Nenhum dos personagens me pertencem e sim ao universo de RPG Ordem Paranormal.