Ordem Paranormal - One Shots

Sangue e Energia (Agatha Volkomeen)

Notas da autora: Mais um pedido feito! Fiz a One em pronome feminino, se quem pediu quiser que transfira pro neutro, só pedir. Boa leitura. ♡

O som abafado de passos ecoava pelo corredor escuro enquanto você e Agatha caminhavam lado a lado, lanternas em mãos.

A missão daquela noite era investigar uma série de relatos sobre um espírito de energia que supostamente assombrava uma biblioteca abandonada. Nada fora do comum para agentes da Ordem, mas isso não tornava o trabalho menos tenso e tedioso quando o plano de vocês para um fim de semana era apenas um cinema.

— Tá ouvindo isso? - Agatha parou abruptamente, os olhos brilhando em meio à escuridão. 

Você fez uma pausa, inclinando a cabeça para ouvir melhor. Um ruído leve, como páginas sendo folheadas, flutuava pelo ar. 

— Alguém 'tá curtindo uma boa leitura fantasma. - Você comentou com um sorriso, tentando aliviar o clima. 

Agatha soltou uma risadinha, batendo de leve no seu ombro. Não que ela soubesse muito bem controlar sua força. — Cê não perde a piada, né? Só tenta não irritar o espírito dessa vez.

— Ei, aquilo foi uma vez só! - Você protestou, fingindo indignação. — E, tecnicamente, ele ficou irritado com a música, não comigo.

Agatha arqueou uma sobrancelha, claramente não convencida. — Você colocou Thriller pra tocar no meio de um "exorcismo".

— Foi pra entrar no clima!

A gargalhada de Agatha ecoou pelo corredor, fazendo o som fantasmagórico parecer um pouco menos ameaçador. Era assim que vocês sempre enfrentavam o desconhecido: Com risadas e provocações leves que tornavam o trabalho menos pesado. 

Quando chegaram à porta da sala principal da biblioteca, você notou o jeito que Agatha olhava para você. Havia algo nos olhos dela, uma mistura de confiança e carinho que sempre fazia seu coração disparar, mesmo em meio ao perigo. 

— Tá no clima? - Ela perguntou, segurando a maçaneta. 

— Com você, sempre.

Agatha sorriu daquele jeito que fazia suas preocupações derreterem, mesmo que só por um instante, e abriu a porta. 

A sala era vasta, com fileiras intermináveis de estantes de madeira antiga. Uma névoa esverdeada pairava no ar, criando um ambiente de filme de terror. No centro, um livro flutuava, virando páginas sozinho. 

— Cara, isso é tão clichê. - Agatha murmurou, sacando os materiais que sempre carregava.

— Quer apostar que é um espírito de bibliotecário? - Você brincou, apontando para o livro. 

Agatha olhou para você com uma expressão de falsa seriedade. — Se for, ele vai te expulsar por causa das suas piadas ruins.

Você riu, mas antes que pudesse responder, o livro parou de flutuar e caiu no chão com um som seco. A névoa se concentrou em um canto da sala, começando a formar a silhueta de uma figura esguia e translúcida. 

— Tá, plano A? - Você perguntou, recuando ao lado de Ágatha. 

— Você distrai, eu faço o ritual. - Ela respondeu rapidamente, já se posicionando. 

Enquanto você começava a chamar a atenção do espírito, Ágatha abriu o livro com as instruções do ritual. Trabalhar com Agatha era assim: Uma dança coordenada entre duas pessoas que sabiam exatamente como complementar uma à outra. Mesmo que às vezes isso pudesse dar meio.... Errado.

Quando o ritual foi concluído e o espírito desapareceu, você sentou no chão em cansaço, mas sorrindo. Agatha correu até você, estendendo a mão para te ajudar a levantar. 

— Você arrasou, como sempre. - Ela disse, o orgulho estampado no rosto. 

— Eu tenho a melhor parceira, é claro que ia dar certo. - Você respondeu, aceitando a ajuda e se levantando. 

Enquanto saíam da biblioteca, lado a lado, Agatha segurou sua mão de forma discreta, mas firme. Era um gesto pequeno, mas carregado de significado. Uma promessa silenciosa de que, não importa o que enfrentassem, vocês sempre estariam juntas. 

— Tá pensando o que vamos encontrar na próxima missão? - Você perguntou, olhando para ela. 

— Com você, espero que seja um bicho bem foda que a gente possa cair na porrada. - Ela riu, com um sorriso sorriso no rosto que entregava que, no fundo, ela adorava as missões que vocês viviam juntas.