Três dias tinham se passado desde o acontecido e eu finalmente estava em casa.
Definitivamente, ficar no hospital com uma agulha enfiada no braço não é para mim.
Brian ficou em casa comigo dois dias, ele e Samantha. Todos estavam me mimando e eu nem podia reclamar, eu estava amando. Hoje ele teve que ir para a empresa a pedido de Heitor, mesmo contra a sua vontade.
Mas hoje eu tenho Maria para ficar comigo. A coitada ficou roxa de preocupação, mas eu tratei de acalma-la.
A campainha toca e eu me levanto para atender já que Maria estava muito ocupada na lavanderia. Assim que abro a porta minhas pernas tremeram.
Alicia.
— Oi. – ela disse.
— Oi.
— Posso entrar? – suspirei e afirmei lhe dando espaço para entrar. — Olha, pode ser que você não acredite e nem espero que acredite. Eu só vim deixar algumas coisas claras e lhe pedir desculpas.
— Certo, mas também espero que entenda que pedir desculpas para um copo quebrado não vai fazer com que ele se conserte sozinho. – digo séria.
— Tudo bem. – concordou e nos sentamos no sofá. — Saiba que eu não estou passando a gostar de você de uma hora para outra.
— Certo. – ela soltou um suspiro.
— Eu só tinha visto Brian uma vez na vida. – começou. — Meu noivo, André trabalhava na empresa do Heitor. Eu era completamente apaixonada por ele. Planejavamos ter uma família. Nós nos conhecemos quando eu tinha dezesseis anos, e ficamos juntos por muito tempo. – suspirou. — Um tempo depois eu recebi a notícia de que ele tinha sofrido um acidente de carro. – riu debochada. — E o melhor, juntamente com a amante! – fiquei chocada. — Eles estavam fugindo juntos, e todo o amor que eu sentia estava por jogar fora. – me encarou. — Um tempo depois conheci Brian e viramos amigos. E então eu foquei em esquecer André e focar em Brian. Achei que tinha dado certo, que e eu estava apaixonada novamente. Eu comecei a ter uma obsessão pelo Brian, porque eu queria esquecer o André. Virei uma pessoa obcecada em um amor que só existia em minha mente. Até que Brian fez com que eu enxergasse tudo isso! Brian foi o único que esteve comigo quando eu precisei, e achei que ele poderia ser o homem que me faria feliz. Mas eu estava errada, iludida e cega. Te peço desculpas pelo que eu disse aquele dia, por ter lhe causado todo um mal estar. – pela primeira vez ela parecia estar sendo sincera.
— Como eu te disse, um copo quebrado não se conserta com um pedido de desculpas. – lhe encarei antes de soltar um suspiro. — Mas, eu não te desejo mal algum. Se você realmente está disposta a mudar ou até mesmo a recomeçar, tem o meu apoio. – ela afirma.
— Tudo bem, a propósito eu estou indo para Suíça.
— Suíça? – perguntei um tanto surpresa.
— Sim, vou morar com minha irmã e iniciar um tratamento psicológico como Brian me sugeriu fazer. É melhor que eu faça isso bem longe de vocês.
— Bom, boa sorte.
— Obrigada, tenho que ir. – se colocou de pé e a levei até a porta. — Adeus Anna!
— Adeus Alicia! – e assim ela saiu pelo corredor e eu entrei novamente no AP.
Será que esse é o fim de tudo? Acabou? Finalmente paz?
Suspirei e me sentei no sofá novamente. Meu celular tocou e vi que era Samantha e atendi.
— Oi Anna, minha querida! – diz animada. Franzi o cenho estranhando tal comportamento.
— Oi Samantha.
— Tudo bem Aninha? Se sente bem? Tem se alimentado bem? Está muito linda hoje.
— Você nem sequer me viu hoje.
— Sei que está linda, pois você é linda.
— Você está bem?
— Bem... bom... sim.
— Ok, você gaguejou de mais. O que foi que você aprontou?
— É que... eu... estou presa! – meus olhos se arregalaram.
— O que? O que foi que você fez?
— Eu meio que briguei feio com a tal Vanessa, ou Fabíola sei lá! – eu estava em choque e ao mesmo tempo surpresa. — Preciso que um responsável venha me buscar!
— Você é maior de idade!
— Eu estou sem documentos e meu pai não pode nem sonhar com isso. Pode por favor, me ajudar? – suspirei.
— Tá bom, estou indo!
— Obrigada! – desliguei e fui até meu quarto e peguei minha bolsa.
— Maria, vou sair! – gritei.
— O que? Menina você não pode sair! Está de repouso se lembra?
— Lembro, mas preciso ajudar a Samantha! Logo eu volto! – lhe dei um beijo no rosto e sai do AP. Desci e peguei um táxi e segui para delegacia.
***
— Então a senhorita é cunhada da garota? – perguntou o delegado.— Sim, o que exatamente aconteceu?
— Bom, os vizinhos de Fabíola Menezes ouviram gritos e objetos quebrando e chamaram a polícia. Logo que chegaram lá, a sua cunhada estava agredindo a mulher. Depois a trouxemos para cá e ela me desacatou! – fechei os olhos e suspirei.
— E a Van... Fabíola?
— Ela foi diretamente levada para o hospital! – minha boca vai ao chão. Meu Deus Samantha é mais louca do que eu imaginava.
— E ela vai ser presa? A Fabíola?
— Não, pois responderá o processo de falsidade ideológica em liberdade.
— Me perdoe pela Samantha! Ela não pensa nas coisas que faz, ela tem alguns problemas com agressividade.
— Você é a responsável dela?
— Sim, moramos juntas! – menti.
— Só posso liberá-la depois que os pais vierem.
— Olha senhor... por favor, a libere! Isso não irá mais acontecer. Acontece que os pais dela são separados e vivem viajando, o irmão dela meu marido passa parte do tempo cuidando da empresa da família. Já dá para imaginar o por que da revolta. – ele me encara. — Eu juro que darei uma boa bronca nela quando chegar em casa. E eu não posso passar por nenhum tipo de nervoso, estou grávida e a gravidez é de risco e a Samantha é a única que pode me acalmar! – fingi desespero. — Por favor! – o encarei quase implorando.
— Borges, libere a menina! – eu sorri por dentro. O policial saiu da sala.
— Obrigada. – agradeci. Não demorou para o polícial voltar com Samantha ao lado e a abracei. — Você nunca mais faça isso está endendendo? Eu não quero ter que vir aqui! – digo fingindo um tom bravo. — Mais uma dessas e você sabe... você vai morar com sua mãe!
— O que? Não, tudo menos isso! Eu prometo me comportar! – fingiu desespero e arrependimento.
— Bom, muito obrigada! – apertei a mão do delegado.
— Por nada, e você mocinha, escute sua cunhada!
— Eu escutarei sim! – deu um sorrisinho e saímos da sala. — Imbecil!
— Samantha Louise Campbell. – a encarei séria. — Você sabe que se seu pai descobrir ele te mata!
— Mas não vai descobrir, pois tenho uma ótima cunhada! – me abraçou de lado.
— Vamos! – pegamos um táxi e seguimos para casa dos Campbell.
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Casamento Por Contrato
RomanceAnna acaba de descobrir que sua madrasta roubou tudo de seu pai e fugiu. E como se não bastasse, deixou várias dívidas para ele e para ela. Agora ela não sabe o que fazer. Se os dois não pagarem tudo, irão ficar sem absolutamente nada! Sem ter outra...