» Fifty five «

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/ Z a y n /

Eu brinco com os meus dedos e as horas não parecem passar. Christopher e Nora estavam presentes. Até mesmo Harry estava presente e eu não sabia que Moon era tão amiga de Harry.

"O que é que aconteceu?" Christopher tenta de novo e eu apenas mantenho-me calado.

Matei-a, Christopher. Tal como matei o ex-namorado dela. Eu tenho um longo cadastro.

O meu coração continua a bater rapidamente e as minhas mãos continuam a tremer. Harry pergunta-me se quero água e eu aceito e eu quase faço cair a garrafa de água e acabo por desistir desta ideia.

Abro a palma da minha mão esquerda e eu faço pequenos desenhos nela com a mão direita e eu escrevo a palavra 'desculpa'.

O pai da Moon chega ao hospital e a mulher abraça-o rapidamente e ouve-se o choro dela pelo corredor.

"Era suposto tomares conta da minha filha." O pai dela dirige-se a mim.

"Como é que eu podia saber? O senhor também não sabia." Eu atiro e o homem olha para mim e apenas se mantém calado.

O meu nariz funga inúmeras vezes e eu continuo a brincar com os meus dedos e bato com a minha cabeça na parede, levemente.

Um homem de bata entra no corredor e chama a família de Moon. Todos os presentes por causa dela levantam-se e ele suspira.

"Ela está bem. Ela perdeu imenso sangue. Ela terá que ficar no hospital durante um pequeno período e poderá regressar a casa com medicamentos."

"Pequeno período?" Eu pergunto e a mãe de Moon abraça de novo o marido e sei que todos estão aliviados, mas a culpa ainda habita no meu corpo e eu preciso de Moon e vê-la. Preciso de abraçá-la e beijar os seus lábios rosados. Preciso de agarrar na mão dela e preciso de agarrar na sua mão.

"Sim, um ou dois dias."

Os pais são autorizados a entrar e os restantes estão no corredor.

"Preciso de ir a seguir." Eu digo e levanto-me e sei que vai demorar um pouco e eu não quero ficar sentado à espera que os pais saem. Ando pelo corredor e acabo por parar à frente da sala fechada onde Moon está hospitalizada e eu quero entrar rapidamente, mas eu não posso e ela não deve querer ver-me.

A imagem de Moon no chão aparece-me de novo e o cenário em que a encontrei ainda me assusta e corta o meu coração em pedaços e a injustiça do Mundo é enorme, mas ele fez a minha menina sobreviver e isso deixa-me melhor.

Culpo-me inúmeras vezes por ter deixado Moon ir e eu podia estar com ela em casa ou a dar um passeio.

Consigo ouvir vozes da sala e eu quase que posso jurar que ouvi o meu nome e sei que devo ser a última pessoa que Moon quer ver.

Suspiro e continuo a andar pelo corredor e eu sinto a luz do dia a bater contra a minha cara e eu sei que se Moon tivesse aqui ia reclamar e ter uma reação de vampira, mas ela não está ao meu lado. Ela não está a agarrar o meu braço e esconder a sua cara no meu ombro por causa da luz.

Tiro a caixa de tabaco e eu observo-a e arrumo-a de novo e decido não morrer mais do que já morri hoje.

Volto para dentro e o cheiro hospital envolve o meu nariz e ando até aonde estava inicialmente. Os pais de Moon estão a andar até às cadeiras e eu ando apressadamente.

Moon. » Malik «Where stories live. Discover now