Capítulo 3 - O Baile parte 1

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"Cuidado onde você laça sua âncora, nem todo porto é seguro"

- Iasmin Cândido

***
Assim que saímos do carro do pai da Jenny minhas pernas começaram a tremer tanto que não estava conseguindo me equilibrar em cima dos saltos altos.

Como nunca fui a uma festa de colégio antes eu apenas estou com medo. Eu não sei como me comportar, eu sempre vivi nas sombras de Lila e pra dizer a verdade e me acostumei.

Meus dentes começaram a bater, indicando que estava com frio.

- Está um pouco frio né? - Falei

- Hm...não estou sentindo.

- Quer um jaqueta minha Karine ?- O pai de jenny oferece. Assinto - Filha pega minha jaqueta ai atrás.

Acarencio meus braços fazendo movimentos para aquecer.

- Aqui está!

- Obrigada - Digo jogando a jaqueta grande e pesada sobre meus ombros.

- Se comportem meninas. Volto pra pegar vocês á 00:00.

- Mas...

- Sem mas Jenifer! - Ele diz em um tom autoritário, fazendo Jenny se calar. Com mais uma despedida o pai de jenny se vai.

Olho pro colégio a minha frente e ouço a música chegando até nós.

- Bem...bora lá Cinderela.

O salao onde acontecia as festas anuais era imenso, eu só vim aqui uma vez, que foi quando me ofereci como trabalho voluntário para enfeitar o salão para a formatura do 3° ano.

Uma escada larga com tapete vermelho no centro ligava a ele, pra ter acesso ao salão era necessário descer essa larga escada ou entrar pela porta dos fundos do teatro. Como pela escada era mais perto, optamos por ela.

Daqui do andar de cima, dava pra vê o lustre redondo prata pendurado distribuindo luzes coloridas ao ambiente em baixo

- Ei, karine tire essa jaqueta!

- Estou com frio.

- O frio é psicológico! Aliás você não vai descer essa escada assim...com essa jaqueta ridícula estragando tudo.

Tirei-a ainda meio relutente e entreguei à jenny que jogou em um canto qualquer.

-Fique ai jaqueta, depois eu volto pra te pegar - Escutei minha amiga dizer, como se estivesse dando ordem a um cachorro. Fiz uma careta pra essa cena.

Eu hein.

Coloquei minha máscara que até então não havia posto, e sacudi minhas mãos que estavam agora suando.

- Estou tremendo tanto que tenho medo de tropeçar e cair.

- Calma amiga - Jenny segurou em meus ombros olhando em meus olhos - É só colocar um pé na frente do outro que você não cai.

Ri. Sim, eu ri.

- Jenny, eu sei andar tá!

- Quando estamos nervosos esquecemos das coisas - Disse como se fosse óbvio demais.

- ok, ok, ok.

- Pronta ?

Olhei para minha pulseira que brilhava em meu pulso, e acariciei. Ela era feita de pequenas pedrinhas que pareciam cristais, e sempre que me sentia nervosa, ansiosa ou triste, eu olhava para ela. É a única lembrança que tenho de papai. Ele me deu de presente alguns meses antes de partir, e isso é única coisa que me faz sentir perto dele.

O namorado da minha irmãWhere stories live. Discover now