12-Terça-Feira.

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No dia seguinte, acordei um pouco cedo de mais, e depois não consegui dormir de novo. O medo me dominou, eu estava com aquele frio na barriga. Será que o Guilherme ia mesmo entregar a Viviam, a um veterinário ou alguma coisa do tipo?Preferi não pensar na resposta, ele estava bem convicto quando disse que ia fazer isso. tentei me acalmar deixei a Viviam com comida e Aguá, e voltei para o acampamento com o meu edredom na mão.

Entrei no quarto e desabei novamente na cama, estava exausta, mais não era em relação a sono, mais exausta de sempre sofrer, de chorar por alguém que só ri de mim, e me ignora que não acredita em nada que eu digo. Exausta de ser iludida, será que o problema sou eu? Ou o mundo?

O problema sou eu, por que o mundo é grande de mais e eu vejo pessoas felizes, enquanto eu tento caminhar para sair de uma decepção.

Me virei querendo, nunca ter pisado no Camp-Musical, nunca ter subido naquele palco pra cantar com o Guilherme, nunca ter deixado chegar onde chegou. A vida não é um conto de fadas, que sempre termina em... felizes para sempre. Mais o único ''para sempre'' que existe na vida real, são as marcas não cicatrizadas. Pelo menos na minha vida era assim, e pelo visto não ia mudar.

Os autos falantes do quarto começaram a chiar, e eu escutei a voz do D. César através deles.

-Alunos, depois do horário do café, temos um encontro marcado no palco principal, não faltem.

Ele desligou e eu me enrolei no edredom, que por sinal, não estava muito empoeirado.

Senti algo furando minha bariga, e rapidamente coloquei a mão no bolso do casaco, e puxei a chave do carro do Guilherme, eu nem percebi que ainda estava com ela, e que no chaveiro dela tinha a outra metade do colar. Coloquei ela embaixo do travesseiro e me cobri novamente Fechei os olhos e fiquei com eles fechados até o celular despertar e me lembrar que eu tinha que tomar café.

Tomei banho antes de sair, vesti uma regata Bramca, uma blusa xadrez colorida por cima e um shorts preto, esse era bem mais curtinho do que os que eu costuma usar, mais tava maior calor.

Sai do quarto e me deparei com Nyna, esperando alguém bem na frente do meu quarto.

-Até que fim, achei que tinha morrido ali dentro. -Ela apontou o quarto com a cabeça. -Você não olha o celular, de mandei um monte de mensagem.

-Desculpa estava no banho.-Respondi.

Ela assentiu, e fomos para o refeitório. Entramos e o Tales estava encostado na parede olhando para o refeitório, assim que me viu ele pulou e caminhou até parar na minha frente.

-Preciso falar com você.-ele disse, em um tom de voz preocupado.

-Agora?-Perguntei.

Ele fez que sim com a cabeça.

-Preciso tomar café, sabia?

-É urgente.

Eu olhei para Nyna que rapidamente saiu e foi encontrar a Sol.

Tales caminhou até as arquibancadas da quadra e se sentou.

-Eu preciso da BÁRBARA. -ele disse.

-E eu preciso dela, e do Guilherme. Mais não acredito que você só me chamou aqui para isso.-Falei me sentando ao lado dele.

-Não, eu não chamei.-ele respirou fundo.-E se a gente fingir, só fingir que tá..namorando para fazer ciúme a Bárbara e ao Guilherme.

Arregalei meus olhos.

-Você bebeu? -perguntei fazendo careta. -Eu não sou esse tipo de menina, tá legal?

-Eu achei que seria uma boa ideia...

Duas semanas incrivéis.Where stories live. Discover now