13-Quarta-Feira.

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Acordei no dia seguinte, com a forte claridade em meus olhos, aconteceu tanta coisa ontem que eu acabei esquecendo de fechar a janela. O sol brilhava, e eu percebi que seria uma dia de sol forte, me levantei tentando não olhar para o quadro quebrado no canto, onde o Augusto tinha me atirado noite passada. Fui até a banheiro, escoveis os dentes fiz minhas higienes, e antes de trocar o pijama liguei para minha mãe:


Ligação onn.

-Oi filha.

-Oi mamãe, não tenho muito tempo, eu preciso que você venha... me buscar no acampamento, não precisa se preocupar eu estou bem, apenas vem me buscar . Se possível saia de casa agora. por favor .Beijos.

Desliguei antes que ela me enchesse com perguntas.Peguei a mala embaixo da cama, e comecei a jogar minhas roupas dentro, não tentei ser muito organizada, por que depois eu ia bagunçar tudo de novo mesmo. Arrumei as três malas, deixando de fora a roupa que eu ia vestir: Uma blusa de mangas compridas creme com flores rosas, e uma calça jeans branca. Peguei tudo que era meu no quarto, na comoda, na sapateira no banheiro, arrumei meu cabelo, e fui para a frente da porta com minhas três malas. Olhei ao redor, e chorei.

Havia passado tantos momentos bons naquele quarto, minha vida mudou tanto desde o primeiro momento que eu pisei aqui. Eu estava decidida, eu sei que estou sendo um criançona mimada que sempre foge dos problemas, mais não me jugue, você também talvez já fez isso. Não é que eu estava me acovardando, mais eu estava tentando não ser feliz por que disso eu já perdi a esperança, mais de ter uma vida normal. Bem longe de tudo aquilo.

Sequei as lágrimas e sai do quarto sem olhar para trás arrastando minhas malas.

Caminhei tentando me esconder dos outros alunos, e fui até o escritório do D. César, bati na porta e entrei assim que ele me autorizou. Ele me olhou surpreso ao ver minha malas.

-Posso ajudar? -perguntou me enviando um sorriso verdadeiro. O Guilherme tinha herdado o sorriso do pai. Aquilo me deu saudade. Mais não tinha o que fazer.

-Ah...Eu quero cancelar minha matricula... no acampamento. -falei tentando ser ''aparentemente'' o mais forte possível.

Ele se levanto da cadeira e me olhou assutado.

-Desculpe, mais... aconteceu alguma coisa. Olhe se for por conta do castigo não se preocupe eu já esqueci...

-Não, -neguei com a cabeça. -Não tem nada haver com o castigo do refeitório, aquilo é passado... Eu só quero ir embora, por favor.

-Não tem um motivo especifico?-ela perguntou com a mão no meu ombro.

-Coisas do coração. -falei baixo, forçando um sorriso.

-Hmm, tudo bem... Mais tem certeza do que está fazendo?

Não, não tenho certeza.

-Sim, tenho...- respondi.

Ele foi até a mesa e se sentou na cadeira mexendo no computador...

-Não se esqueça o Camp-Musical, vai estar sempre de braços abertos, se quiser voltar...

Eu assenti.

-Seu no...

-Oh pai, o tio Carlos já...

Guilherme entrou na sala, e assim que me viu parou.

-Oi filho, seu tio já está indo embora? -O D.César se levantou e encarou o filho. -Termina esse cancelamento de matricula para mim, que eu vou me despedir dele.

Duas semanas incrivéis.Where stories live. Discover now