Capítulo Quatro

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 Uma semana depois...

   Já faz uma semana que eu não tenho nenhuma notícia de Júlio!

   A última vez que eu o vi foi naquela manhã que eu soube que a reunião estava marcada para uma semana a partir daquele dia. Eu tinha saído naquela manhã praticamente correndo de seu apartamento afirmando que eu poderia muito bem achar o meu caminho sozinha. A única coisa que deixei para trás foi o meu número de celular para ele me contatar.

   Mas hoje finalmente tinha chegando o dia da reunião com a superior dele, e eu pensei que ele me ligaria ou no mínimo me mandaria uma mensagem falando aonde encontra-lo, mas não recebi nada!

   Ele não mandou nada! Nem para falar que a reunião tinha sido cancelada!

—Pare de pensar negativo, menina. Ele vai ligar! —disse Lorena com seu tom calmo, mas decidido.

   Para uma senhora de 55 anos ela era bem ativa. No momento ela estava usando sua atives para contar os lucros do almoço que tinha acabado a meia hora atrás. Tanto ela como eu estávamos apoiadas no balcão de madeira, mas eu com meu quadril apoiado de lado no lado oposto dele e minha cabeça meio baixa não deixava eu esconder o meu negativismo.

   Mas também como eu iria pensar positivo quando tinha a chance de Júlio não ter passado de um grande charlatão?!

—E se ele não ligar?

   Essa pergunta tinha me perturbado a semana toda! Se ele não ligasse eu teria que recorrer ao meu último recurso; o plano B. Não queria ter que recorrer a ele...

—Talvez eu tenha me precipitada ao acreditar nele tão rápido. Já são quase 17 da tarde...

   Deixei a frase morrer enquanto deixava meus olhos vagarem pelas várias mesas no salão do restaurante. Elas estavam tinindo de limpas, pois eu havia acabado de limpa-las com mais duas meninas que trabalhavam aqui. O almoço sempre se estendia até um pouco depois das três da tarde então era normal só pararmos de trabalhar ás 17:00h. Afinal, pratos e mesas não ficavam limpos sozinhos. Sem falar nesse bendito chão, que ficava imundo depois das pegadas monstros dos caminhoneiros.

—Essas meninas vão acabar com água de São Paulo. —Lorena comentou alto para que as meninas, que estavam se arrumando no meu quartinho improvisado, ouvissem.

   O quartinho que Lorena havia me disponibilizado era antes só um quartinho com um banheiro para meninas se arrumarem quando acabassem o serviço. Como Lorena tinha sido ótima colocando uma cama para mim naquele minúsculo quarto, decidi ser boa e não privar Letícia e Camila dele também. Então todos os dias eu esperava as duas estarem prontas para que eu pudesse me jogar na minha maravilhosa cama de solteiro.

—Eu não acabarei com a água de São Paulo, mas certamente Camila irá. —brincou Letícia quando venho andando pelo corredor que levava até o quartinho nos fundos.

—HaHa. Se depender do seu consumo, querida, a água nunca vai acabar. —debochou Camila brincando quando seguiu para fora do corredor também.

—Você deveria seguir o que a Letícia faz, menina. —falou Lorena quando as duas se encaminhavam para a porta de saída do restaurante.

—Vou pensar. —riu Camila. —Beijos Lorena e Beijos garota mistério.

   Letícia mais discreta só mandou um beijo assoprado com um aceno antes de sumirem pela porta.

Garota mistério, acho melhor você ir tomar um banho. —sugeriu Lorena adaptando o apelido carinhoso que Camila havia me dado.

Perdendo-se pelo CaminhoOnde histórias criam vida. Descubra agora