Capítulo Vinte e Dois

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   Mal a palavra desconhecida saiu da minha boca para que um barulho, quase estrondoso, ser ouvido dentro do galpão. Virei a cabeça tão rápido na direção do barulho, que poderia dizer que mais um pouco teria torcido o pescoço em ângulo nada bom para a minha coluna. Mas, quase torcer o pescoço, valeu a pena! A luz que se entrou no galpão era pouquíssima por causa da noite, mas ainda assim, consegui ver aquele corpo atlético e alto que me era tão familiar.

Júlio! — eu o chamei com a minha voz embargada, mas que transbordava de uma felicidade sem igual!

—Lívia! —ouvir meu nome em sua voz que transbordava de alívio tanto quanto de felicidade, foi maravilhoso! 

   Nunca amei tanto meu nome como naquele momento.

   No momento seguinte ele já estava a minha frente agachado e olhando para o meu rosto. Seu modo delicado quando pegou meu rosto me olhando como se não me visse por um longo tempo, foi o que bastou para que alguns pares de lágrimas recorressem pelo meu rosto.

Você está vivo! —exclamei maravilhada olhando para ele com um sorriso que atravessava as lágrimas no meu rosto.

—Eles fizeram alguma coisa com você? —ele perguntou ainda segurando o meu rosto com os olhos arregalados que mostravam lá no fundo um medo real. Um medo que ia se dissolvendo quanto mais ele ia olhando para o meu rosto constatando que eu estava viva. Negando com cabeça continuei a olhar para ele notando um simples corte em seu supercílio e outro na maçã de seu rosto, que era seguido por um fino fio de sangue em sua bochecha.

Deus! —ele disse assim que juntou nossa testas e fechou os olhos puxando o ar como se só agora pudesse respirar perfeitamente. Sentido sua respiração em meu rosto pude também voltar a respirar perfeitamente.

—Meus parabéns! —ouvi a voz da pessoa que eu tinha esquecido ainda estar ali.

   Júlio ouvindo a voz do homem, que ele não tinha notado quando entrou, soltou o meu rosto e virou rapidamente apontando uma arma na direção do homem (que eu simplesmente não poderia creditar ser meu pai), que agora estava na borda novamente da luz alaranjada.

—Abaixe a arma, garoto e solte-a para que possamos finalmente conversar. —o homem disse com aquela voz calma que falará comigo antes e apontando para mim. 

—Só vou abaixar essa porra depois que atirar em você! —Júlio rebatou completamente frio. Não olhei para o homem e sim para Júlio, que me lançou um olhar de esguelha notando que meus pulsos e cintura ainda estavam amarrados por uma corda.

—Solte-a. —ouvi o homem dizer e pude ver pelo canto dos meus olhos ele levantar as duas mãos mostrando que não faria nada até Júlio me soltar.

    Vi claramente uma confusão entrar no rosto de Júlio, pois ele realmente não esperava tal ação do homem perante a ele. Decidindo o que fazer Júlio olhou para os meus pulsos e notou junto comigo, que estavam vermelhos e alguns pontinhos de pele esfolada eram vistos por causa dos puxões desenfreados que eu havia exercido. Vendo o estrago, que eu própria havia feito, Júlio deu a volta na cadeira até achar o nó que se encontrava em minhas costas, como eu pensará. Com o nó desfeito Júlio tirou rapidamente as cordas, que me mantiveram presa nessa maldita cadeira, dos meus pulsos e cintura. Queria levantar e ir embora desse maldito galpão e tomar um distancia gigantesca daquele homem a nossa frente, mas parecia que ele tinha outros planos.

   A porta na qual Júlio entrará foi fechada com um estrondo nos deixando presos naquele galpão novamente.

—Calma, garoto. —apressou o homem a dizer assim que Júlio, vendo que a saída fora fechada, voltou a apontar arma para prontamente para o homem.

Perdendo-se pelo CaminhoUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum