Capítulo Vinte

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   Duas semanas mais tarde...

   Bem.

   Muito bem, na verdade, era como eu me sentia em relação a tudo. As coisas só estavam progredindo para melhor nessas últimas três semanas! 

   Já fazia três semanas que tínhamos voltado da Alemanha e tudo estava calmo como na primeira. Nada acontecerá e ninguém viera atrás de ninguém, e pelo que sabemos Alberto ainda continua na Alemanha.

   Sentada em uma mesa há um par de horas vejo o restaurante em que trabalhei, por um pouco mais de um mês, ir se esvaziando e dando lugar a sossego novamente. Lorena, a doce senhora que me ajudou, se despede de Camila e Karina que estiveram trabalhando até vinte minutos atrás. Mandado um tchau e beijo soprado para mim, que retribuo o mesmo gesto, elas se vão pelas portas da entrada do restaurante.

—Pronto! —disse Lorena assim que parou e sentou de frente para mim na mesa. —Agora sou toda sua menina!

   O sorriso doce e cheio de carinho de Lorena só me faz pensar que eu deveria ter vindo antes vê-la! Eu havia ligado para ela duas semanas depois da nossa chegada da Alemanha e contado poucas coisas e que Marisa estava comigo novamente. Ela havia dito para eu vim vê-la assim que desse, e cá estava eu. Mas ainda assim, vendo seu sorriso caloroso e ter sentido seu longo abraço quando cheguei, me fez pensar que deveria ter vindo visita-la para contar tudo o que havia acontecido. Essa era a primeira vez, em três semanas, que eu saía do apartamento de Júlio sem ser para ir ver Marisa no hospital.

—Então menina, me conte tudo o que aconteceu nessa viagem e como conseguiu achar e trazer sua irmã de volta!

—É uma longa história! —eu brinquei sorrindo a ela que pegou a minha mão com as suas enrugadas e as embalou.

—Não tem problema, temos a tarde toda! A dispensa lá atrás ainda vai estar lá para eu arrumar depois, então agora estou a todos ouvidos para a minha menina contar essa história! —ela sentenciou por fim.

   Com o um sentimento caloroso no peito comecei a contar tudo o que havia acontecido. Comecei pela ajuda que eu tinha pedido a David, até o primeiro momento que Marisa havia acordado plenamente já aqui no Brasil. Tinha sido divertido ver Lorena declarar ódio eterno a David pelo o que ele tentará fazer comigo. Além de declarar ser muito grata a todos os que me ajudaram a encontrar a minha irmã. Havia citado tudo e até como Marisa estava agora. 

   Marisa, que já estava bem melhor e não tinha quase nenhuma crise por causa das drogas que tinham sido injetadas em suas veias. O seu corpo estava bem novamente, mas o seu psicológico era outra coisa. Ela, que simplesmente não me deixava mais dormir no hospital, pois ela afirmava que não queria me ver toda torta naquela poltrona que me servia de cama todas as noites. Então, para fazer a sua vontade, todos os finais de tarde eu voltava para o apartamento de Júlio. Mas bastou pouco tempo depois para que a sua enfermeira me dissesse que ela estava tendo terrores noturnos. Esses terrores estavam a assombrando pela noite. Ela havia tentado desmentir o que a enfermeira havia dito, mas eu sabia que ela estava ocultando só para não me preocupar.

    Então imediatamente insisti que ela precisava de uma psiquiatra. A minha vitória não tinha sido fácil, mas por fim consegui convencê-la. Ontem mesmo ela havia tido a primeira sessão com uma psiquiatra, que era muito boa em tratamento de estrupo e distúrbios do sono. O tratamento iria ser seguido a linha até que Marisa estivesse sem nenhum transtorno. E eu estaria ali, para segurar a sua mão e apoia-la ao máximo!

—Se ela é forte como você vai ficar bem novamente! —afirmou Lorena após ter ouvido pacientemente todo o relato dos últimos acontecimentos.

—Ela vai sim, se Deus quiser! —sorri.

Perdendo-se pelo CaminhoWhere stories live. Discover now