Capítulo Vinte e Um

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   Zonza!

   É exatamente como eu me sinto quando os primeiros fleches de lucidez começam a pipocar pela minha cabeça. Recobrando a consciência aos poucos sinto meu tronco curvado e meus membros moles, mas apoiados por uma cadeira, já que sinto estar sentada em algo completamente desconfortável. Ainda podendo sentir o cheiro forte, que fora introduzido nos meus pulmões, começo a ter controle novamente pelo meu corpo. Como reflexo tento levar as minhas mãos aos olhos para esfrega-los, mas sou impedida ao sentir meus dois pulsos presos há algo. Com isso tento abrir meus olhos, mas a luz que invade minhas retinas sensíveis, me fazem fechar imediatamente.

   Levantando a cabeça começo a piscar constantemente para que meus olhos se acostumem com a claridade alaranjada, que aparece me rodear. Com os meus olhos se ajustando consigo mantê-los cerrados e logo olho para os meus pulsos. Constato de imediato que os dois estão amarrados nos braços da cadeira por cordas, que noto também estarem rodeando a minha cintura impedindo-me de levantar. Com só as minhas pernas livres não sei o que fazer para me livrar das cordas, que me impedem de movimentar livremente.

   Já tendo a visão ajustada há aquela luz alaranjada que me rodeia, olho em todas as direções tentando descobrir para onde aquele maldito trio me trouxe!

   Bufo, ao ver claramente que a única fonte de luz, que vem da pequena lâmpada a cima da minha cabeça, só ilumina no mínimo cinco passos ao meu redor. O resto do que parece ser um galpão está completamente tomado pela escuridão.

   Típico filme de terror! A luz iluminando só a mim, que espera pacientemente o psicopata vir me torturar.

   Penso, enquanto tento novamente puxar as cordas dos meus pulsos sem sucesso.

   Respiro fundo quando confirmo que não conseguirei desfazer o nó da corda, que parece ter sido feito nas minhas costas. Com essa confirmação tento me manter calma para ouvir se tem alguém por perto. Parada por alguns segundos consigo ouvir barulhos abafados que parecem estarem vindo de algum lugar fora desse galpão. Os ouvindo faço a única coisa que posso fazer no momento: eu grito.

—SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA! SOCORRO!

—Poupe a sua voz e meus ouvidos também, por favor. —ouço uma voz calma dizer me fazendo parar de gritar imediatamente.

   Tomada pela surpresa olho na direção que achei ter vindo a voz, mas para o crescimento do meu medo, não vejo nada além da escuridão que toma todos os cantos.

—Poupar os seus ouvidos? —pergunto descrente ainda tentando encontrar o dono da voz que falará. —Não é você que está preso, sabia!

—Sinto muito deixa-la nessa situação, mas é necessário. —retoma a voz calma alguns minutos depois. Mesmo não podendo ver o dono da voz calma e forte, sabia que nunca a tinha ouvido.

—Quem é você? E o quer comigo?! —me exalto ao olhar para o ponto fixo escuro a minha esquerda, onde se esconde a pessoa desconhecida.

—No momento certo você saberá quem sou eu, por enquanto saiba apenas que quero conversar com você e....

—Conversar?! —interrompo quase gritando. —Desde de quando é preciso sequestrar uma pessoa para se conversar com ela?!

Igualzinha a ela... —riu o homem que ainda não tinha tido coragem de se mostrar! — Você simplesmente não viria se eu lhe chamasse...

—Talvez, se você dizer quem é e o quer não teríamos esse problema!

—Tudo ao seu tempo. Meu outro convidado ainda não chegou. —citou o homem com a voz tão calmo, que já estava me dando uns nervos! Mas os meus nervos foi a última coisa que coloquei a minha preocupação, pois ao ouvi-lo dizer que estava esperando alguém fez um pressentimento ruim começar a se instalar em minhas entranhas. Com o pressentimento ruim um nome me veio à mente instantaneamente.

Perdendo-se pelo CaminhoOnde histórias criam vida. Descubra agora