07. something filled up my heart with nothing, someone told me not to cry

173 33 90
                                    

Leiam todas as palavras com atenção, senão vocês perdem o principal da fanfic.


~*~


Além da dor que já passávamos, algum familiar deveria entrar para testemunhar que nada poderia ser feito, além de desligar os aparelhos.

O quão cruel isso era? As pessoas já não estavam quebradas o suficiente?

Johannah e Mark não conseguiam nem levantar dos bancos daquela sala, como iriam assistir à morte de seu filho?

Por algum motivo, naquela hora, as memórias do dia que conheci Louis vieram à minha mente.

"Vou ficar até o final com você", estendi o dedo mínimo para ele. "Pinky promise."

Era uma promessa, eu tinha que cumprir. Aquele era o final, e, embora tragicamente cruel, era imprescindível que ela fosse cumprida. Por mais que eu quisesse estar a milhares de quilômetros dali, por mais que aquilo machucasse mais do que deveria.

Expliquei todos os motivos, de forma rápida, pelos quais eu poderia e tinha que ir como testemunha para Jay e Mark, e eles aceitaram. Estavam desolados demais para se opor a isso.

O médico, embora eu não fosse parte da família exatamente, aceitou que eu fosse como declarante. Apenas disse que no relatório teria que colocar que, na verdade, quem fora foi Mark. Nós aceitamos.

Comecei a seguir o doutor Collins pelos corredores que, naquele momento, pareciam hostis demais. A aura que emanava dos quartos era asfixiante. Hospitais já são, naturalmente, lugares repletos de dor e tristeza, mas aquela ala era... Mórbida.

Chegamos na porta e eu ganhei alguns minutos sozinho para despedir-me de Louis. O doutor disse que ficaria esperando no corredor e, quando eu estivesse pronto, era para chamá-lo.

Cuidadosamente entrei no quarto e fechei a porta. Não havia muita luz ali, mas ela também era dispensável para mim.

Aproximei-me de Louis, todo ferido e entubado, e comecei a chorar.

Deus, era tão difícil dar adeus.

"Oi, amor", eu disse, com a voz embargada. Um nó havia se formado na minha garganta e estava difícil até para falar. "Não sei se você se lembra, mas eu fiz uma promessa quando a gente se conheceu... Eu disse que estaria com você até o fim. Esse é o fim? O nosso fim?", perguntei retoricamente, não querendo pensar na resposta.

Limpei meu rosto com a bainha da camiseta e, cuidadosamente, segurei o braço de Louis, "Eu estou lutando tanto para não ceder, Lou. Estou perdido sem você e não quero dizer apenas romanticamente. Você era meu melhor amigo, babycakes. E também era o amor da minha vida", pausei. "Queria ver seus olhos, mas nem isso eu posso!", lamentei. "Eles eram as coisas mais lindas que eu já vi. Você era puro de alma, amor, era possível ver em seus olhos."

Abaixei-me e plantei um beijo em sua bochecha, em uma parte onde não havia machucado nenhum.

"Se eu gritar, as coisas melhorarão? Acho que não. Não melhorarão tão cedo. Se eu pudesse, trocaria de lugar com você...", sussurrei, frustrado. "Daria tudo para ter você de volta. Por que você tem que ir agora? Ainda está tão cedo, babe", solucei. "Desculpe, já não sei mais o que estou falando, só não quero... Não quero te perder. Cristo! Não posso te perder. O que vai ser de mim? Não quero dar adeus, não quero que você vá."

Entrei em desespero e comecei a andar pelo quarto, pensando. Até que eu parei e falei, chorando, "Mas você tem que ir. Eu amo você; amo mais que tudo. Até logo. Isso não é um adeus."

Abri a porta e vi que o doutor Collins massageava as têmporas. Devia ser difícil ver cenas como essa acontecerem. Haviam mais dois médicos e uma enfermeira com ele, provavelmente para dar suporte e ajudar.

Nós entramos silenciosamente; eles estavam respeitando minha tristeza e luto ali. Fiquei relativamente próximo, sem conseguir parar de soluçar.

Os médicos já estavam se preparando para desligar todos os aparelhos e retirar os tubos de Louis quando eu o vi se mover. Sutilmente, os pés deram sinais de movimento.

"Ele se mexeu! Eu vi!", gritei. "Pelo amor de Deus, não desliguem! Ele está vivo, não desliguem!"

Eu não estava louco. Eu sabia que não havia sido uma alucinação.

"Os movimentos não são tão anormais assim, querido. Desculpe, pequeno. Ele está realmente... Você sabe. Às vezes acontece de a pessoa dar alguns espasmos mesmo depois de estar...", uma enfermeira falou docemente. Eu assenti, ainda mais triste por causa dos dois segundos de esperança, que agora havia sido esmagada.

Então, eles retiraram tudo. Todos juntos, sincronizados, como se tivessem sido treinados para... Aquilo.

Em um segundo, tudo o que eu tinha se foi.

Louis era tudo o que eu tinha. Não havia sobrado mais nada.

Subitamente lembrei-me de outra coisa e aproveitei o fato de que a equipe médica havia virado para o lado oposto ao que Louis e eu estávamos.

"Uma promessa por uma promessa, meu amor", sussurrei, segurando a mão de Louis, já sem vida. "Espero que você esteja aqui. Sempre comigo, não é?", sorri e saí do quarto.


~*~


Nota da autora:

Pois é, acabou.

Já vou explicar que acho que isso não acontece na vida real, mas isso é uma ***fanfiction***, então, por causa do plot, acontece. Yeah, tava planejado, heheh.

keeping promises (even though it is really hard to) | l.s | short-ficWhere stories live. Discover now