04. you are fire, but your blue eyes are brighter

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"Eu sei!", Louis exclamou. "Está quase, espere!"

"Vamos, está tão fácil", falei e fingi dormir. Depois, fiz meus dedos ficarem em forma de garras e ataquei-me, simulando um assassinato.

"A Nightmare on Elm Street!*", ele gritou, apontando o dedo para mim como se dissesse 'estou certo e sou melhor que você'.

O cenário era o seguinte: dois adolescentes no meio da calçada brincando de mímica, envoltos em uma bolha onde só eles existiam, enquanto outras centenas de pessoas passavam e nem sequer percebiam o que estava acontecendo.

"Finalmente!"

"Nem vem, você demorou muito mais para descobrir o meu, babe", Louis se defendeu.

"Claro, seus filmes são muito mais difíceis."

"I, robot** é muito fácil, idiota."

"Esse é fácil, mas você nem sabe imitar o filme."

"Disse o ator profissional que perdeu o papel principal na peça da escola para o James", ele atacou.

"Já faz três anos! E a professora não gostava de mim", argumentei. "Minha mãe disse que ela já deu aula pra mim quando eu era menor e que desde aquela época ela já me odiava."

"Quanta desculpa!", zombou. "E, olha, acho que você merecia um prêmio por perder para ele, porque James era péssimo."

"Odeio você", cruzei os braços e ofereci um olhar severo.

"Se você soubesse o quanto fica fofo fazendo isso", ele murmurou e eu corei.

"Cala a boca."

"Que mal-educado! Cadê meu Harry, sempre-tão-doce-Harry?"

"Peguei sua doença. Ser rude é contagioso."

"Tô me sentindo ofendido. Vou embora desse jeito", Louis ameaçou dar um passo e eu, por instinto, segurei a mão dele.

"Amo você", soprei, ficando de costas para ele e inclinando a cabeça para dar um beijo em sua bochecha. Nós tínhamos quase a mesma altura, de modo que ele teve que erguer o braço acima do próprio ombro para descansar a mão no meu.

Louis pendeu a cabeça até ficar a poucos centímetros de meu ouvido e sussurrou, "Eu também te amo, baby cakes."

Se a sensação que eu tive quando Louis me chamou para sair foi a de explodir em milhões de pedaços, essa foi a de que meu coração estava a 2000 batidas por minuto.

O sentimento era de que eu estava aquecendo por dentro. Parecia que meus órgãos estavam derretendo com a felicidade que eu estava sentindo. Eu nem conseguia disfarçar minhas mãos tremendo.

Juro, eu estava completo. Se eu morresse naquele instante, morreria feliz.

"Enquanto nosso táxi não chega, vamos brincar de uma coisa?", ele perguntou, sorrindo.

"Brincar de...?"

"É assim: por exemplo, eu faço uma pergunta e você responde. Aí, se a resposta estiver certa, eu te dou um beijo e se tiver errada, você tem que fazer o que eu mandar."

"Mas que tipo de pergunta? Porque a gente se conhece faz 3 séculos... Vamos saber todas as respostas e vamos nos beijar toda hora."

"É esse o ponto", ele respondeu.

"Oh", soltei, entendendo o que ele quis dizer. Ele sorriu.

A nossa brincadeira acabou depois de muitos beijos com um "nosso táxi chegou", comigo sendo gentilmente empurrado na direção do automóvel pelos ombros, de quebra recebendo alguns apertos carinhosos.


[...]


Depois de brincadeiras esquisitas entre Louis e eu, e olhares rígidos por parte do taxista, nós finalmente chegamos à London Eye. A fila não estava tão grande naquele horário, então não demoramos a entrar na cabine.

Durante a viagem, Louis, que tinha medo de altura, nem pareceu notar enquanto subíamos os mais de cem metros, distraindo-se ora com a paisagem, ora comigo.

"Olha como a vista é linda da roda gigante... É tão grande", suspirou.

ou

"Gosto dos seus cachos. São tão fofos. Combinam com você", ele disse, colocando a mão entre os fios do meu cabelo e mexendo a mão.

ou

"Eu já falei que suas covinhas são as coisas mais fofas desse mundo?", ele afundou o dedo em minha bochecha quando eu sorri com o que ele falou.

ou

Em um momento, Louis abraçou-me de lado e falou, "Se casa é onde o coração está, então você é a minha casa."

Eu estava prestes a explodir de tanto amor.


[...]


"Meus planos de um encontro decente deram certo?", Lou indagou, encostando-se na parede ao meu lado, enquanto eu tentava encaixar a chave de casa na fechadura. "Você sabe que eu sou um merda nessas coisas de ser romântico."

"Babe, não faz cinco minutos que você parou o táxi para comprar uma rosa na floricultura", ergui a mão esquerda indicando-a. "E nós já estávamos voltando para casa", acrescentei.

"Só quero ter certeza de que você gostou", murmurou envergonhado, encarando o chão.

Consegui abrir a porta e puxei-o pela mão, fechando-a logo em seguida, "Eu amei, sweet."

"É só que... Você é tão especial, eu queria fazer algo que te marcasse, sabe?", explicou-se.

"E conseguiu, Lou."

Louis encarou o interior da minha casa e franziu o cenho, "Cadê a tia Anne e a Gemma?", perguntou, inclinando a cabeça na direção da cozinha.

"Minha mãe foi à casa do Robin. Gemma não volta esse final de semana; disse que a faculdade tá ocupando todo o tempo dela."

"Oh", Louis falou, aproximando-se de mim. "Então a casa é só nossa, hm?"

"Yeah, apenas nossa", sussurrei. Ele havia colocado suas duas pequenas mãos na minha nuca e só esse contato foi capaz de baixar meu tom de voz.

Ele tracejou meus lábios com o polegar, sussurrando, "Você é lindo, anjo."

Em resposta, dei um beijo rápido em seu dedo e uni nossos lábios. Louis aprofundou o beijo e eu o acompanhei. Estávamos cada vez mais ávidos por mais contato.

Eu sabia o que ia acontecer. Ponderei e rapidamente cheguei a uma conclusão: eu deixaria chegar àquele ponto, mesmo que fosse apenas o nosso primeiro encontro.

Afinal, era Louis.

Louis, o meu melhor amigo já fazia 8 anos. Louis, o garoto por quem eu era apaixonado havia dois anos. Louis William Tomlinson, o dono dos olhos azuis mais brilhantes que eu já havia visto.

Eu tinha a certeza de que ele não me abandonaria no dia seguinte.


~*~


* - A Hora do Pesadelo na tradução brasileira. Prefiro o título em inglês, tbh.

** - Eu, Robô.


keeping promises (even though it is really hard to) | l.s | short-ficWhere stories live. Discover now