Capítulo 28:

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Thomas narrando:

-Okay, Thomas. Você venceu. Me diga o que você quer. -Megan fala.

-Por que? Desde que você chegou Carly foi legal contigo, e você só humilhava ela. Por que? A Juh mal chegou, e você já conseguiu arranjar briga com ela. Por que? Qual o seu motivo de ser assim? -pergunto.

-O que te faz achar que eu tenho um motivo pra ser assim?

-Ninguém é tão revoltada por nada. - respondo.  -Agora é a tua vez de responder.

-Okay. -ela fala e suspira fundo.  -Temos que fazer barreiras pra conseguirmos viver sem ser feridos, Thomas.

-Como assim? -pergunto.

-O que você achava? -ela pergunta sorrindo.  -Que eu iria vim morar com vocês, e ía sorrir até pro vento? Que ía tratar Carly como mãe? Não. Não é bem assim, Thomas. Eu sinto muito, mas eu não consigo confiar em vocês.

-Por que? O que te fez ser assim?

-POR QUE EU NÃO SOU VOCÊ! -ela grita e lágrimas preenchem as bochechas dela.  -Eu não fui criada como você, eu não tive pais legais. Eu nunca tive algo que queria, nenhum abraço quando mais precisava.

-O que eles fizeram com você? Pequena. -eu falo vendo ela chorando na minha frente.

-Tudo o que eu sempre quis só era minha mãe, que ela me visse, me contasse uma história. -ela fala e dá um sorriso irônico. -Mas não...ela estava em um dos hotéis se prostituindo enquanto eu apanhava do meu pai bêbado. -ela fala e eu fico boquiaberto.

-Eu sinto muito. -eu falo e fico olhando pra ela.

-Pouco me importa.  -ela fala enchugando as lágrimas.  -Você pode até falar isso...mas você não sentiu isso na pele!

-A rejeição...sim, eu senti. -eu falo e ela fica me olhando.  -Minha vida não foi um sonho como você imagina, Megan. Eu sofri um acidente de carro com a minha irmã, o motorista do meu pai morreu na hora...assim como a minha irmã.

-Ma...

-Eu fiquei em cerca de quatro anos precisando de uma moleta pra andar. -eu falo interrompendo ela.  -Depois do acidente, meu pai vivia viajando. Eu acho que ele queria que eu estivesse morrido no lugar da minha irmã. -eu falo e Megan fica prestando atenção em cada palavra.  -Ele me deixava com os sócios dele enquanto viajava. Então quando ele resolveu ir pra Chicago, ele me deixou na casa de Edward, o pai de Carly. -falo sorrindo. -Eu conheci Carly, ela era a única que me olhava diferente, eu não via pena no olhar dela. Então viramos melhores amigos, depois namorados. Eu sempre ficava pensando...meu pai vivia viajando pra não me ver, e minha mãe me abandonou no mesmo dia que eu nasci. Isso me deu vários motivos pra me revoltar, mas eu fiz ao contrário, provei que nada do que aconteceu fez com que eu mudasse. E eu sou muito feliz do jeito que eu sou. E você, Megan? É feliz assim? -eu pergunto, ela nesse momento está sem nenhumas palavras, somente me olhando.

-Não. Mas como eu seria se dêsse a chance de amar as pessoas? -ela pergunta. 

-Bem melhor que agora. Eu se eu não desse a chance de amar a Carly...eu não seria a metade da pessoa que sou hoje. A Carly conseguiu algo que nem eu mesmo consegui, foi ela quem fez eu fazer fisioterapi...

-Não existem muitas pessoas que nem ela, e eu não quero poder realmente saber disso. Eu não quero ser ferida, Thomas. -ela fala me interrompendo.

-Isso só depende de você, Meg.  O que você acha melhor? Viver sem saber o que é amar por medo de se machucar. Ou ser maguada algumas vezes, "SE" você relmente for, e ser feliz?

-Está vendo...foi por isto que Carly se apaixonou por você. Você é incrível, mas se escondia atrás das moletas.

-Sim. E você...não está se escondendo também? -pergunto.

-Talvez. -ela fala.

-Qual é...eu e a Carly não vamos desisti de você! -eu falo abraçando ela.

-Eu já percebi isso. -ela fala sorrindo.

-Quer voltar pra sala? -eu pergunto e ela concorda com a cabeça. Eu coloco a mão na cintura dela e voltamos pra sala. 

-Não espere nada de mim. -ela fala quando chegamos na sala.  -Oi.

-Oi. -Sam, Deynel e Gus falam juntos.

-Cadê a Carly? -pergunto quando não vejo ela.

-Ela foi pro quarto. -Sam responde enquanto dança com Juh.

-Eu volto já. -eu falo e beijo a testa de Megan. Quando eu chego no quarto vejo Carly deitada olhando pro nada.

-Carly? -eu falo e ela sorri ao me ver.

-Oi. -ela fala baixinho.

-Está tudo bem? -eu pergunto e me sento ao lado dela.

-Sim. Só estou um pouco cansada. -ela fala. Carly parece um pouco pálida, ela da um sorriso pra mim e fica piscando os olhos devagar.

-Você se alimentou hoje? -pergunto.

-De manhã eu...hum, não, eu saí atrasada pra faculdade. -ela fala se lembrando.

-Almoçou? -pergunto.

-Também não. -ela fala sorrindo.

-Lanchou? -pergunto erguendo a sobrancelha.

-Muito menos. -ela fala e suspira fundo.

-Então, é isso. Vem, eu faço um lanche pra você. -eu falo e ela faz careta.

-Não. Eu estou bem aqui. Não estou com fome.  -ela fala.

-Come sem estar com fome mesmo. -eu falo e puxo ela pelo braço. Ela se levanta e suspira fundo.

-Eu n...-ela se desequilibra e eu seguro ela.

-Carly? Carly, você está bem? -pergunto segurando ela.

-Eu estava quase desmaiando. -ela fala e eu suspiro fundo.

-Você vai comer querendo ou não. -eu falo em um tom de voz firme e pego ela no braço.

-Isso já está virando rotina, você está me pegando muito no braço. -ela fala enquanto eu caminho com ela.

-Para de manha, você gosta. -eu falo e ela sorri. Eu não ía deixar ela caminhar depois de ter quase desmaiado...não ía mesmo! Eu entro na cozinha e coloco Carly na cadeira.

-Obrigada. -ela fala.

-O que vai quer pra comer? -pergunto e vou em direção da geladeira.

-Bolo. -ela fala e boceja com sono. Eu abro a geladeira e pego o bolo com a jarra de suco, eu coloco um pedaço de bolo em um prato e dou pra ela. Eu pego um copo e encho de suco.

-Aqui. -eu falo e dou o suco pra ela. Eu guardo o outro bolo e a jarra de suco na geladeira, e me sento de frente pra Carly.

-Você até que é um bom marido. -ela fala e bebe pouco de suco.

-Você tem muita sorte de ter se casado comigo. -eu falo e ela rí.

-Eu quase que me engasgo. -ela fala quando engole o suco.

-Foi mal. -eu falo dando de ombros.  -Mas eu não vou ser um bom marido quando eu te ver passando mal por não ter comido, entendeu? -pergunto em um tom de voz sério.

-Sim senhor. -ela fala e coloca a mão na testa sorrindo, imitando um soldado.

-Eu estou falando sério, Carly. -eu falo sem rí do ato dela.

-Okay. Okay. -ela fala e começa a comer o bolo.

-Não quero ver nenhum farelo. -eu falo e ela reclama algo baixinho.

-Mas o bolo que você me deu é enorme. -ela fala de boca cheia.

-Isso mesmo! E não reclama não! -eu falo e ela faz bico. Eu dou um sorriso pra ela e fico olhando ela comer.

Será que seremos tão perfeitos juntos como imaginávamos?Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon