Carly narrando:
Estou acorrentada em uma cadeira. O lugar é horrível, parece o cenário do quarto vermelho de dor do livro cinquenta tons de cinza. Mas além de chicotes e outras coisas, também tem facão, cerra elétrica, cordas, pistolas, tudo pra se torturar uma pessoa.
Meu rosto tem alguns hematomas, que Jhonatan fez questão de pegar um espelho pra mim me ver. Se tem uma coisa que eu não tenho certeza...é se eu vou sair daqui viva com meu bebê.
Thomas narrando:
Já vai fazer quase 24 horas que Carly está desaparecida. Meu sangue ferve com os policiais que não querem ir atrás dela, falaram que só pode daqui à vinte e quatro horas.
Meus olhos estão inchados, estou sem forças até pra comer. Eu não sei se a minha baixinha pode estar viva agora. Eu me assusto com o meu celular vibrando e suspiro fundo. Deve ser os pais de Carly, estão todos atrás dela. Pego o meu celular e paraliso quando vejo de quem é a mensagem:
Carly: Então...ela faz muita falta? Como eu não sou uma pessoa ruim, eu vou te dar um dica: pense em um lugar especial para vocês, tenta lembrar daquele dia que você sequestrou a Carly pra um jantar romântico. Se você não for tão lerdo, te peço que venha sozinho...é a vida da Carly! E perca suas esperanças, aqui eu tenho mil e umas maneiras de matar ela quando eu bem entender...mas não seria justo se você não estivesse aqui pra ver, certo? -19:55.
-O que houve? -Megan pergunta com os olhos marejados. -Por que você está pálido? E a Carly?
-Eu acho que encontrei ela. -eu falo me levantando.
-Eu vou com você! -ela fala prendendo o cabelo.
-Não. Você não foi convidada! -eu falo e vou pra cozinha pegar a chave do meu carro.
Carly narrando:
Eu não aguento mais. Minha boca está sangrando, minha visão está embaçada, eu estou cansada. Pelo menos meu bebê está vivo...por enquanto.
-Então...e a minha Emy? Como ela está? -ele pergunta e eu fecho os meus olhos. Eu não aguento mais.
-Me mata logo. -eu falo. Eu sei que eu não vou sair daqui viva, disso eu tenho certeza. Ele só quer me fazer sofrer mais do que vou.
-O Thomas ainda não chegou. -ele fala e me olha com um sorriso malicioso. Meu estômago embrulha. Lágrimas descem dos meus olhos.
-Fique longe de mim, p-por favor. -eu falo chorando.
-Por que faria isso? -ele pergunta com um sorriso malicioso se aproximando de mim. -Se você não tivesse entrado na minha vida quatro anos atrás, eu não estaria aqui.
-P-por favor. -eu falo com a voz embargada e ele se aproxima mais de mim.
-Como eu desperdicei isso à quatro anos atrás? -ele pergunta topando nos meus seios. Eu começo a chorar, não tenho como me defender, minhas mãos estão amarradas.
-Você não desperdiçou, eu que não deixei. -eu falo e sinto a mão dele fechada atingir minhas bochechas com força.
-Você não está em uma situação muito boa pra estar falando! -ele fala com raiva e rasga minha blusa. Ele ía começar a morder meus mamilos, mas Thomas aparece de nada. Que broco! Por que ele não veio de surpresa e pegou o desgraçado do Jhonatan?
-Me surpreende você ter descobrido o esconderijo! -Jhonatan fala olhando pra Thomas. -Bem...não é muito longe do lugar que vocês fizeram o jantar.
-Solta ela. Eu te dou o que quiser. Até eu mesmo. -Thomas fala cansado. Ele parece mais magro, está pálido e com uma expressão exausto e depressiva.
-Mas eu já tenho o que eu quero. -Jhonatan fala sorrindo e coloca uma arma na minha cabeça. Eu fico boquiaberta e volto a respirar devagar.
-Mas e depois? Em? -Thomas pergunta pra ganhar tempo. -Eu tenho uma empresa ótima, dinheiro. Solta ela Jhonatan.
-Ela devia estar morta a muito tempo! Mas quero que você sinta o que eu senti, como é ruim perder alguém! -Jhonatan fala amargurado pra Thomas.
-Quem você perdeu? -pergunto com raiva. -A Emy? Quando você teve ela!? Você só fez mal pra ela!
-CALA A BOCA! -ele grita. -Se você não tivesse ido lá, eu ainda estaria com a minha filha!
-Você só consegue fazer mal para os outros! -Thomas fala. -E a Emy? Pense nela! O que ela vai pensar quando souber que você matou a irmã dela?
-Vai ficar muito grata quando souber que essa vadia fez o pai dela ser preso! -ele fala roçando a arma na minha cabeça.
-P-por favor. -falo chorando.
-Eu fui bonzinho até de mais com você. Deixei você ver a pessoa que você ama antes de partir. -ele fala e eu olho pra Thomas que está com os olhos marejados.
Se eu estivesse ouvido ele. Se eu não tivesse saído de casa. Eu coloco a mão na minha barriga e lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto. Meu bebê nem veio ao mundo. Eu olho pra Thomas e dou um sorriso meigo pra ele. Suspiro sabendo que deve ser a última vez que eu farei isso, Jhonatan nunca vai me deixar sair daqui viva, e tenho medo que não deixe o Thomas também.
Então escuto a arma sendo disparada.
