capítulo 3

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Ao chegar em casa naquele dia me deparei com tudo escuro.

Por um minuto imaginei que tinha esquecido de pagar a conta de luz e por isso tinham cortado. Mas foi só eu colocar a chave na mesinha de centro da sala que entendi o que estava acontecendo.

O Erik - meu namorado - estava apoiado na frente da ilha da cozinha me encarando com um sorriso no rosto. Logo à frente dele, a minha mesa de jantar estava com alguns pratos organizados e um balão em forma de coração flutuando no meio.

Sorri ao ver aquilo tudo e fui em direção ao mesmo lhe dar um beijo de agradecimento. Fazia alguns dias que eu não o via. Tanto por minha agenda estar lotada de coisas para fazer durante o dia, como também porque ele tinha viajado a trabalho.

Mas agora, depois de quase duas semanas sem nos vermos, ele queria recuperar o tempo perdido. E claro que teria que ser do jeito mais "Erik" possível.

— Sente-se! Eu vou tirar o nosso jantar do forno. — Disse puxando a cadeira para mim.

— Você cozinhou? — Perguntei surpresa, pois, cozinha e Erik são duas coisas que não combinam.

— Tentei dar o meu melhor... — Sorriu envergonhado.

Me sentei na cadeira me sentido a mulher mais sortuda do mundo por tê-lo ao meu lado. Pois, aquele era um dia comum. Não era nosso aniversário de namoro ou coisa parecida. E mesmo assim, ele havia feito tudo isso.

Erik se sentou à minha frente e sorrindo sem mostrar os dentes, falou:

— Você sempre me disse que uma das coisas que você mais sentia falta depois que ficou famosa, era comer espaguete ao molho vermelho. — Ele abriu a garrafa de champanhe enquanto falava.

— Por isso, eu pesquisei a receita e treinei durante essas semanas... Até fazer o melhor espaguete. — O olhei admirada, sem conseguir disfarçar o sorriso.

— Você ficou treinando fazer espaguete por mim? — Minha voz saiu como a de uma adolescente boba apaixonada. Mas naquele momento eu estava mesmo. Completamente apaixonada.

Erik assentiu calmamente. Seus olhos verdes estavam brilhando. Eu nunca havia os visto assim.

Senti meu coração aquecer quando ele pegou em minha mão cuidadosamente e depositou um beijo quente e calmo.

Eu nunca havia me sentido tão amada como naquele momento. Não que o Erik fosse do tipo de me desprezar ou de não ter atos românticos. Mas, o fato era que ele estava muito mais romântico que o normal.

Talvez a saudade tenha tido uma parcela de culpa nisso. Pois realmente fazia muito tempo que eu não o via. Mas de todo modo, eu estava adorando aquilo.

— Espero que goste. — Disse após se levantar e colocar dois pratos com espaguete em cima da mesa.

Sorri e em seguida peguei um garfo para provar aquela belezura que estava com uma cara ótima. E realmente... Estava ótimo.
Erik sorriu ao ver que eu tinha gostado e se sentou na mesa logo depois para provar do seu espaguete também.

Passamos o resto da noite conversando, rindo e matando a saudade um do outro. Fazia tanto tempo que não tínhamos uma noite assim, que desejei que ela não chegasse ao fim.

Depois de comermos, Erik foi lavar a louça enquanto eu ajeitava a mesa do outro lado da cozinha.

— Você deveria fazer esse espaguete mais vezes. — Ele me olhou de relance e sorriu.

— Se eu pudesse estar aqui todas as noites, com certeza faria.

— Vai viajar de novo? — Não consegui disfarçar a minha cara de tristeza quando perguntei.

Erik parou de lavar os pratos e veio em minha direção.

— Sim... — Suspirei entristecida. — Mas não vai ser por muito tempo. E eu irei apenas no mês que vem.

— Então temos esse mês inteiro para aproveitar? — Meus olhos brilharam.

— Sim. — Sorriu, e com sua mão, afastou uma mecha do meu cabelo para poder beijar minha bochecha.

Ficamos alguns minutos abraçados até voltarmos a arrumar as coisas na cozinha. Depois de tudo estar limpo e em seu devido lugar, subimos as escadas em direção ao meu quarto.

E foi aí que meu queixo caiu.

Meu quarto estava repleto de pétalas de rosas e velas acesas. Minha cama tinha um urso tamanho gigante e um buquê de flores enorme ao lado dele.

Fiquei tão surpresa que não consegui dizer uma palavra sequer. Eu estava muito impressionada.

Caminhei em direção a cama e quando me virei para agradecer ao Erik por tudo aquilo, o vi ajoelhado com uma caixinha vermelha em mãos.

Levei minha mão a boca. Aquilo não poderia estar acontecendo.

— Eu sei que você é uma pessoa que gosta de ter tudo na sua vida planejado. Cada passo. Cada instante. E por isso, eu esperei tanto tempo para este momento. — Começou a falar enquanto minhas lágrimas caiam vagarosamente em meu rosto. — Já faz 4 anos que te conheço, e que sei que você é o amor da minha vida. Para algumas pessoas precisa-se de mais alguns anos até ter a certeza disso, mas para mim precisou apenas de alguns minutos. Desde o dia em que te conheci. Desde o dia em que você entrou na minha vida, Anabel. Eu tive a certeza, que você era a mulher que eu sempre sonhei. E é a mulher que eu quero ver no altar junto a mim. E por isso, eu quero te fazer esta pergunta...

Ele abriu a caixinha cuidadosamente, mostrando um lindo anel de noivado com detalhes pequenos de diamantes no meio, e sorriu para mim.

— Você aceita se casar comigo?

Entre amores e sapatos [Em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora