my sexy boss || louis tomlinson

Fique calada e eu irei te contar.

— A previsão é de muita chuva, frio e nevada para os próximos sete dias. Então, evitem sair de casa sem necessidade e se saírem procurem ir a pé ou correrão o risco de deixarem seus carros no meio da estrada. Isso é tudo, voltamos aos estúdios com Philip Kyles. —desliguei o rádio assim que o homem do tempo se despediu.

Como ele havia dito, estava frio, porém, ainda sem chuva. Minha vontade era de ficar o dia todo ou talvez ou próximo sete dias, embaixo dos cobertores, aquecida e sem ver ninguém. Mas, infelizmente, eu tinha algumas obrigações e elas não poderiam ser deixadas para depois. O banho naquela manhã foi literalmente um flash. Apenas fiz uma higiene rápida, joguei água no rosto e em questão de minutos eu já me encontrava enrolada na toalha. Arrumei-me mais rápido ainda, vestindo um jeans escuro, duas blusas de mangas compridas, sobre tudo preto, touca e botas. Só não coloquei luvas por que seria exagerado, mas tinha certeza que elas iriam ser necessárias em dias. Passei um gloss rosinha nos lábios e nada mais do que isso. Eu não tinha calma para maquiar-me no calor, menos ainda no frio. Peguei a minha bolsa transversal em cima da cama e saí do quarto sem vontade. As portas dos quartos de Micaela e de mamãe estavam fechadas e eu senti inveja por não poder continuar dormindo.

Era péssimo acordar cedo, ainda mais porque eu não tinha conseguido dormir na noite anterior. E quando vim conseguir essa proeza, já era hora de me levantar e se arrumar. Eu sempre gostei do frio, e acredito que nessa época todos tinham que ter o direito de ficar em suas casas quentinhas, dormindo e não fazer absolutamente nada. Se eu fosse presidente, declararia essa lei; é proibido fazer qualquer coisa quando estiver frio. Quem sabe, poderia funcionar...

Meu café da manhã fora apenas um chocolate quente e alguns poucos pedaços de torrada integral. Quando terminei já estava perto das oito horas e eu teria que me apressar. Felizmente, eu não estava nem ligando para chegar atrasada naquele dia. Muito pelo contrário. Quando mais tempo demorasse a alcançar as Indústrias Tomlinson, eu ficaria feliz.

A madrugada passada serviu para que eu pudesse refletir sobre a minha vida e o que estava acontecendo com ela. Na verdade, foi mais refletir sobre o a droga do meu dia. Admito que Louis foi 90% dos meus pensamentos, e, eu odiei esse fato. Não queria estar supostamente com ciúmes, mas sempre que eu me lembrava da cena de Louis segurando a mão de Eleanor e beijando ela, um calor nervoso subia pela minha nuca. Primeiramente, porque Louis havia me beijado e me tocado mais do que deveria, será que isso não significou nada pra ele? Será que ele só queria tirar onde com a minha cara? Provar o quanto ele estava certo e o quanto eu estava entregue? Era péssimo saber que enquanto eu perdia o sono pensando em coisas fúteis, Louis poderia estar se divertindo com outra. Chegava a ser humilhante. Que droga! Eu queria ter forças para ter parado tudo antes de se tornar o que é hoje. Deveria ter cortado o mal pela raiz quando tive a chance. Todavia, eu não vou ficar pelos cantos me lamentando pelo o que aconteceu, também não derramarei lágrimas por isso. Como diz o ditado; não adianta chorar pelo leite derramado.

O que me deixava feliz era ter Zayn e Matt ao meu lado. Eu adorava os conselhos e elogios que eles me davam. Era algo que eu poderia me acostumar facilmente — se é que eu ainda não tinha acostumado.

O vento que soprava era gélido e isso causava uma irritação incômoda em meus olhos. Tanto é que, eu precisei forçar a vista para enxergar o caminho à minha frente. Suspirei aliviada quando o meu trem chegou e eu me vi fora da ventania. Ajeitei a minha touca e me sentei colocando a bolsa em meu colo.

Era até estranho ver todos os funcionários agasalhados como se quisessem se proteger de um temporal. Os ternos deram lugares a longos casacos, os saltos foram trocados por botas de cano auto e sinceramente, era bem melhor daquele jeito. Caminhei até o elevador, que custou um pouco a descer, e esperei até que suas portas abrissem. Quando isso finalmente aconteceu, eu corri para ser a única a ficar ali dentro por segundos. Fiquei estralando os dedos repetidas vezes até o elevador parar e eu poder sair. Passei as mãos por meu cabelo e arrumei-os sobre minha roupa. A porta do escritório de Zayn estava toda aberta, sorri ao vê-lo colar a nuca e tentar escrever algo no papel.