Capítulo Vinte e Quatro

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      Belinda sorriu para os ruivos de modo convencido.
-A Belinda, quando eu levei as meias, os calções já estavam pendurados. —George bufou e tirou um galeão do bolso, jogando para a amiga.
-Como você conseguiu, Lestrange? —Freddie questionou ao lhe entregar um galeão.
-Depois que eu consegui fazer um dos primeiranistas comer uma das vomitilhas de vocês, foi fácil.
-Você usou nossos produtos pra ganhar uma aposta contra a gente? —Questionaram juntos.
-A única regra era não ser pega. —Sorriu abertamente. —Eu não fui.
-Isso é roubo. —George bateu o pé.
-É trapaça. —Freddie concordou.
-Não, é uma aposta da qual os reis das pegadinhas perderam e não querem pagar. —Se defendeu. —Agora parem de reclamar.
      O trio conversou por um longo tempo, até Coren e Murilo se jogarem perto, depois de uns trinta minutos os ruivos disseram que tinham outra coisa pra fazer e foram embora.
-Cadê meu galeão, Lestrange? —Marcos disse estendendo a mão e a menina bufou.

      Belinda se moveu lentamente pelo corredor que dava acesso a masmorra do gabinete de Filch, esperou por pouco mais de dez minutos e o homem saiu resmungando sobre as pestes sujas que viviam no castelo, riu tranquilamente e aproveitou para invadir a sala. Ao passar pela porta e fechar atrás de si foi surpreendida por Madame Norra, que pulou em sua perna.
-Gata Maldita! —Sibilou a menina e puxou a varinha, fazendo um feitiço para a gata dormir e ela cambaleou, até cair no chão.
      Belinda encarou sua perna e viu o sangue escorrer, se xingou por não ter percebido a gata e praguejou, mas rapidamente foi até o armário do zelador e jogou os calções dentro da mochila, em seguida foi até Madame Norra e limpou o sangue de suas patas, observou a sala com cuidado e saiu em seguida, segura que não deixara nada para trás que indicasse sua visita. Correu para a masmorra onde combinara com Marcos e o encontrou sentado no chão, ele encarou a perna da menina e fez careta.
-O que foi isso? —Quis saber o rapaz, já puxando a varinha.
-Aquela gata desgraçada. —Disse franzindo o cenho.
-Fica quieta. —Mandou ele.
-Rápido, temos que fazer isso antes que percebam. —Instruiu, olhando para a porta.
      Belinda sentiu um formigamento quente na panturrilha onde estava ferida e logo Coren se colocou de pé, sorrindo com tranquilidade.
-Pronto. —Disse pegando a mochila da amiga e começando a retirar os calções. —Mas que porra é essa? —Questionou ao encarar um calção com estampa de abobóras.
-Nosso zelador tem a própria moda. —Coren gargalhou com o comentário da menina.
-Deixa eu ir logo. —Bagunçou o cabelo da amiga e ela foi embora.
      Belinda foi para a biblioteca, onde encontrou Hermione, a garota já estava dobrando para ir embora quando ouviu a castanha chamando.
-Lestrange. —Tocou no ombro de Belinda, que virou dando um sorriso pequeno. —Pra onde você tava indo?
-Pegar um livro que fale sobre dragões. —Mentiu.
-Pra que você quer saber sobre dragões?
-Eu os acho fascinantes. —Deu de ombros e se deixou ser guiada pela outra, até um dos corredores de livros.
      Hermione pegou um livro sobre dragões e passou para Belinda, que sorriu e acabou por se jogar em uma mesa, na companhia da outra. As duas conversaram por algum tempo e depois se concentraram na leitura.

-Eu tenho que começar a pagar só vinte por cento. —Disse ela, fazendo Murilo gargalhar.
-Porra nenhuma. —Coren bufou. —Quem quase foi pego pela professora McGonagall fui eu.
-De idiota. —Belinda sentiu o tapa que ele dera em sua perna. —Cretino!
-Me paga logo. —Belinda pegou um galeão e passou pro amigo, que o analisou e depois colocou no bolso. —É sempre um prazer fazer negócios com você, senhorita Lestrange.
-É, você foi útil. —Sorriu ela.
-Se os gêmeos sabem que o Marcos te ajudou, eles matam você. —Murilo comentou tranquilamente.
-Se eles descobrem, é provável que ME pendurem na baliza do campo de quaribol. —Eles riram.
-Não duvido nada disso. —Marcos concordou.
-É dos gêmeos Weasley que a gente tá falando. —Murilo sorriu. —Só um idiota duvida daqueles dois.

      Draco encarou Crebby e o viu comendo, o que provavelmente era o sexto bolinho de creme da noite.
-Você não cansa de comer? —Resmungou Malfoy.
-É que tá gostoso. —Disse o rapaz e o loiro bufou.
      Malfoy ergueu os olhos e viu Belinda sorrir para Granger, mas sem muito entusiasmo, logo se colocando de pé e seguindo para fora do Grande Salão, sem nem mesmo olhar pra ele, encontrando Tayner na porta e indo embora. O loiro bufou e voltou a atenção para Pansy, que estava toda derretida para seu lado.
-Vamos dar uma volta, Pansy. —Chamou ele ao se colocar de pé.
      Parkinson se colocou de pé em um salto e agarrou seu braço, Blaise encarou o amigo e riu.

      Belinda sentou na janela com Tayner, que riu ao saber como ela e os gêmeos armaram para Filch.
-Aquele cara é um saco. —O loiro resmungou.
-Sem falar daquela gata. Argh.
-Eu achei que tivessem sido os gêmeos.
-George pegou meias e Freddie camisa. —Riu ela. —Provavelmente não encontraram mais calções. —O loiro gargalhou.
-Você pegou pelo menos uns oito.
-Na verdade foram mais, eu acho. —Ela franziu o cenho e ele apertou com o indicador, a fazendo sorrir. —Eu simplesmente peguei todas que encontrei em uma gaveta do armário dele, depois fui embora.
-E deu o trabalho sujo para o Marcos.
-Metade dele. —Se defendeu rindo. —O perigo ia além, já pensou se Filch voltasse na hora?
-Já pensou se alguém pegasse o outro colocando a bandeira no campo de quadribol?
-Sinto muito colocar seu namoradinho em perigo.
-Teu cú. —Disse ele, a fazendo rir.
-Você o trata como se fosse. —Deu de ombros de brincadeira.
-Não, o trato como se ele fosse a mulher da relação. —Sua postura era séria, mas o olhos eram brincalhões e o sorriso zombeteiro.
-Palhaço.
-Falando nisso, já superou sua aversão por palhaços?
-Não mesmo. —Balançou a cabeça. —Eles são irritantes.
      Belinda escutou uma risada animada e ergueu os olhos, se deparando com uma Pansy quase saltitante e com Draco, que caminhava leve e despreocupado, mas não tinha nem um terço da animação da menina ao seu lado.
      Os olhares se cruzaram por um tempo e Belinda encarou Parkinson, depois desviou para Malfoy novamente e ergue uma sobrancelha, de forma interrogativa.
      Draco poderia ignora-la ou fingir que nada acontecera, assim como ela parecia se dispôr a fazer o mesmo, então deu de ombros e um sorriso de canto, a fazendo rolar os olhos.
-Vamos Draquinho. —Pansy o arrastou para as escadas.
      Douglas encarou a cena e depois olhou para Belinda, arregalou os olhos, fingindo choque.
-Você e o Malfoy tão na boa mesmo, né?
-Sei lá. —Deu de ombros.
-Explica.
-Estavámos na boa, mas acabamos brigando. —Bufou.
-E você parece disposta a passar por cima disso. —Ele a olho nos olhos e ela suspirou.
-Draco é melhor do que parece. —Sorriu um pouquinho. —Pode ser um grande idiota, isso ninguém tem a menor dúvida, mas ele sabe ser legal quando quer.
-Só que é estranho ver vocês assim.
-Por que?
-Porque até algum tempo atrás vocês nem davam as costas um pro outro porque sabiam que teria um ataque. —Ele fez careta. —E não se encaravam muito que dava briga.
      Belinda sorriu e baixou a cabeça, coçando a testa de leve e depois o encarou novamente.
-Draco mora na mesma casa que eu. —Ela suspirou. —Sei que todo mundo odeia o Draco, não sou idiota, mas se eu não me der bem com ele, o que você acha que vai acontecer comigo durante as férias?
       Tayner se calou por um momento e recordou o que Lucius havia feito, o rosto machucado e a raiva nos olhos da amiga. Ele lembrou dela dizer que Draco a ajudara e suspirou, se dando por vencido.
-Vocês não conseguem ficar juntos, mas também não conseguem se separar, em?
-Falou como se Draco e eu fossemos um casal.
-Você disse que relação de melhores amigos é um casamento.
-Ele não é meu melhor amigo. —Fez uma caretinha confusa e depois mordeu o lábio inferior. —Nem sei mais o que somos. Amigos, primos, conhecidos...
-Colegas de cela. —Zombou o loiro, a fazendo rir.
-Também.
-Vocês se conhecem desde criança. —Deu de ombros. —E ficaram sem se falar por muito tempo, voltaram, mas não são como antes, Belinda. —Ele riu e a segurou pelos ombros. —O problema é que vocês são muito parecidos, é um mais orgulhoso que o outro.
-Você é o melhor conselheiro que alguém pode querer, Tayner.
-Eu sou O melhor que alguém pode querer. —Provocou e ela riu.
-Idiota.

      Draco a viu encostada na murada, encarando a noite escura e fria. Os olhos negros acompanhavam uma das corujas que planavam pra longe.
-Tá gostando do que tá vendo, Malfoy? —Zombou Lestrange, virando pra ele.
-Só to vendo uma idiota. —Disse sorrindo um pouco e ela riu.
-Igualmente.

A Filha Das Trevas (LIVRO 1 - COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora