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II

Se Louis pudesse classificar seu estado atual, ele diria que está apreciativo. Ele está num restaurante que foi aberto recentemente, tomando um bom vinho e com um homem lindo a sua frente. Mas ele não pode fazer isso, porque ele está definitivamente nervoso – mesmo que ele nunca irá admitir isso.

Ele esteve assim na última semana, dando um gelo em Liam e Zayn – que logo acabou quando os dois apareceram em sua porta com uma cesta de cookies e olhares pidões – se concentrando em suas pinturas, assistindo TV com sua amiga e colega de apartamento Perrie, e tentando não pensar a todo momento em Harry.

Mas ele não pôde evitar, não quando o mesmo o mandava mensagens várias vezes ao dia e insistia no jantar que ele havia dito no último encontro.

E aqui está Louis, sentado na frente de Harry – que sorri como se estivesse se divertindo, e Louis não gosta disso.

- Por que está sorrindo assim? – Louis pergunta, remexendo sua comida com o garfo e olhando para Harry com os olhos semicerrados. Eles já passaram da parte em que falam sobre si mesmos e Louis descobriu muitas coisas, como por exemplo, que Harry é advogado e chefe de Liam – ele já sabia disso, não que ele tenha perguntado a Liam tudo o que ele sabia sobre Harry - , que ele é americano, jogou futebol americano na faculdade e se formou em Yale.

- Assim como?

- Assim. – Louis gesticula, sabendo que não faz sentido algum. – Como se estivesse se divertindo.

- Mas eu estou. – Harry responde, sorrindo genuinamente e Louis quase o amaldiçoa por ter covinhas, porque Louis simplesmente não resiste a covinhas. – Você não está se divertindo?

- Eu estou. – Louis afirma, tomando um gole de seu vinho. – Não pareço estar me divertindo?

- Não em todo. – Harry responde. – Você parece nervoso.

- Pareço? – Louis dá uma risadinha, balançando a cabeça. – Por que eu pareço?

- Porque você está mordendo seu lábio inferior, e posso ver pelo movimento da toalha que está apertando suas coxas juntas e agora você segura o garfo com força e olha para mim como se pudesse me matar. – Harry diz e Louis solta o garfo, para de morder seu lábio e fica parado, xingando internamente enquanto continua a encarar Harry. – Você está nervoso.

- Você lê pessoas? – Louis diz, arqueando as sobrancelhas. – Ou eu sou transparente demais?

- Bem, os dois. – Harry responde, sorrindo e tão relaxado que isso está começando a irritar Louis. – Ajuda no trabalho.

- Ah sim. – Louis diz, recostando-se na cadeira, totalmente sem fome e disposto a jogar com Harry, mesmo sem saber que jogo eles estão jogando. – Então deve saber que eu não tenho uma decisão.

Dessa vez Harry franze a testa, seus olhos verdes curiosamente avaliando Louis, que sorri um pouco. E é verdade, ele pensou e pensou, e só conseguiu ficar ainda mais confuso. Uma parte dele que correr para longe de Harry e sua proposta tentadora, porque isso praticamente grita desastre – e outra parte quer o contrário, quer aceitar sua proposta e ir nesse mundo que ele tanto tem curiosidade, e nesse caso o desastre iminente parece extremamente tentador.

- Como assim? – Harry pergunta, sem sorrir, e Louis sabe que conseguiu pegá-lo.

- Eu não sei, estou dividido entre aceitar sua proposta ou não. – Louis responde, sorrindo. – Imagino que você poderia me ajudar?

Louis se inclina, apoiando os dois braços sobre a mesa e olhando para Harry, que passa uma mão sobre seu cabelo e fica em silêncio, sem perceber fazendo um pequeno bico em seus lábios enquanto parece pensar. E seria mais fácil para Louis se Harry não estivesse tão fodidamente gostoso em uma camisa preta que em certa luz fica transparente, revelando a pele lisa e com tatuagens, e Louis sabe que não tem qualquer chance contra isso.