Capítulo 5

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CAPÍTULO CINCO

Aguardava por Joseph que avisara que esperasse ali, próximo a casa principal. Os dois iriam até a cidade em uma loja de ferragens comprarem os materiais de que ele precisava para a reforma.

Estava nervoso por estar ali. Receava encontrar Emily. Não queria ser um pesadelo na vida da mulher. Houve paz por aquela semana em que ele esteve trabalhando e não haviam se encontrado mais. Por isso estava inquieto com a possibilidade de um iminente encontro.

Resolveu se afastar e caminhar mais adiante em direção ao celeiro. E como o destino gostava de brincar era ali que Emily se encontrava. Ela não o vira, ele estava bem escondido atrás de uma árvore enquanto ela, ao lado de um garotinho de cabelos loiros, dava banho em um cavalo marrom.

Pela primeira vez via Emily sorrir. Ficou encantado em como ela ficava mais bonita daquela forma.

— Seu pestinha! Me molhou de propósito! — ela ralhou em tom de brincadeira.

O menino que segurava a mangueira riu.

— Não, mamãe!

— Mentiroso! Vem aqui que agora eu vou te pegar! — ela ameaçou e começou a correr atrás do menino que dava voltas ao redor do animal que parecia não se abalar com a brincadeira entre mãe e filho.

Ryan assistia a tudo fascinado. A interação dos dois era afetuosa e de uma leveza incrível. Não havia visto ainda o filho de Henry e Emily. No que ele podia observar o menino era muito parecido com a mãe.

A brincadeira entre mãe e filho se estendeu até que Emily alcançasse o garoto e o derrubasse o chão. Os dois brincavam molhando um ao outro até Emily beijar o rosto do filho repetidamente.

— Para mamãe!

— Não paro! Agora é ataque de beijos — disse entre um beijo e outro no rosto, testa e pescoço do menino.

John se debatia para fugir do ataque. Naquela idade já começava a ter sua independência da mãe e não queria que a vissem o enchendo de beijos. Mas no fundo era um menino doce.

— Viu? Você não pode comigo, garotão! Se me ataca com água, eu contra-ataco com beijos.

— Isso não vale, mãe! — resmungou o menino, mas tinha um sorriso no rosto de criança feliz e amada.

— Vá pra dentro. Direto para o chuveiro, mocinho. E peça para tia Jane te ajudar a pegar sua roupa. Vou terminar de limpar a Chanty.

O forasteiro observou o menino se afastar indo para a casa principal e então seu olhar se voltou para Emily. Sentiu algo estranho ao vê-la com a roupa molhada. Um short curto claro e uma regata branca. As peças, por conta da umidade, ficavam um pouco transparentes e coladas ao corpo bem feito da professora de dança. Por mais que Ryan tentasse se refrear, seus olhos e seu instinto masculino não deixaram aquela imagem passar.

Assim como aconteceu no dia que a viu dançando algo mexeu com ele novamente. Naquele dia, talvez, se visse qualquer mulher bela dançando sensualmente como acontecera, ficaria fascinado, mas hoje, ali, era diferente. Ali estava uma mulher brincando com o filho, desprovida de qualquer vaidade. Na opinião dele, ela estava deslumbrante.

Um pensamento rapidamente passou pela cabeça de Ryan e ele o rejeitou veementemente. Estaria ele atraído por Emily? Atraído pela mulher que o odiava?

Não! Isso deveria ser efeito do tempo que ficava sem alguma companhia...

Calou seus pensamentos ao ouvir a voz de Emily:

— Então Chanty? Você é a outra mulher na vida do meu filho, acho bom cuidar bem dele, hein.

Ryan segurou o riso ao vê-la conversar com o que ele sabia agora ser uma égua.

O Segundo ForasteiroWhere stories live. Discover now