Capítulo 9

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Olá queridas. Dois capítulos hoje. Beijosss

CAPÍTULO NOVE

Depois de não conseguir pregar o olho durante a noite inteira, ouviu o canto dos pássaros, amanhecera. Levantou-se e foi tomar um banho, quem sabe a água gelada relaxasse sua mente.

Não conseguia acreditar no que havia acontecido. Havia beijado Emily. Havia realmente feito aquilo. Ele não vira aquilo na iminência de acontecer quando se deu conta já estava beijando-a. E ela correspondeu. Ela o beijou de volta. Não a principio, mas depois sim. Colocou a cabeça em baixo da água gelada. Precisava clarear as idéias.

O que aquilo significava? Provavelmente um grande erro.

Vestiu a roupa velha que usava para o trabalho, ao abrir a porta do celeiro viu John sentado na bicicleta que era sua fiel companheira.

— Oi — o menino disse.

— Oi.

— Eu trouxe o xadrez pra gente jogar.

Não sabia o que acarretara a mudança do menino, mas não iria ficar preso a suposições.

— Claro. Entra ai!

Sem se acanhar o garoto entrou no celeiro se acomodando próximo a pequena mesa.

Deveria ter recusado, afinal a mãe do garoto não o queria perto dele, mas depois do que acontecera na noite anterior jogara toda a precaução para o alto.

— Vamos jogar apenas duas partidas. Eu tenho que trabalhar — informou.

— Que tal... melhor de três? — John propôs.

Ryan teve que rir. O menino era esperto e lembrava muito a mãe. Tentou não se apegar a este fato.

— Fechado.

Jogaram duas partidas com uma vitória para casa um

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Jogaram duas partidas com uma vitória para casa um. Quando estavam na terceira partida Ryan observou o menino com mais atenção. John estava concentrado na jogada que faria, de repente olhou para Ryan e disse:

— Sei que você não quis fazer o que fez. Tio Joseph me explicou tudo.

Um nó se formou na garganta de Ryan. As crianças eram incríveis, perdoavam com muito mais facilidade do que os adultos.

— É verdade. Já fez algo imprudente que prejudicou alguém? — se viu perguntando ao menino.

— Uma vez a Srta. Hilton disse que não era para corrermos nos corredores na escola, mas eu desobedeci e corri. Abby ia saindo do banheiro, eu esbarrei nela que caiu e se machucou. Ela chorou. Eu não queria machucar ela, mas machuquei.

— Exato. Foi isso que aconteceu comigo.

O menino assentiu e voltou a focar no jogo.

— Cheque-mate!

— Eu não acredito, ganhou de novo! Você é muito bom! — Ryan disse admirado. Sempre fora muito bom naquele jogo.

Envaidecido pelo elogio John prometeu voltar no outro dia para uma revanche.

Naquele momento Joseph entrou no celeiro.

— Então é aqui que você está seu espertinho — disse brincalhão.

— Oi, tio Joseph — falou com um sorriso infantil.

— Seu danadinho. Vamos lá que sua mãe está esperando para levá-lo para a escola. Oi, Ryan — o dono da fazenda o cumprimentou. Em seguida voltou a fazer algo que Ryan já havia o visto fazer: massagear o peito.

— Está sentindo a queimação novamente, Joseph? — perguntou.

— Sim, acordei desse jeito.

— Já falei que deveria ver um médico, isso não parece normal.

— Deixa de bobeira, garoto. Isso vai passar como foi das outras vezes. Deve ser gastrite.

Não convencido, o forasteiro disse a si mesmo que assim que encontrasse Jane ou Dalila iria informar sobre essa queimação estranha que o velho teimoso não queria investigar. Era o mínimo que poderia fazer.

Em seguida John e Joseph saíram do celeiro. Ryan pegou as ferramentas e se dirigia para mais um dia de trabalho quando ouviu um grito.

Rapidamente parou. Outro grito. Era a voz de uma criança. John! Saiu correndo em direção a que ele vira os dois seguirem. A poucos metros viu John em pé e Joseph estendido no chão.

Correu alucinado até chegar até eles. John chorava. Percebeu a palidez de Joseph que estava de olhos fechados e parecia não respirar. Ajoelhou-se ao lado do homem e começou o RCP¹ imediatamente. Agradeceu por ter aprendido o método na prisão, agora poderia ajudar o amigo.

Colocou os dedos no pescoço de Joseph, na artéria carótida constatando a falta de batimentos em seguida posicionou as mãos no tórax de Joseph para começar a massagem cardíaca. Sabia que o tempo era precioso. Joseph precisava de atendimento médico o mais rápido possível.

— John? Escute-me! Pegue sua bicicleta e peça ajuda. Vá o mais rápido que puder.

O menino cessou o choro e correu para a bicicleta. Ryan se concentrou em contar as compressões cardíacas. Fez 30 e depois duas respirações boca a boca, voltou a fazer as compressões.

— Você não vai morrer, Joseph! Não vai! Não vou deixar. Respire! Respire!

Logo sentiu os funcionários correndo em sua direção, se aproximando.

— Deus! — Steve parou ao lado de Ryan — ele está...

— Está sem respirar, mas está vivo — respondeu — Vamos lá Joseph! Respire! Respire!

O suor escorria pelos braços e rosto de Ryan, mas ele não percebia, estava focado em salvar a vida do homem que aprendeu a admirar. Não percebeu também que estava rodeado de pessoas. Todos aflitos, inclusive a família de Joseph. Jane era amparada por Emily e por Lila.

Para seu alivio e de todos, Ryan percebeu quando a respiração do dono da fazenda voltou, mas era bem fraca.

— Graças a Deus! — exclamou. — Ele está respirando.

— O socorro já está a caminho — disse Steve.

Não demorou muito e as luzes e sirenes da ambulância foram ouvidas.

Joseph foi socorrido e levado para o hospital da cidade. Em outro carro Dalila, Emily, John e Jane seguiram a ambulância.

Todos os funcionários observaram a partida da família Flyn e se percebia uma grande tensão. Estavam assustados esperando que o chefe, o amigo de todos se restabelecesse.

Quando os as luzes da ambulância sumiram, Steve e alguns outros funcionários se dirigiram a Ryan. Desde a noite anterior não havia conversado com eles. Tinha receio de ser hostilizado.

— Os paramédicos disseram que você salvou a vida de Joseph.

— Fiz apenas o que era certo. Não sabemos ainda se o que fiz vai ajudar.

— Não, Ryan, você salvou a vida dele. Todos nós devemos desculpas a você — outro peão disse.

— Tudo bem. Sem ressentimentos.

Seguiu para o celeiro e sentou-se. A adrenalina que sentiu ainda estava em seu corpo. Agitado, nervoso, não sabia o que fazer. Tentou se lembrar de como era rezar. Não queria que nada de mal acontecesse a Joseph. Ele era uma das únicas pessoas no mundo que poderia chamar de amigo.

O Segundo ForasteiroWhere stories live. Discover now