Capítulo 30

5.6K 453 12
                                    

Erick


Eu não estava acreditando no que eu estava ouvindo. Aquela ali,na minha frente,  não era a Fernanda que me apaixonei.  Aquela morena ali , foi abduzida por um Alien , só pode!

Eu ouvia aquela baboseira de escolhas, e  depois de arregalar meus olhos com o espanto da veracidade na qual ela me falava,  eu não me aguentei, e acabei rindo.  E enquanto eu  ria alto, ela me sorria de volta.  Algum dia,  ainda iríamos achar graça dessa desgraça toda. Esta brincadeira me custou uma boca machucada ,e uma cabeça ferida,mais seu bom coração deixou meu "amiguinho" continuar bem e  saudável ,graças a Deus por isso. O corte sangrou tanto que tenho quase  certeza , de que terei que levar alguns pontos.

Com o nosso barulho na cozinha,  seu Sidney desceu as escadas com nossa pequena nos braços. Ela também havia acordado por nossa culpa. Assim que nos viu,espantou-se com  a cena de terror que presenciou.  A  Fernanda pegou a Pérola do colo do pai, e se afastou para acalmar nossa filha que chorava. Seu Sidney nos olhava ainda  incrédulo e sua feição demonstrava que ele não fazia idéia do que havia acontecido.

Após eu me esforçar para explica-lo ,sem coloca-la em apuros. Seu Sidney avaliou meus ferimentos e confirmou o que eu já sabia. Realmente eu teria que levar alguns pontos.

- Vamos Erick, eu te levo ao pronto socorro. - Me olhou com piedade nos olhos, e logo se voltou a sua filha. - E você dona Fernanda, teremos uma conversinha assim que eu voltar. - Afirmou e ela deu de ombros.

- Me desculpe , Erick. A Fernanda não anda muito bem. -  Ele a fuzilou com os olhos. - Erick , me aguarde uns minutinhos,eu vou trocar a minha roupa. Não vou demorar. - Eu Assenti e ele se foi.

Eu não tinha nenhuma outra muda de roupas para trocar,então eu teria que ir com ela assim mesmo, toda suja com pingos de sangue em minha camisa.  Seu Sidney não demorou muito,e assim que voltou , seguimos juntos , para o pronto socorro.


Algum tempo depois↩



Fernanda


Já era  manhã, quando meu pai chegou com o Erick. A minha culpa me consumia de tal forma que eu  mal consegui dormir depois do que houve.  Assim que meu pai deixou o Erick aqui em casa, ele se arrumou e seguiu para o seu  trabalho, mais antes me repreendeu pelo meu ato.

O Erick já havia trocado a sua roupa e também já se preparava para  sair, mais eu pedi gentilmente para que  ele ficasse um pouco mais , pois eu queria conversar  um pouco com ele. Dona Denise,  passou aqui no início da manhã. Ela trouxe umas mudas de roupas para o filho  e aproveitou para pegar sua neta e leva-la consigo para a  sua casa. De  tarde, antes de irmos para a praia com o Nícolas, eu a buscaria. A agradeci um pouco envergonhada,e me desculpei. Mesmo não sendo mais a minha sogra,meu sentimento por ela não havia mudado. Assim que a minha ex sogra se foi,segui para o meu quarto.

Me arrumei um pouco mais,  coloquei um daqueles vestidos que eu sei que ele gosta. Daqueles mais solto na saia apesar de ser  um pouco curto.  Deixei os meus fios soltos e me maquiei de forma suave. Assim que fiquei satisfeita com a minha aparência segui  para a cozinha. Eu iria começar a preparar o  nosso café da manhã.

Arrumei a mesa, coloquei os pães, café, achocolatado, um bolo que havia comprado junto com os pães. O Erick desceu as escadas  um pouco desconfiado , e apesar de sua estranhesa ao entrar na cozinha ,pedi gentilmente para ele se sentar comigo,e assim ele o fez.

- Você envenenou alguma coisa dessa mesa? - Indagou-me com  aquele sorriso de sarcasmo.

- Não! - Lhe afirmei.- Se quiser eu experimento antes ,para você ter certeza . - Sugeri  enquanto adoçava o meu café.

- Nao precisa. -  Me sorriu.
- Então... - Pigarrou um pouco. - O que você quer me falar?

- Primeiro vamos tomar nosso café  da manhã, e em seguida trataremos do nosso assunto.
-  Experimentei o meu café e foquei meus olhos aos seus .

Erick


Se tivessem me contado que a Fernanda poderia ser tornar orgulhosa e vingativa. Eu nunca teria acreditado. Mais vendo aquela mulher que já foi doce, engraçada e espontânea se tornar essa Fernanda aqui,  sentada na minha frente como se nada houvesse acontecido. Percebo o quanto fui ingênuo em relação a ela.

Eu levei seis pontos na minha cabeça, e se minha aparência já estava ruim, agora então,   está bem  pior. Assim que voltei do pronto socorro, sinceramente eu cheguei a pensar em ir para a minha casa. Mais seu Sidney, achou melhor que eu voltasse para a sua casa junto dele  para verificarmos  se a Fernanda Já sentia algum resquício de  arrependimento.  E ele tinha razão, assim que chegamos ela demonstrou sinais de que estava arrependida.  Até me chamou para conversar e agora estamos aqui nessa saia justa.

Eu estou tomando meu achocolatado com um pedaço de bolo de laranja. Ela sabe que eu gosto. Até joguei verde para saber se tinha veneno no meu café. Depois de ontem, não me surpreendo mais com nada.

A Fernanda nem se abalou com a minha desconfiança .  Ela ainda falou manso, e continuou a montar o seu café. Em nenhum momento ela sorriu, a minha Fê estava triste, sem cor e sem brilho. Ela apenas existia, da mesma forma que eu também só existia.

- Vai comer mais alguma coisa?
-Indagou-me ,já se pondo de pé  enquanto retirava   sua xícara da mesa.

- Não! - Respirei fundo,já que por culpa dela eu sentia um pouco de dor. -  Muito obrigado, já estou satisfeito. - Fiquei alguns minutos em silêncio a observando retirar a mesa. - Já podemos conversar? - Busquei focar em seus olhos,mais não consegui.  - Você sabe que não gosto de esperar para saber das coisas. - Naquele momento eu vi aquele sorriso que eu tanto sentia falta, mesmo ele estando contido.

- Me espere na sala. Deite um pouco no sofá. Eu já vou falar com você! - Sugeriu-me e eu assenti. Assim eu fiz, aquele mistério todo me deixava apreensivo de mais para o meu gosto. Mais era só o que me restava fazer, esperar.

Me sentei no sofá,minha cabeça ainda latejava de dor.  Ainda não tinha caído a ficha que aquilo havia acontecido. Na sala, poucas coisas estavam diferentes. Havia o cercado da Pérola, porta retratos de nossa pequena espalhados pela estante da sala. Havia até uma foto nossa, de quando a nossa pequena havia nascido . Seu Sidney tem muito apreço por está família,e não me deixou fora dela nem nas suas lembranças familiares.

Pedacinho Meu ✔Where stories live. Discover now