Assim que chegamos fomos recebidos por uma Paulinha sorridente e muito animada com a nossa visita.
- Vocês demoraram, achei que não vinham mais.
- É que alguém demorou pra se arrumar.
A Érin me olhou seria, fazendo com que a Paulinha caísse na gargalhada.
- Tá, olha só eu não tô muito afim de fazer comida. Posso pedir alguma coisa pra gente almoçar?
- Deixa que eu faço o almoço pra gente sua chata. - sorria para a amiga.
- Ai amiga só se você fizer mesmo porque hoje eu estou morta de cansada.
- Trabalhou até mais tarde ontem? Você tem que parar com isso, esse excesso de trabalho está te matando.
- Eu estou juntando dinheiro pra sair de la, você sabe disso. Mas vem ca, alguém me explica qual o milagre da visita de vocês dois?
- Eu estava com saudade de você.
- Hum. E você mocinho, lembrou que tem amiga foi?
Eu sorri, fazia falta ter essas duas do meu lado, sempre fez e essa foi a pior parte. Pior do que perder um amor, foi ter perdido a amizade dessas duas. A Paulinha é toda animada, sempre sorridente, cai e levanta na hora, já a minha Érin é toda frágil e solitária, sempre foi guiada pela razão, se cai fica no chão. Os sorrisos por serem poucos, quando se vê é a coisa mais linda do mundo e meu coração se entregou de vez para ela quando a vi sorrindo pela primeira vez para mim. Naquele dia dei de bandeja a minha escritura, sou dela para sempre depois daquele sorriso.
- Nunca esqueci que tenho amiga nesse lugar, e nunca vou esquecer. - a puxei para um abraço apertado.
A Paulinha ria alto e quando olhei para a minha menina a vi com os olhinhos cheios de alegria. Ela sorria bonito como na primeiro vez que sorriu para mim. Fez falta para você também não é?
- Vocês duas fizeram muita falta.
- Você também fez, e não imagina o quanto. - se referia a Érin, o que a deixou muito brava.
A Érin foi para a cozinha, deixou a gente na sala e foi preparar o almoço. A Paulinha até se ofereceu para ajudar, mas ela não quis ajuda.
- O que deu na Érin?
- Por quê?
- Ela não ta legal, o que aconteceu?
- Não sei, pra mim ela estava bem. A gente discutiu mais cedo, mas já até fez as pazes.
- Você me da um minuto?
Saiu e foi atrás da amiga. Sempre cuidou da Érin como se fosse irmã mais nova, tinha tanto cuidado que as vezes esquecia de si.
Paulinha
- Amiga?
- Oi.
- Você não esta bem, o que houve?
- Nada. Eu tô legal.
- Érin não mente pra mim que eu fiquei do seu lado o tempo todo. Ninguém te conhece melhor do que eu.
- Eu não estou mentindo, só não sei como explicar.
A Érin tem dessas coisas, se ela não souber explicar vai dizer que está tudo bem e sofrer sozinha. Conheço essa guria desde os seis anos de idade e conheço cada gesto dela. Aprendi a amar essa menina como a irmã que eu nunca tive e ai de quem se meter com ela. Mas olhando para ela agora sei que o problema é outro. Coração ferido é pior que qualquer trauma de infância.
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Entre o amor e a vingança
RomanceEla: Érin, 23 anos, virgem. Sem muitos amigos, perde o único irmão e melhor amigo aos onze anos. Sofre diariamente com os maus tratos de um pai violento, vê sua vida mudar aos doze anos com a entrada de um novo aluno na escola que em pouco tempo se...