Cap. 100 - Burguesinha pé no saco

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No dia do que deveria ter sido uma entrevista de emprego pedi ao Erick que me desse dois dias antes de eu começar a trabalhar, como sempre ele disse que eu tinha todo tempo que precisasse. Esses dois dias não era para juntar documentos nem nada, era só para me preparar para o que estava por vir. Acordei naquela manhã já arrependida de ter aceitado o emprego, tanto lugar no mundo, eu tinha mesmo que trabalhar junto com a amante do Erick? Fala sério, o que eu tinha na cabeça quando aceitei esse emprego? É loucura aceitar uma coisa dessas, mas vai ver não é atoa que metade da cidade achava que eu era maluca, talvez eu seja mesmo um pouco louca, mas a verdade sobre isso é que essa é a minha única opção, vai valer a pena quando eu finalmente conquistar a minha liberdade. Um dia eu vou ter dinheiro suficiente para que ninguém mais possa me chantagear nem comprar a minha vida e dessa vez não tem pai e mãe que me segurem, quem quiser que venha comigo porque eu juro que se eu não puder salvar ninguém eu me salvo sozinha.

Acordar antes das seis da manhã e já está pronta para o café as seis e vinte nunca foi tão prazeroso quanto naquele dia, veja bem eu não estava feliz por ir para a faculdade nem por ser meu primeiro dia de trabalho, mas era incrível saber que eu tinha algo útil para ocupar o meu dia, finalmente não haveria tempo para todas aquelas vozes na minha cabeça. Desci para o café e o Erick também já estava pronto, tudo voltando ao normal, a rotina da casa começava a se acertar.

- Bom dia. - digo ainda sonolenta.

- Bom dia princesa.

- Cadê a Constância?

- Deixou o café pronto e saiu, ela tinha médico agora de manhã. Espero que você não se importe, pedi ao Mathias para levar a Constância ao médico.

- Sério isso? - digo bastante contrariada - Por que você não levou ela?

- Nossa não achei que você fosse se importar tanto.

- Eu tenho que ir pra faculdade caso você não lembre.

- Sem problemas princesa, eu te levo.

- Você?

- Acordei mais cedo só por causa disso.

- Tá né. - dou de ombros ainda contrariada.

- Nossa Érin minha companhia é tão ruim assim?

Respiro fundo puxando todo ar para dentro dos pulmões e solto devagar, hoje eu não quero brigar.

- A questão não é essa, só não gosto que você mude a minha rotina sem avisar.

- Desculpa princesa.

Terminamos o café em silêncio. Em poucos minutos eu já estava pronta, estava no meu quarto terminando de arrumar o cabelo quando o Erick entrou sem bater.

- Já está pronta?

- Só estou terminando de arrumar o cabelo.

- Você ta linda. - disse parado na porta, era dificil explicar a intenção do Erick, ele não tinha muita expressão, não era um daqueles elogios cheio de segundas intenções e também não era uma tentativa de me agradar. Ele falou aquilo como se fosse a coisa mais natural do mundo, não disse mais nenhuma palavra, ficou o tempo todo na porta de braços cruzados acompanhando cada movimento meu.

- Você está me deixando incomodada. - o Erick ficava me olhando com aquela cara de bobo e não dizia nada.

- Desculpa, vou descer e tirar o carro da garagem. Não demora.

Tudo aquilo parecia tão natural que as vezes eu precisava fazer força para lembrar porque o Erick e eu não estávamos juntos. Entrei no carro em silêncio, o perfume do Erick exalava por todo o espaço do carro e eu fiquei ali tentando não sentir vontade de beijá-lo, por que o Erick tinha que ser tão cheiroso?

Entre o amor e a vingançaWhere stories live. Discover now