Capítulo 4- Ferraduras rolam soltas

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Na sexta daquela mesma semana tive uma noticia um tanto quanto decepcionante: A família Park iria jantar lá em casa. Antes de continuar contando a história tenho que esclarecer uma coisa: Os meus pais e os pais do Park são, tipo, melhores amigos. Eles eram amigos muito antes de nós dois nascermos.

Quando a minha mãe ficou grávida, um mês depois a senhora Park ficou também e elas tinham muitos planos para nós dois e queriam que nós virássemos melhores amigos como eles eram e em uma época foi assim mesmo, até que eu briguei com o Jimin.

A minha mãe ficou tão decepcionada com isso que ela ainda me enche o saco para eu voltar a ser amigo dele. Uma vez com raiva disso eu disse "mãe, você não quer que eu case com ele de uma vez?!" e ela disse "seria ótimo", aí eu fiquei tipo: para mãe, sério. E os pais do Park super aceitam a sexualidade dele, se vocês querem saber.

Na sexta-feira de noite preparei uma lista com as minhas melhores patadas para esperar o Jimin. Eu costumo usar meu cabelo na testa, porque tenho preguiça de usar gel. Mas em momentos especiais (tipo quando vou dar várias patadas no Jimin) eu o arrumo para cima.

Eu fiquei ajudando meus pais a fazerem a janta, perguntei para minha mãe onde que estava aquele veneno de rato, mas não sei por que ela não quis me responder. Eu não como carne e a janta ia ser macarrão com almôndegas, mas como minha mãe é um amor ela fez macarrão com molho pesto para mim. Estava pondo os pratos na mesa quando a campainha tocou.

-Vai lá atender, Kookie. – Ela disse.

-Não mereço. – disse indo em direção à porta. – A porta tá aberta, porra, por que vocês insistem em tocar a campainha? – Perguntei para eles quando abri a porta.

-Por que a gente ama incomodar vocês! – A Sra. Park respondeu.

Eu dei espaço para eles entrarem, a Sra. Park me deu um beijo e um abraço sufocante antes de entrar, o Sr. Park me abraçou também e o Park Jr. Melequento me lançou um olhar debochado e disse ironicamente:

-Boa noite, Jeon Cuzão. Já disse como está feio hoje?

-Boa noite, Park Babaca. Já disse que não gosto de você hoje? – Respondi.

Nenhum de nós dois respondeu a pergunta do outro, então a gente só entrou e eu fui pra sala me lamentar. Por que eu tinha que aturar essa praga aqui? Eles moram do lado da minha casa, sim, DO LADO. Somos vizinhos e vamos para a escola quase que juntos: eu de um lado da rua e ele do outro. A família Park vive enfiada aqui e nós lá. O Sr. e a Sra. Park são gente boa, o problema é o Bicho Ruim. Dali um pouco minha mãe foi lá na sala:

-Filho, vamos na cozinha socializar!

-Mãe, mas a senhora me disse para não falar com gente estranha.

-Não filho, eu te disse para não falar com gente estranha exceto com os Park. Você que não ouviu direito.

Levantei-me reclamando e fui até a cozinha, eles estavam bebendo e conversando. Jimin estava sentado na mesa mexendo no celular, eu sentei na sua frente e ele me olhou.

-Perdeu alguma coisa na minha cara? – Perguntei (essa tava na lista).

-Não, acho que você é que perdeu uma ferradura na minha. - Eu comecei a rir, tinha sido engraçado. – Eu sei que você só está aqui porque a sua mãe te obrigou, mas isso não significa que eu seja obrigado a conversar contigo, então vaza.

-Assim: minha casa, eu fico onde eu quiser. – Ele ficou me encarando e tenho certeza que mentalmente estava me dando um soco.

-Tia, – Jimin disse se referindo a minha mãe – onde mesmo que tá aquele venenozinho de rato que a senhora tem?

Arqui-Inimigos [Jikook]Onde histórias criam vida. Descubra agora