Capítulo 9- Órgão principal do Sistema Cardiovascular

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Durante aquela semana também o ignorei, mas ele não me ignorou. Não desistia de tentar falar comigo nos corredores, me mandava mensagens e ficava me cutucando quando tava aqui em casa até me fazer rir. Esses dias foram muito difíceis, eu estou tão confuso quanto ao Jimin, não aguento mais ignorá-lo. Ele sabe o quanto sou orgulhoso e nunca vou admitir isso, eu só queria que o Jimin fosse sincero com o que está sentindo que eu o seria também.

O que dificultou as coisas ainda mais foi o fato do Taehyung estar tão distante ultimamente, a gente praticamente não está conversando e ele quase nem passa os intervalos comigo, sendo que antes a gente sempre ficava juntos e agora de repende quando eu olho o Tae não está mais lá.

Apesar de tudo, tenho um motivo para estar feliz. Final dessa semana vai ser meu aniversário de 17! Say the name, seventeen! Tá, parei. Já conversei com os meus pais e disse que eu não queria festa nem nada (mas bolo eu quero). Os pais do Park ainda não voltaram de viagem, quando eles voltarem provavelmente vão me obrigar a fazer uma festa de qualquer forma.

Hoje o Park veio aqui em casa jantar, mas meus pais não estavam em casa ainda e não tinha comida. Sentei na sala para ver série e o Jimin ficou me enchendo para eu ir fazer alguma coisa pra ele comer, eu estava muito me controlando pra continuar o ignorando sem rir.

-Jungkookie, to com muita fome. Minha última refeição foi às 14:00h. – Uma pausa. – Você não tem coração? Doar para um pobre pedinte? – Outra pausa. – E se eu te fizer coceguinhas? – Ele tentou pegar meu pé, mas eu dei um chute. – Tá, eu como pão seco.

Jimin ficou na cozinha por uns vinte minutos até que voltou com um sanduíche de queijo em um prato e um copo de suco de laranja. Ele colocou os dois na minha frente.

-Eu trouxe para você. – "Comida? Pra mim? Ok", pensei pegando o sanduíche – Ah tá né, a minha comida você não ignora, to começando a achar que o problema sou eu.

Comecei a dar risada. Ele sentou no sofá do meu lado e a gente ficou vendo série em silêncio por algum tempo, até que a paz acabou:

-Daqui um pouco é seu aniversário... – "Eu sei". – Você vai fazer dezessete aninhos. – "Não me diga". – Vai ser mais velho que eu por um mês. – "Grandes bosta". – O que você quer de presente? – "A sua morte". Ai, não, que horror. Só o afastamento temporário.

-Perdeu a chance de escolher... – Ele concluiu depois de um tempo do meu silêncio.

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O dia de aula do nosso aniversário é aquele que a gente não sabe se fica feliz ou não, os seus colegas cantam parabéns em todos os períodos para poder perder aula. Todo mundo fica te incomodando e te dando abraço e você corre o risco de levar uma ovada a qualquer momento.

Apesar de tudo isso o dia chegou ao fim. Quando chega o último período as tripas maiores estão comendo as tripas menores de tanta fome, então fui para casa feliz pensando no almoço. De tarde eu tinha curso, por isso só tive tempo de comer correndo, receber parabéns dos meus pais, comer meu bolo e sair de casa. Voltei só à noite.

Meus pais não estavam à vista quando voltei, nem o Chatonildo, a casa estava bem vazia. Não dei bola e subi para o meu quarto. Entrei indiferente, mas quando olhei para a cama me surpreendi: havia um buquê maravilhoso de flores alaranjadas e vermelhas, uma caixa de chocolate em forma de coração, uma ovelha de pelúcia muito fofa com um laço no pescoço e uma caneca do Iron Man. Na frente de tudo tinha uma carta em papel cor-de-rosa, no verso estava escrito:

Arqui-Inimigos [Jikook]Where stories live. Discover now