Capítulo 17

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*Hayley

O quarto estava escuro e demorei um pouco a adaptar minha visão na escuridão. Encontrei a cama e me aproximei dela, sentando na ponta. Henry nem se mexeu. Respirei fundo e não disse nada durante um bom tempo. Eu entendia ele, tinha ficado assim quando o Martin morreu, não queria saber de nada tudo o que fazia era pensar em nossos momentos, aqueles que aconteceram como as risadas, abraços e beijos. E naqueles que jamais aconteceriam como a notícia de nosso noivado para a nossa família, nunca contei para ninguém que tínhamos ficados noivos, não tinha o porque de fazer aquilo, ele não estava mais lá. Eu estava sozinha e era assim que Henry se sentia. A pior das solidões é aquela de quando estamos cercados de pessoas mas temos aquele vazio na alma, me senti assim durante anos, ainda me sinto muitas vezes:vazia. Henry se sentia assim, conseguia ver em sua expressão.

Falei a única coisa que deveria ser dita naquele momento.

-Eu te entendo, me sinto assim toda hora!

E então ele começou a chorar como uma criança que caiu. Ele era uma criança, uma criança que precisava apenas de uma coisa: carinho.

Cheguei mais perto e comecei a fazer carinho nele.

-Não posso te dizer palavras que façam sua dor sumir, mas posso dizer que você não está tão sozinho como pensa Henry! Com o passar do tempo descobri que a dor não some ela esfria, mas sempre está ali, como uma cicatriz. Você vai chorar muitas vezes mas não pode deixar ela te destruir. Eu fiz isso por muito tempo, me sentia sozinha e era como se ela me consolasse, me trazendo os sentimentos que sabia que jamais teria. Ela me destruiu e até hoje colho os caquinhos dela.

Ele continuava calado, chorando.

-Eu também perdi a pessoa que mais amei no mundo Henry, estávamos rindo em um dia e no outro eu estava em seu funeral, chorando. Eu guardei muita coisa pra mim, e esse foi o maior motivo de ter aquela dor tão viva em minha vida durante tantos anos. Eu fiz uma coisa pensando que poderia tirá-lo de mim, mas cheguei à conclusão de que jamais conseguirei porque ele sempre será uma parte minha, mas não posso te-lo como parte ruim mas sim boa, ele me proporcionou os melhores momentos de minha vida, momentos que serão únicos, jamais conseguirei criar momentos iguais mas posso criar momentos tão bons quanto. Não estou sozinha porque ele sempre está e esteve aqui comigo, sua mãe também Henry está aí dentro de você, então não chore por ela, sorria.

E finalmente ele falou.

-Eu amava tanto ela...por muito tempo guardei meus sentimentos somente para mim, por não me sentir confortável, eu sempre bebi para isso, mas agora que parei sinto a dor aqui encravada no meu peito.

-Você pode me falar o que sente, não contarei para ninguém...sei que você também não irá falar nada do que te contei sobre mim

Ele sentou na cama estava com os olhos inchados, deu um pequeno sorriso.

-Obrigada Hayley, mas não me sinto confortável ainda.

-Quando se sentir me procure, eu te entendo Henry, te entendo muito bem...

-Era alguém da sua família?

-Quase...era meu noivo!

Henry pareceu chocado.

-Não conte para ninguém, não é necessário que saibam, nunca alguém soube que já fui noiva, acho que por isso não entendiam tanto sofrimento...

-Sinto muito.

-Tudo bem, passou e agora estou me preparando para uma nova vida.

-Depois que li os diários dela foi como se a saudade apertasse mais, ela era tão incrível e nos amava tanto. Éramos tão felizes, como pôde acabar tão rápido? Só penso em como seria se ela estivesse aqui.

-Não pense, esse e se...que nos mata aos poucos sem percebemos. A questão aqui Henry é que não podemos sobreviver temos que viver intensamente, essa é a nossa única vida, nossa única oportunidade, não podemos complicar a vida temos que vivê-la bem, procurando ser feliz, mesmo com os obstáculos. Prometa que vai tentar.

-Eu vou.

-Você me disse que queria ser médico, porque não começa a faculdade? Seria uma excelente distração, medicina ocupa muito a mente, se não tivesse a faculdade quando tudo aconteceu estaria bem pior.

-Eu já pensei nisso mas e se não conseguir acompanhar?

-Não se esqueça que o e se nos mata Henry!

-Vou falar com Stefan.

-Stefan?

-Papai.

-Ah sim, às vezes me esqueço que ele não se chama príncipe.

Henry riu.

-Como faço para não me sentir sozinho?

-Me perguntei muito isso até que me dei conta de que nunca estive sozinha, ele sempre esteve comigo. Ela está com você também Henry, nunca se esqueça disso.

-Obrigado Hayley.

-Qualquer coisa me mande uma mensagem, pode ser qualquer hora, até de madrugada. Estou sempre alerta por causa de minhas pacientes.

-Pode deixar.

Dei um abraço forte nele.

-Preciso ir, tudo bem?

-Claro, obrigada mesmo.

Antes de sair abri as cortinas.

-O sol está lindo, o sol ilumina nossa vida.

Sai e encontrei Harry me esperando sentado no chão do corredor, os cabelos estavam bagunçados.

-O príncipe está sem os cabelos alinhados?

-Como ele está?

-Bem melhor.

-Obrigado Hay, vou ficar um pouco com ele, você se importa?

-Claro que não! Vai lá, vou para casa.

-Tudo bem, obrigado de novo.

Sorri e Harry virou as costas entrando rapidamente no quarto do irmão. Ele estava realmente preocupado. Fui caminhando pelo corredor quando esbarrei em alguém.

-Perdão.

Era o príncipe Stefan.

-Hayley, você por aqui!

-Sim, vim falar com o Harry.

-Que legal, vamos aproveitar a oportunidade. Que tal um chá? Quero conversar melhor com minha futura nora.

Fiquei imediatamente nervosa, que dia, acho que nunca vivi um dia tão estressante assim. Fiquei encarando ele sem reação, não sabia o que fazer, mas antes que pudesse pensar em uma desculpa a resposta já tinha saído de meus lábios.

-Claro!

Publiquei antes, chegamos em 60k Muito obrigada

Oiie gente❤️Como será esse chá? O que será que o príncipe Stefan quer? O que vocês acharam da conversa de Hayley e Harry? Me digam nos comentários, amo ler cada um❤️

Música do capítulo: BANNERS- Ghosts

Encontro Com Um PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora