02. Colloportus.

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[ hermione ]

Gemo de dor quando meu corpo vai de encontro com algo duro, áspero, as palmas das minhas mãos ardem como se estivessem sido lixadas pelo cimento, junto a alguma parte da minha perna.

- Hey... - escuto e sinto tapas no meu rosto, e dedos sobre meus lábios.

Abro os olhos lentamente tendo como vista, o azul, azul claro com tons acinzentados, e cabelos loiros - quase brancos - lisos, lábios finos e rosados, ah, e a pele, uma pele brilhante, hidratada e super pálida. Meus olhos rapidamente começaram a lágrimar ao que eu percebo o que está acontecendo.

Eu vou morrer e Draco Malfoy terá o prazer de me matar.

- Não faz isso. - peço segurando o soluço já prezo na garganta. - Eu calculei e minha morte está prevista para a grande guerra, que talvez não vai acontecer, mas hipoteticamente...

- Granger cala a boca.

A minha vida não está passando pela minha cabeça, ou ao menos os melhores momentos, o medo está nela e em qualquer lugar do meu corpo. Eu não quero morrer agora, eu tenho que ajudar o Harry e fazer os meus sonhos se realizarem antes de eu morrer de infante ou coisa do gênero.

- E eu não irei lhe machucar, de toda maneira.

É a única coisa que ele diz depois de me pegar no colo e me levar para as escadas do que eu acho ser da casa abandonada onde estamos. Seu maxilar está travado e sua expressão é preocupada, me deixando cada vez mais nervosa.

Aí meu Deus...

- Tudo o que precisa saber é que eu não vou te machucar, e estou aqui apenas para te proteger de você sabe-quem. - Malfoy foi ditando quando me colocou sobre uma cama macia de casal, com nenhum cuidado. - Me dê sua varinha e o vira-tempo. - ele pede esticando a mão.

- Não! Fica longe de mim. - respondo me encolhendo na cama. - O que você quer? Por que Lupin e Harry confiaram em você? O que está... - Não consigo completar, pois Draco agarra na minha perna puxando a minha varinha e o colar do meu pescoço, quebrando a pequena correntinha. Salto surpresa ficando calada.

- Não abusa da minha paciência garota. - ele diz se virando para sair do quarto. - Não tente fugir, você sabe que eu não irei atrás de você, e você sem sua varinha é uma isca fácil para o batalhão de comensais que andam por aí. - Draco me diz segurando na maçaneta da porta, olhando pra mim. - Eu estou tentando arrumar as coisas, não complique para o nosso lado. Na hora certa, vamos voltar.

Foi tudo o que ele disse depois de fechar a porta e seguir pelo corredor largo. Eu não queria, mas eu tive que chorar, chorar porque eu vi que Victor não teve tempo de se defender, muitas pessoas importantes pra mim estavam ainda na tenda, Draco vai me manter aqui por bastante tempo, esse papinho de " vamos voltar " não me encoraja, e eu tenho a leve impressão que aconteceu alguma coisa que eu não sei, durante esses meses.

Mais tarde ele voltou, como eu não tinha saído do quarto, muito menos da cama, Draco começou a limpar os meus machucados nas mãos, enrolando uma fita de pano em cada uma depois de higienizar e tirar as pedrinhas de cada parte, é claro. Ele estava sendo gentil, mas não deixava de me fazer ter raiva de si. Ele é um mimado que usa da influência da sua família, todo mundo sabe disso, para menosprezar os de origem mais simples e humilde, como eu.

Eu achei que as coisas não poderia ficar mais estranhas ou assustadoras, mas Malfoy saiu do quarto e voltou com uma bandeja cheia de comida, que aparentam ser bem frescas e saborosas, entretanto, não falou nada nesse curto tempo, também não fazendo muito esforço.

- Eu não sei... Cozinhar muito bem, então eu fiz pão com presunto e peguei algumas frutas que já deixaram na casa, é coisa simples, mas... er, bom você comer porque você não comeu nada lá no casamento e bem, eu acho. Eu vou deixar aqui, mas se quiser alguma coisa eu vou estar no quarto a frente, ou lá no andar de baixo. - Draco dizia meio intimidado com meu olhar mortal sobre si, acabando por deixar a bandeja encima da cama onde eu estou, indo para a saída do quarto. - Não saia da casa. - ele apontou o dedo incerto pra mim, finalmente saindo do quarto.

Olhei a quantidade de alimentos que há na bandeja despertando uma fome inusitada na minha barriga. Pego no misto comendo com o acompanhamento do café quentinho, logo pegando algumas frutas e beliscando no suco.

O cansaço que dominou todo meu corpo logo depois de colocar a bandeja no chão me ajudou puxar um edredom branco para me cobrir, apesar da casa parecer aquecida, está frio, deixando eu fechar os olhos puxando o broxe do meu cabelo jogando pela cama, chutando as minhas botas para qualquer canto no chão do quarto, eu só quero dormir.

[ draco ]

Depois de deixar a cozinha devidamente "arrumada". Eu fui para a sala, essa casa é bem simples comparada na mansão que eu vivia. Depois da cerimônia que aconteceu para eu ganhar a marca de Voldemort, tudo pareceu mudar na minha cabeça. Sabe quando fazemos as coisas mesmo sabendo que vai dar merda no final? Quem me dera ter tido isso, o meu medo teria falado mais alto e eu teria me tocado que, os comensais, Bellatrix ou qualquer distinção de sangue é o errado, que eles que são os verdadeiros vilões.

Pena que eu não tenho muito tempo, e eu estou tentando fazer de Hermione Granger a única coisa boa que eu deveria ter feito todos esses anos.

Apago as luzes da sala, deixando somente um abajur ligado, para o caso de eu não esbarrar em algo se eu descer aqui pra baixo durante o resto da noite. Subindo as escadas, realmente querendo ser intrometido, empurro de vagar a porta do quarto de Granger, vendo ela dormindo com serenidade. Ela realmente estava assustada quando eu a trouxe, no vôo até aqui eu ainda tive alguns problemas, que causou assaduras nas mãos dela e um pouco na panturrilha. Entro no quarto ajuntando a bandeja do chão, indo até a janela de vidro puxando a cortina grossa e pesada de cor bege fechando para que amanhã ela não tenha que se levantar cedo.

Eu deveria me matar pelo simples e pequeno fato de eu querer beijar os seus lábios, ou poder afagar os seus cabelos. Hermione é bonita, mas é muito desleixada e inteligente. Isso não é uma combinação muito boa pra um ser desse. Indo contra minha vontade, ando até ela tocando na sua bochecha, acariciando sua pele.

Todos esses anos, Hermione Granger simplesmente se achava a esperta e a metida, a mais inteligente de todos de Hogwarts. Ninguém a suportava a não ser o seus amigos de casa, até eu mesmo aguentava algumas birras suas, mas eu acho que algumas coisas começaram a mudar quando eu a vi toda linda no baile, e lendo debaixo das árvores, ou em qualquer lugar da escola... Eu não estou apaixonado, pelo menos não considero isso paixão, só aprendi a olha-la com outros olhos.

Até agora é difícil a reconhecer como uma sangue ruim, mas agora ela está aqui dormindo calma e tranquila, enquanto meus dedos tocam no seu rosto delicado.

E para minha surpresa, Granger inclina o rosto para mais junto da minha mão, como se gostasse do carinho. Tento controlar o sorriso, depois de me debruçar e tocar sua testa com meus lábios.

- Me desculpe por tudo, Granger.

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Eu amo essa fanfic Dramione! Considero uma das melhores! Então eu preciso que vcs também colaborem e comentem!

12 comentários e 10 votos pra eu postar mais um capítulo! E se forem rápido, eu posto ainda amanhã!

Beijos no coração!

- Elly 🍔🍔

Dramione ➣ HeartWhere stories live. Discover now