Capítulo VI

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Quando saímos de São Petersburgo, não consegui olhar as roupas que Henrietta havia colocado na mala. Não sabia nem em que tipo de restaurante iríamos, portanto não fazia ideia de que roupa usar. Dimitri havia recém entrado no banheiro para se barbear. Enquanto isso, eu estava na frente do armário, em que havíamos guardado toda nossa mala, e comecei em pensar em alguma coisa.

— Droga, Henrietta — murmurei, tirando alguns vestidos do armário.

Quando cheguei a uma dúvida horrível entre um preto sem mangas e outro de mangas compridas e bordô. Segurei ambos os vestidos pelos cabides, e andei até o banheiro, querendo a opinião de Dimitri. Quando bati na porta, a mesma logo se abriu, revelando um Dimitri sem camisa e com creme no rosto, e logo vi que o mesmo segurava uma navalha. Por dois segundos, parei de respirar, mas consegui não corar - acho eu.

— Precisa de alguma ajuda? — perguntou, se apoiando no batente da porta.

Levantei ambos os cabides, lhe mostrando os vestidos. Ainda não consegui afalar nada. Dimitri ficou alguns minutos analisando ambos, até levantou a mão para ver o tecido deles. No final da contas, apenas me olhou e falou:

— Preto — e fechou a porta consigo lá dentro.

Não voltei a lhe incomodar. Vesti uma meia-calça fumê, e logo o vestido, combinando com um par de saltos pretos. Acabei achando um casaco longo longo vermelho, e me sentei na cama para esperar Dimitri desocupar o banheiro.

Dez minutos depois, consegui passar uma maquiagem leve. Dimitri vestia sua roupa típica, mas estava terminando de dar um nó na gravata, quando colocou o paletó.

— Você está bonito — comentei, lhe mostrando um sorriso sincero.

— Você também — sorriu, sem mostrar os dentes, e o mesmo não alcançou seus olhos.

Andei ao seu lado até o elevador, e no mesmo, passou um braço pela minha cintura. Não sabia o que estava lhe fazendo agir daquela forma estranha. O segui para o lado de fora, onde uma SUV preta nos esperava. Não conversamos o caminho todo até o restaurante. Queria entender o que estava se passando por sua cabeça.

— Você está bem, Dimka? — perguntei, o parando antes da porta.

— Estou, V, não se preocupe — falou, me guiando para dentro pela base da minha coluna.

O ambiente estava vazio, apenas uma mesa em um das cantos. Um homem, na casa dos 45 anos e outro homem com outra mulher bem mais jovens, ambos, o acompanhavam.

— Dimitri! Há quanto tempo! — o homem falou, se levantando.

— Gene — Dimitri falou, formalmente. — Esta é Valora — explicou, me apresentando.

— É um prazer lhe conhecer —  falou, segurando minha mão e beijando o dorso. — Estes são meus filhos, Casper e Marianne.

Falamos juntos "prazer", e logo nos sentamos com eles. Gene entre seus filhos, me deixando ao lado de Casper e Dimitri, e do seu outro lado estava Marianne.

— Você é mesmo de Hamburgo? — perguntou Casper.

— S-sim — respondi, ainda tímida.

Não queria ter ido lá, Dimitri não agia como meu "marido", quando Casper tentava dar em cima de mim, ou quando Marianne só precisava pular no seu colo. Na janta, Gene falava algumas lembranças de meu pai, ou no que podiam fazer para tirar Klaus do jogo.

— Valora, você se importaria de ir indo para o hotel? — Dimitri me perguntou, perto do meu ouvido. Mas eu queria que ele tivesse dito outra coisa, qualquer coisa que me fizesse corar. Tirando Marianne e Casper de nossos pés.

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