Capítulo XV

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Quando acordei, percebi que Dimitri ainda dormia. Aquela noite havia sido boa, comemos na cama enquanto olhávamos algumas séries. Me levantei e fui até o banheiro, onde tomei um banho e fiz minhas higienes, e vesti um blusão e jeans, deixando meu cabelo em um coque frouxo. Do lado de fora, no quarto, encontrei Dimitri arrumando a cama.

— Bom dia — falamos, quase juntos.

Apesar de nosso momento na piscina, nada ficou "estranho" entre nós, continuávamos os mesmos um com o outro. Na noite anterior quase tivemos algo mais, mas ele mesmo se impediu, e então resolvemos ir dormir. Me sentei em uma cadeira ali no quarto, e mexi em meu celular.

— Dimitri — o chamei, largando logo o aparelho.

— Sim? — respondeu, se apoiando no braço da cadeira.

— Como você recebeu aquele vídeo? — perguntei. Não era o único existente.

— Alguém me mandou por email — explicou, acariciando meu rosto com as costas da mão. — Borya está rastreando o IP.

— Caso chegue mais — pedi, segurando sua mão —, por favor, não olhe mais.

— Prometo — respondeu, beijando minha mão que o segurava.

Sorri, apoiando minha cabeça em sua perna. meus problemas pareciam distantes, mas para Dimka, um problema surgia a cada momento, isso poderia causar vários estragos.

— Vamos fazer algo hoje? — perguntei, me virando para ele.

— Não vamos conseguir, V, tenho trabalho para hoje — explicou, traçando minha mandíbula com o polegar.

Dimitri nunca havia trabalhado quando viajamos, cuidava de mim o tempo todo, não iria cobrar algo dele agora.

— Sem problemas — respondi —, mas posso ficar com você? Vou acabar entediada aqui.

— Trabalhar com você talvez me ajude com algumas coisas — sorriu, me puxando pela mão.

Andamos até um escritório ali no segundo andar. Era com móveis de madeira, todos escuros. Andei até a mesa, me sentando de pernas cruzadas na poltrona em sua frente. Ele se sentou do outro lado, me encarando. Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios. Se levantou novamente, e pegou a outra poltrona, arrastando-a até o lado da sua.

— Sente-se aqui — pediu, se sentando na sua.

Andei até a outra, feliz por me deixar ficar ao seu lado. Dimka ligou o notebook, e pegou algumas pastas em uma gaveta.

— Essa casa não é de Matvey? — perguntei, estranhando a familiaridade que ele tinha com o ambiente.

— Sim — respondeu —, quando me pede — explicou, dando de ombros.

Não pude deixar de rir. Dimitri me explicou para ler alguns relatórios de seus capitães, e procurar algo "suspeito", ou algo do gênero, algo de útil para promover alguém. Ou enterrar. Eram objetivos, a maioria, nos relatórios. Apenas Borya que descrevia tudo nos mínimos detalhes. Dimitri ficava com uma mão em minha coxa enquanto lia alguns emails. Segundo Dimitri, Borya era um dos melhores que tinha.

— Quando você sumiu, foi ele quem ajudou meu pai a procurá-la - explicou, anotando algumas coisas. — Foi a única coisa que não conseguiu em 20 anos de serviço aos Velichkov.

— Seu pai me procurou? Por quê? perguntei. Não como algo ruim, não como algo errado. Mas surpresa, não sabia que alguém me procurou.

— Claro, meu pai era seu padrinho, lembra? — sorriu, apertando minha coxa levemente.

Velvet Crowbar #1 | ✔️Where stories live. Discover now