Doze - Eu sorri.

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Narrado por Ana:

   Abro os meus olhos, sinto meu corpo fraco, minha boca seca, quero água. Tento me levantar, mas, não consigo não lembro o que aconteceu! Viro o meu rosto para o lado, e vejo Andrew sentado em uma poltrona branca, dormindo. Ele realmente parece um anjo dormindo. Umas imagens começa a passar pela minha memória, fecho os olhos me forçando a lembrar. Imagens de Andrew me beijando na escada, eu fugindo... Praia, tiro... E, não pode ser. Meu irmão atirou em mim, meu próprio irmão que eu cuidei, troquei fralda. Sinto meus olhos queimarem algumas lágrimas, foram impossíveis de segurar, passei a mão na barriga e senti uma dor e soltei um gemido.

— Ana! — Andrew sussurrou.

  Olhei para ele, seu olhar estava triste, ele parecia estar angustiado... Parecia perdido. Ele passou a ponta dos dedos em meu rosto, eu continuei o encarando. O que ele estava fazendo aqui?

— Água

  Ele me negou, e eu o encarei surpresa.

— Você só pode beber água daqui uma hora, você acabou de sair de uma cirurgia. — ele disse e eu arregalei os olhos. — Daqui a pouco eu te dou água, meu amor!

Hã?

   Ele percebeu a minha cara confusa, e sorriu me dando um beijo casto na boca, e eu ainda estava com os olhos arregalados, e surpresa por isso que ele acabou de fazer e falar.

— Está bem? — perguntei em um sussurro muito baixo.

— Agora que você acordou sim, não sabe como me deixou preocupado... — falou.

— Eu quero ir para casa... — sussurrei, tenho que ter uma conversa séria com o Victor.

— Não, para aquele lugar você não volta — anuncia se levantando.

— Quem você pensa que é para achar que manda em mim? — perguntei levantando a sobrancelha.

— Eu sou o seu Chefe... E você é minha. — ele disse.

  Eu dei uma risada tão forte, que doeu minha barriga e eu me contorci de dor.

— Quero falar com a minha avó... — digo.

— Meu motorista foi busca-lá. — sussurra.

— Obrigado!

   Andrew se aproxima de mim, e eu sinto o peso da tensão aqui neste quarto de hospital. Ele puxa meu cabelo levemente, encosta nossas bocas, quando elas se tocam um beijo começa. Lento e devagar, eu retribuo, mas não posso fazer muita coisa já que estou deitada na cama. Abro os meus olhos e olho para a porta e vejo um cara tirando uma foto, então eu afasto o Andrew.

— Tinha um homem ali... — murmuro.

— Homem? — ele perguntou confuso.

— Sim, eu acho que ele estava tirando uma foto da gente... — digo dando de ombros.

   Vejo ele sorrir.

— É, então não tem problema. — ele murmurou.

—  Como assim, não tem problema? — pergunto olhando perplexa para ele.

— Assim todos vão saber que você é minha... — ele diz.

   Mas, isso não é certo.

— Só se você estiver maluco, eu não quero sair pela rua e as pessoas ficarem me apontando e dizendo olha lá a Amante.dei ênfase a última palavra.

   Ele sorriu. Por quê? Isso por um acaso é uma piada. Eu lutei todos esses anos para ninguém pensar isso de mim, ai olha só onde eu meti meu rabo. Meteu? Ele ainda não meteu nem o dedo ainda. – Meu subconsciente diz acordando de seu sono profundo.

— Então, temos um rótulo? — perguntou.

— Andrew, temos sim. Você é o meu chefe e eu sou sua assistente... Nada demais. Aquele beijo foi um erro. — digo.

— Erro? — murmura ele frustrado.

— Olha para mim, e se olhe... Isso nunca daria certo. Muita coisa está em jogo e principalmente a minha reputação, que eu não estou disposta a sujar. — eu murmuro fechando os olhos.

— E quem disse que eu quero suja a sua reputação? — ele perguntou eu abri meus olhos e encarei ele. — Eu só quero você... Sabe Ana, você é uma mulher sensacional, linda, atraente, gostosa pra caralho. Eu não quero sujar a sua reputação, eu só quero poder te beijar e te fazer gozar gritando o meu nome.

   Eu olhei surpresa por essa confissão. O que eu devo falar? Oh, Andrew eu também quero que me foda.... ou, não me deixe Andrew eu gosto de você.

— Nossa! — so-o surpresa.

— Ana quando você melhorar, não vai escapar. Eu vou te fazer delirar de prazer... — eu o interrompo.

— Chega! Para de falar asneiras, não vou menti eu me sinto atraída por você. Mas, eu não estou disposta a ser a outra. Não quero ter que transar com um cara casado, e ainda por cima disse para seu amigo fuder comigo. Eu tenho o meu valor, e a única chance que você tinha de me ter em seus braços se perdeu quando me chamou de puta. — falei gritando praticamente.

  Senti uma grande dor na barriga, e quando eu olho tem uma mancha vermelha na roupa do hospital. CARAMBA EU ESTOU NUA... A única coisa que cobre o meu corpo e a roupa do hospital.

— Andrew... Chama o doutor... — falei para ele, esquecendo de tudo que eu acabei de dizer.

   Digo a ele que ainda estava com o olhar distante, viu meu desespero, quando seus olhos viu a mancha de sangue na roupa ele correu para fora da sala. Agora eu estou sozinha aqui, estou com medo, a dor só aumenta e o sangue jorra. Lágrimas espontâneas saí dos meus olhos, a dor se mistura com o medo de estar sozinha em um lugar desconhecido. Eu quero a minha avó.

— Calma Senhorita! — diz uma enfermeira entrando correndo na sala.

   Eles fazem um procedimento limpando os pontos, doeu um pouco a mão dá mulher é muito pesada. Ela pediu para que eu não fizesse esforço que ela diria ao médico que sangrou. Assim que ela saiu Minha avó apareceu, ela caminhou até mim, seus olhos cheios de lágrimas.

— Oh, meu amor! O que deu na sua cabeça para enfrentar bandido, Aninha! — exclamou após me beijar no topo da cabeça.

   Ela não sabe que foi Victor, e não vai ser eu o informante de tanta desilusão. Andrew entra pela porta, meio receoso, eu o chamo com o dedo, e ele vem até mim.

— Me desculpe! — sussurro mordendo os lábios.

— Não tem o que se desculpar, Ana. — ele disse.

  Eu assenti.
  Ele sorriu.
  Eu fiquei boba.

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(Concluído) O Indecente do meu Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora