Quarenta e nove- Destruindo sonhos parte um

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Sinto um arrepio no meu corpo, e algo muito estranho tocando o mesmo. Tento abrir meus olhos, mas se torna algo impossível. Não consigo abri-los, eles estão pesados, e antes de eu me deixar levada pelo cansaço novamente eu sinto uma dor nas minhas costas.

Foi um chute, doeu tanto que eu não consegui evitar de dar um grito alto e tentar de todas formas proteger minha barriga. E mais um... outra, e outro. Foram chutes atrás de chutes, eu não aguentava mais aquela dor aguda na minha coluna.

Foi quando eu senti um balde de água gelada sendo jogado no meu rosto, quase me sufocando. E então eu percebi que eu estava amarrada e que ele gravava tudo. Quando seu olhar encontrou o meu, seu sorriso foi assustador, ele disse:

— Vamos Aninha, diga para o Andrew para vir te salvar como na primeira vez? — eu não conseguia dizer nada.

Ele se ajoelhou com seu corpo a centímetros do meu rosto, ele quis tocar minha bochecha, porém desviei o meu rosto. Ele ficou com raiva e acertou um tapa na minha cara, e com o tapa ele segurou meu pescoço com força. Me apertando, me sufocando, eu estava sem ar, e eu não o achava. Lágrimas começaram a saltitar sobre os meus olhos, minha visão a escurecer. Andrew apareceu em minha mente, ele sorria para mim e me pedia para resistir pelos nossos filhos. Só que eu estava sem ar e minha visão foi escurecendo.

[...]

Sinto dois lábios beijando os meus pés, e subindo pela minha cixa, sorrio pensando ser o Andrew. Mas quando meus olhos se abriram era o Gustavo. Meus olhos percorreram pelo o lugar, e meu coração ficou batendo mais forte. Eu queria gritar mas sabia que não adiantaria. Eu pensei nos meus filhos, em mim... Em tudo.

Não ele não pode fazer isso comigo, eu nunca fiz mal a ninguém. Mas ele faz, ele abusa do meu corpo. Me estoura sem dor, sem pensar que tem duas criancinhas de oito meses nascendo dentro de mim, eu fico sem reação.

O que eu podia fazer? Eu estava presa, minhas mãos, pernas, tudo preso. Eu conseguia nem pedir a Deus para não permitir nada comigo.

Ele saiu assim que me desamarrou, trancou a porta atrás de si, me deixando sozinha. Eu estava com tanto medo, estou sentindo dor na minha coluna, no meio das minhas pernas, na minha barriga. Estou com uma dor maior por ter permitido, já sem forças que esse homem tocasse no meu corpo. A única coisa que eu consigo fazer é juntar meu corpo, nos meus braços.

[...]

Dois dias já se passaram, e eu já perdi às esperanças de sair daqui. Gustavo tem vindo me ver três vezes, me dá uma refeição e saí. Ele não voltou a me bater e muito menos a tocar em mim, e eu me sinto bem com isso. Ele não consegue nem olhar nos meus olhos, eu me sinto uma vencedora, somente Por fazê-lo sentir culpa de ter tocado no meu corpo. Ele me violou, ele é ruim.

Quando eu comecei a trabalhar para ele, eu cheguei até sentir uma atração por ele, mas ele quebrou isso jogando seu charme me oferecendo dinheiro. Ele achava que por eu ser negras eu era puta. Por isso, eu o odeio. Ele foi um dos homens que me fez ver o mundo da maneira que ele realmente é. Só que agora eu não estou mais sozinha, eu tenho os meus filhos para cuidar.

Estou tentando um modo de fugir, eu já até encontrei. Estamos em uma favela do Rio, eu sei por causa dos barulhos sons altos. Tem uma janela, eu tentei pedir socorro por ela, mas desisti assim que vó homens armados.

A porta se abre e Gustavo entra, ele está diferente. Com um sorriso nos lábios.

— Ana quer acabar com isso? — ele pergunta.

— Co... Como? —pergunto.

Ele senta na cama, e segura em minhas mãos, antes o meu instinto faria eu recuar, mas a necessidade me faz apertar a sua mão.

— Vamos embora comigo? —ele pede. — Criar nossos filhos, longe desse lugar. Longe dessa turbulenta cidade do Rio de Janeiro. Vou te fazer me amar, eu prometo não te machucar. Mas eu te amo, desde o dia que o senhor Clark te pôs para ser minha secretária.

Eu estava o olhando, e dei um sorriso, porém falso. Eu tenho que fazer de tudo pelos meu filhos, eu preciso de uma forma de ter eles em um hospital pelo menos.

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Falta pouco

(Concluído) O Indecente do meu Chefe Where stories live. Discover now