Tobby, o urso assassino [COMPLETO]

Capítulo cinco.

- Titia! Pede para ela me dar o Tobby, por favor! - Mel pede em prantos ao correr para os braços de Clara.

- Sara, o que está havendo? - Clara pergunta novamente ao pegar Melanie no colo.

- Eu não quero a Mel mais perto desse urso. - Sara diz ao diminuir o tom de voz quando vê o estado da filha. - O caminhão de lixo já passou?

- Ainda não. - Clara afirma enquanto Mel está em prantos. - Pense no que você vai fazer, Sara. Olhe como sua filha está.

- Mamãe, me dá ele! Por favor! Eu prometo que vou ser boazinha! Por favor, mamãe! - Mel implora em meio a soluços.

- Não! Eu vou dar um fim nisso e vai ser agora! - Sara diz ao ouvir o som do caminhão de lixo.

Em seguida, ela sai andando rapidamente em direção a saída de casa e assim que chega do lado de fora, põe o urso dentro do saco de lixo. Os lixeiros o pegam rapidamente e partem para o aterro sanitário.

Sara retorna para dentro de casa e logo vê Mel e Clara à sua espera.

- Mamãe, cadê o Tobby? Cadê o meu amiguinho? Aonde você o deixou? - Mel pergunta ainda em prantos ao descer do colo de sua tia.

Sara suspira ao ver a filha. Agora que ela está mais calma, vê que agiu errado em fazer as coisas daquela forma, até porque, a menina se apega muito rápido as coisas e já pelo visto já ama o urso.

Sara caminha até o sofá e se senta.

- Vem aqui, filha. - Ela pede.

Mel caminha lentamente até ela e se senta ao seu lado.

- Você não o jogou no lixo, né? - Mel pergunta enquanto chora.

A menina está muito confusa, não consegue entender por que sua mãe quer afastá-la de seu urso. Ela se sente impotente, sem saber como agir.

- Meu amor, o seu ursinho vai ficar longe de você por um tempo. - Sara tenta dizer da melhor forma possível.

- Você o tacou no lixo! Você é má! - Mel grita ao se levantar. - Eu nunca mais vou falar com você! Nunca!

Após, a garotinha corre desesperadamente para o seu quarto.

Sara abaixa a cabeça e leva as mãos ao rosto. Clara caminha até ela e se senta ao seu lado.

- Você está bem? - Ela pergunta.

Uma tempestade ameaça a cair. Raios e trovões fazem sons estrondosos ecoarem pela casa.

- Estou. - Sara responde ao levantar a cabeça lentamente. - Eu não deveria ter agido daquela forma.

- Não mesmo. A minha sobrinha é muito sensível e gestos assim a machucam muito. - Clara diz ao olhar para a janela.

- Eu sei. - Sara suspira. - A Mel sempre foi muito diferente das outras crianças, ela nunca teve nenhum amigo, a não ser a Mary e os seus brinquedos. Eu já fiz de tudo para ajudá-la a se enturmar com outras crianças, mas eu não sei o que acontece com ela. Lembra quando eu a coloquei na escolinha ano passado? A professora disse que ela passava os dias sentada no canto da sala chorando desesperadamente com medo das outras crianças. Isso não é normal, Clara.

Anoitece e a chuva começa a cair intensamente. Os barulhos dos raios e trovões fazem Sara e Clara olharem para a janela. Ventos fortes fazem as árvores balançarem rapidamente.

- Também acho que não. - Clara se levanta e fecha a janela. - Eu acho que você deveria consultar um psicólogo. A Mel é muito retraída e precisa ser mais social, senão como ela vai ser quando crescer?