Tobby, o urso assassino [COMPLETO]

Capítulo nove.

  A menina fica com o seu corpinho, que no momento está tremendo, colado à porta esperando uma resposta do urso.

   — Eu sou muito esperta, e sei que você matou a mamãe. — As lágrimas que a Mary tanto tentava segurar acabam descendo pelo seu lindo rostinho. — Por que você é tão mau?

   O urso começa a se mexer lentamente e se senta. Ele olha para a menina, balança a cabeça negativamente com um olhar que a faz sentir mais medo do que já está sentindo, se levanta, caminha até a janela e fica olhando o jardim.

    — Eu não queria que as coisas fossem assim. Tudo isso foi por culpa da sua madrinha. Aquela vaca. — O urso diz rudemente ao olhar pensativo para fora. — Sabe, Mary, eu não sou mau, quer dizer, eu não era mau.

   — A minha madrinha não é uma vaca. — Mary afirma ingenuamente sem entender a ofença do urso. — Você é mau sim! Você matou a mamãe! Você me deixou só!

    Tobby se vira e sua face e a da garotinha se encontram. Mary ainda está em prantos e com medo.

    O urso já tem tudo arquitetado em sua mente. Ele quer conseguir ser amigo da Mary tal como é da Melanie. Ele tem grandes futuros para as duas.

    — Não fique triste comigo. Me desculpe. Eu não sou mau, eu fiz aquilo porque eu estava bravo. Me perdoa, ou você é tão má que não é capaz de me perdoar? — O urso pergunta tristemente.

    Apesar das palavras tristes do urso, a menina não acredita nenhum pouco no seu arrependimento.

    — Eu sou uma menina muito boazinha. A mamãe dizia que devemos perdoar as pessoas, mas eu não sei. — Ela seca o rosto. — Você me dá medo.

    O urso sorri para a menina de forma doce para que a mesma se acalme.

    — Vamos brincar? — Ele pergunta ao caminhar até a cômoda onde escondeu a faca.

    — Mary! Onde você está? — Clara grita da sala.

    — Estou indo, titia! — Mary responde no mesmo tom de voz que Clara. — Tenho que descer. Eu quero que você vá embora e deixei eu e a minha amiguinha em paz.

   Em seguida, a menina sai do quarto e caminha até a sala.

    — Garota idiota! — O urso afirma bravo ao pegar a faca e dar vários golpes no ar. — Você não vai atrapalhar meus planos! Não vai!

    Algumas horas depois, Melanie e Sara finalmente chegam em casa. Thomas fez questão de trazê-las em segurança.

    — Obrigada por tudo, Thomas — Sara diz com um meio sorriso ao tirar o cinto de segurança. — Serei eternamente grata por tudo que você está fazendo.

    — De nada. — Thomas retribui o sorriso. — Que tal conversarmos um pouquinho, Mel?

    Mel fica tão concentrada nas cores do belo jardim que se localiza em frente à sua casa que nem presta atenção na pergunta do médico.

    A menina ficou abalada com o enterro, ver uma pessoa tão próxima a ela ser enterrada, não foi nada fácil.

    — Daqui a pouco eu a levo para dentro. — Thomas afirma.

   Sara assente e sai do carro.

   Thomas olha para Melanie pelo retrovisor e ao ver seu olhar vago para fora da janela, se sente mal.

    — Melzinha? — Ele a chama e a menina olha para ele. — Sente aqui do meu lado.

    Ela passa por entre os bancos com um pouco de dificuldade mas logo chega no local desejado.