Gosto Metálico

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Esta é uma bela visão. Tão perfeita que tenho medo de tocar e estragá-la.

Estou completamente coberto de sangue, os braços principalmente. Sangue quente da vida que acabei de tirar.

Ninguém sabe desse meu fetiche que muitos consideram estranho, nojento, doentio e tudo de ruim nesse mundo.

Como se o mal residisse em apenas uma pessoa. Como se eu fosse o próprio Lúcifer saído do inferno. E como se todo o resto do mundo fosse imaculado, como se todo o resto do mundo nunca tivesse tido um pensamento que denigria a imagem de outra pessoa.

Bando de estúpidos! Se apenas soubessem o quanto são hipócritas... Ou pelo menos o quanto a sensação é boa.

Os corpos são sempre quentes quando os abro. Sempre começo arrancando suas línguas, transformando assim os gritos em lamentos. Gritos me desconcentram e me fazem errar. Eu odeio errar!

Umedeço os lábios, sentindo o gosto metálico do sangue da minha presa morta. Ganhei a caçada mais uma vez, sorrio com este meu pensamento travesso.

Depois me livro do corpo. De fato a beleza dessa cena é incontestável, indubitável. Quero conservá-la assim por mais um tempo.

Saio do porão abandonando o corpo que jaz em cima da mesa.

Saio abandonando o cadáver da minha mãe.

***

Bom, há tantos outros escritores talentosos nessa plataforma e eu me sinto no dever de mostrá-los a vocês, por isso, indico o livro Rumo ao Paraguai, do meu querido amido Paulo-machado (caso forem ler, chamem ele de PAULETTE, pelo amor de Jezuis)

PsicopatiaWhere stories live. Discover now