Capítulo 30

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- Porque esse médico não dá nenhuma notícia? - pergunto indignada, já estava de noite e eu estou aqui sentada sem nenhuma notícia, e isso está me deixando mais aflita.

- Calma Liv - Julia disse, já estou cansada de todos me pedirem calma.

Continuei andando de um lado para o outro, não adiantava ninguém me pedir calma em um momento como esse.

- Você vai fazer um buraco no chão - indagou Rafa.

- Quando os pais deles iram chegar? - desviei o assunto, me segurando para não lhe responder algo grosseiro.

- Daqui a pouco, quando eles receberam a notícia disseram que viriam o mais rápido possível - explicou Leo, quando ligaram para ela, me disseram que ela havia desmaiado.

Meus país também iriam vir. Eu não prestei muita atenção na conversa deles, minha cabeça estava em outro lugar, um lugar onde Lucas não estava em coma, eu não estava tão angustiada como estou agora, um lugar onde eu podia dizer que o amava-o, sim eu o amava ou melhor amo, amo com todas as minhas forças.

- Onde está meu filho? Eu quero ver meu filho - olhei para trás por avistar meus pais e de Lucas, e meu irmão.

Logo se podia ver que Márcia está muito preocupada com seu filho, quem não estaria né.

- Calma senhora, a senhora não pode entrar aqui ele está na UTI, não pode receber visitas agora - a enfermeira barrou a entrada dela, eu já tinha tentado entrar lá, só que uma parede de músculos me tirou de lá, nada legal.

- Você sabe quem eu sou? - ela disse com a mão na cintura, nem eu entendi essa.

- Não sei e não quero saber - disse a enfermeira com desdém na voz.

- Então vamos ver se sabe agora, qual o nome do hospital fofa? - perguntou arqueando a sobrancelha.

O nome era hospital lancaster. Opa. O pai dele era o dono do hospital Lancaster.

Como eu não me liguei antes, o mesmo sobrenome, estou me sentindo uma idiota agora.

- Hospital Lancaster - revirou os olhos como se fosse a coisa mais óbvia do mundo - e o que isso tem a ver com você?

- Vou te falar meu nome agora, Márcia Ferraz Lancaster - disse seu nome bem devagar, observei o rosto da enfermeira ficar branco.

- V-você e a senhora Lancaster? Esposa do dono dos maiores hospitais da América? - perguntou com a voz trêmula.

- Ual que menina inteligente, parabéns. Agora só vou te dizer uma coisa, sai da minha frente se não quer ser demitida desse hospital - disse Márcia e logo ela saiu.

- Quem vai querer ir comigo? - perguntou ela voltando sua atenção para nós que só observavamos.

- Eu - disse mais rápido que todos.

- Vão vocês duas, não será bom ir muita gente lá dentro - disse o senhor Lancaster.

- Então vamos Liv - disse ela com um sorriso reconfortante - qual o número do quarto? - perguntou em direção a enfermeira.

- 1-1-3-34 - era possível ver que ela estava com medo de ser despedida.

- Okay 134, vamos? - perguntou.

Sorri em resposta é fui em sua direção. Fomos pelo corredor e logo chegamos no quarto indicado pela enfermeira.

Entramos e pude ver como ele estava pálido, uma perna estava com gesso,ele estava com uma máscara de ar, o aparelho de batimentos cardíacas. O som do soro pingando era algo que dava medo, sentia um vazio no peito.

Cheguei mais perto e fiquei ao seu lado o observando, eu não conseguia me mexer, eu estava paralisada. Passei minha mão em seu rosto suavemente, e senti um lágrima sair de meus olhos e chegar a bochecha.

Doía ver ele nesse estado e como doía, eu nunca pensei que o veria nesse estado. Doía saber que ele estava em coma e não saber quando ele iria acordar.. e se acordar.. não eu não posso pensar isso - meu subconsciente me informava.

- Não gosto de ver ele assim - disse Márcia do outro lado da cama segurando a mão dele.

- Ninguém gosta - ssusurei, estava sem forças até para falar.

- Filha eu sei como você gosta do meu filho - disse e a olhei espantada - eu percebi o jeito que vocês se olham quando estava em minha casa, eu queria te entregar uma coisa - disse e eu a olhei confusa, ela mexeu em sua bolsa e tirou de lá uma caixinha de veludo.

- O que é isso? - perguntei confusa.

- Isso é seu - me entregou a caixinha, abri e vi que era um anel, um anel não muito extravagante, era muito lindo - ele comprou para você antes de vir pra cá, só que acabou esquecendo.

- Porque ele comprou pra mim? - perguntei

- Ele te ama minha filha, eu havia conversado com ele, ele havia me dito que iria te pedir em namoro - essas palavras ecoaram em minha mente, ele iria me pedir em namoro.

Me abaixei pra ficar na altura do rosto de Lucas e dei um beijo em sua bochecha.

- Eu também te amo- sussurrei em seu ouvido e vi que Márcia estava sorrindo.

Do nada os aparelhos começaram a apitar forte demais, várias luzes piscavam e isso está me assustando muito.

- O que esta acontecendo? - perguntei já desesperada.

- Eu vou chamar o médico - disse também desesperada e correu para fora do quarto.

- Por favor Lucas não me deixe, por favor eu preciso de você - dizia chorando desesperada em ao menos pensar em o perder.

- SAIAM DA FRENTE, os batimentos cardíacos estão alterados - disse o médico e várias pessoas entraram junto.

- Senhor temos que agir rápido - uma enfermeira disse.

- Sim, temos que tentar descarregar em 200 - disse o médico pegando algo e passando um no outro - SE AFASTEM - disse e colocou no corpo de Lucas dando um choque o fazendo dar um pulo.

- Não adiantou doutor coloque em 300 - a enfermeira dizia.

Ele carregou de novo e o pavor me consumia.

-SE AFASTEM - pediu e fez o mesmo procedimento.

- Não está dando certo Rosa, era o que eu temia - disse doutor.

Não Sou Perfeitaحيث تعيش القصص. اكتشف الآن