Ponto 02 - Graciosa Desordem II

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Jamalist sentou ao lado de Gilbran e uma criada Rodurean apareceu e encheu a taça do líder da guilda com Vinho Azul.

- Iguarias de Rodurantins – disse a Senhora Megan Gray limpando os lábios após provar um dos pratos que estavam disposto a sua frente. – São coisas raras em Hon.

- Fico feliz que esteja apreciando minha Senhora – disse Gilbran sorridente.

- Eu também adorei – disse o mais novo dos dois garotos, ele ficou em pé sobre a cadeira, parecia alegre. – É uma delícia.

- Se comporte Adam – disse a mulher. – Nada de estardalhaço durante o almoço.

- Está bem mama.

Os olhos castanhos de Megan Gray se voltaram para Sutura e Demetorios.

- Creio que sejam os nossos guias.

- Correto minha senhora – disse Demetorios fazendo uma reverencia, Sutura fez o mesmo.

- Contamos com vocês – Megan sorriu de maneira gentil, seus olhos fixos na garota cheia de costuras pelo corpo.

- Está tudo pronto para partirem – disse Jamalist após beber um gole de vinho azul. – Aconselho a partir o quanto antes, essa viagem não será fácil, e tenho certeza que notícias já devem estar circulando por ai sobre o seu grupo senhora Gray.

- Você tem razão meu amigo Ovazir – disse Gilbran, em seguida se virou para Megan. Sutura achou que todo o espaço ao redor iria se mover com ele por conta do tamanho daquele Rodurean, mas felizmente tudo continuou no lugar. – Fico feliz por revê-la minha amiga, mesmo nessa situação complicada.

- Você sempre foi amigo da minha família Ovazir Gilbran, agradeço toda a ajuda que está nos prestando nesse momento.

- É o mínimo que eu poderia fazer.

- Não queria tê-lo envolvido nessas disputas de um reino distante do seu.

- Minha rota de comercio é ligada com Hon, então tenho interesses nisso, não só pela amizade – deu um sorriso gorduroso.

- É gentil procurando outros motivos para nos ajudar com essa peculiaridade – os dois sorriam, estava claro que ali existia muitos interesses em jogo, Sutura notava como aqueles dois pareciam jogar um tipo de jogo político cheio de estratégias ocultas. – Entretanto, a Casa Gray agradece, a rota de comercio será restabelecida quando a assembleia em Psalms terminar e voltarmos para Hon e reestabelecermos a ordem em Lagoa de Prata.

Sutura revirou os olhos, já estava entediada com todo aquele falatório. Deu as costas a mesa e foi para fora da estalagem. Ali na rua pavimentada com pedras brancas e perfeitamente alinhadas, carroças e alguns servos as carregavam com caixas. Haviam também Mameluks que serviam a Gilbran. A garota retalhos supôs que aquilo eram os comboios que a família Gray usaria na viagem a Psalms.

Circulou uma das carroças que seriam puxadas pelos Rinoteros, um quadrupede com uma cabeça cheia de chifres, tinham o tamanho de um cavalo e uma grande força, seu corpo era revestido por camadas grossas de couro que pareciam placas de metal.

A garota notou que havia um material especial revestindo as carroças, certamente para poder cruzar o deserto de pó de ferro.

Ficou ali fitando o vazio e pensando em como atravessariam em seguida o mar de areia.

- Não é educado dar as costas a uma Senhora nobre sem a sua permissão – disse uma voz com tom masculino as costa de Sutura.

A garota se virou rapidamente e deu de cara com o guarda de rosto bonito que havia sorrido para ela. Percebeu que algumas mulheres que ali passavam ficaram olhando para ele e cochichando uma com a outra. Ele olhou para elas e acenou, as mulheres acenaram de volta com um grande sorriso e seguiram seu caminho.

A garota retalhos revirou os olhos.

- Não estou nem ai para o que deve e o que não se deve fazer – disse dando as costas e continuou a olhar as carroças.

- Damas não deveriam ser tão rudes – ele a seguiu.

- Em que momento eu pareci uma Dama? – ela se voltou para ele com as mãos na cintura.

- Todas as mulheres são Damas.

Sutura respirou fundo e continuou andando.

- Você é algum tipo de auditora de carroças? – disse o guarda com um sorriso presunçoso.

- E você algum tipo de ser nascido apenas para me irritar?

O sorriso dele ficou maior.

- Talvez.

- O que você quer de mim? – ela o encarou cruzando os braços. – Já que não para de me seguir.

- Saber se posso confiar em você.

- Não existe pessoas confiáveis nesse mundo. Todos tem objetivos próprios e te trairão quando menos esperar, ou seja, eu não sou confiável.

Ele riu.

- Qual é a graça?

- Não creio que todos sejam traidores.

- E o que você sabe? É só um guardinha.

Ela se afastou dele, indo para longe das carroças, seguindo em direção ao portão de entrada de Sutuntaw, indo diretamente aos estábulos onde Arky descansava.

Se aproximou da baia onde a Gorak estava dormindo, entrou e se agachou perto da cabeça da ave e fez carinho nas penas.

- É uma bela Gorak – disse o guarda que a seguiu, a garota trincou os dentes.

- Você está me irritando, pare de me seguir.

- Eu ainda estou curioso sobre você, e agora estou mais inda. Acredito que essa Gorak seja sua.

A garota não falou nada, Arky abriu um olho e em seguida levantou a cabeça emplumada.

- São raros aqueles que conseguem domar uma Gorak – disse ele dando um passo ao lado de Sutura.

Arky ficou em pé e grasnou, seu corpo alongado com quatro patas e garras afiadas se sacudiu. O homem deu um passo para traz.

- Acho que sua ave não gostou muito de mim – ele levantou as palmas das mãos para cima.

- Arky sempre foi assim, qualquer pessoa estranha a deixa irritada – Sutura continuou acariciando a ave. – Está tudo bem Arky eu deixo você devorar ele depois – ela olhou com o canto do olho para o ele e sorriu ao ver a expressão confusa em seu rosto. – Estou brincando – disse por fim saindo e fechando a baia, a Gorak voltou a se aninhar na palha, colocando a cabeça entre as patas dianteiras que possuíam longas penas.

Saiu dos estábulos e foi apressadamente em direção ao porto, mais precisamente até a pousada. Então quando chegou lá parou de súbito, o homem que a seguia quase se chocou com ela. Sutura se virou olhando muito sério dentro dos belos olhos castanhos dourados.

- Para de me seguir, está sendo irritante demais.

Ele voltou a sorrir.

- Eu já lhe...

- Não quero saber de desculpas – ela o cortou. – Vamos viajar juntos no mesmo grupo de Hoens estúpidos – colocou um dedo no peito dele. – Pare de me amolar.

Lhe deu as costa, fluiu Eyn Sofh   pelo corpo e pulou em cima do teto de uma carruagem que ali passava e então se impulsionou para cima do telhado da hospedaria.


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Quase perco a vontade de passar esse capitulo do rascunho pro note, tantas coisas pra estudar e outras coisas pra fazer que andam me deixando cansado.  Mas enfim, votem e comentem caso tenham lido, não custa nada dizer o que esta achando da história, é gratificante saber o que os leitores pensam.


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