Jamalist sentou ao lado de Gilbran e uma criada Rodurean apareceu e encheu a taça do líder da guilda com Vinho Azul.
- Iguarias de Rodurantins – disse a Senhora Megan Gray limpando os lábios após provar um dos pratos que estavam disposto a sua frente. – São coisas raras em Hon.
- Fico feliz que esteja apreciando minha Senhora – disse Gilbran sorridente.
- Eu também adorei – disse o mais novo dos dois garotos, ele ficou em pé sobre a cadeira, parecia alegre. – É uma delícia.
- Se comporte Adam – disse a mulher. – Nada de estardalhaço durante o almoço.
- Está bem mama.
Os olhos castanhos de Megan Gray se voltaram para Sutura e Demetorios.
- Creio que sejam os nossos guias.
- Correto minha senhora – disse Demetorios fazendo uma reverencia, Sutura fez o mesmo.
- Contamos com vocês – Megan sorriu de maneira gentil, seus olhos fixos na garota cheia de costuras pelo corpo.
- Está tudo pronto para partirem – disse Jamalist após beber um gole de vinho azul. – Aconselho a partir o quanto antes, essa viagem não será fácil, e tenho certeza que notícias já devem estar circulando por ai sobre o seu grupo senhora Gray.
- Você tem razão meu amigo Ovazir – disse Gilbran, em seguida se virou para Megan. Sutura achou que todo o espaço ao redor iria se mover com ele por conta do tamanho daquele Rodurean, mas felizmente tudo continuou no lugar. – Fico feliz por revê-la minha amiga, mesmo nessa situação complicada.
- Você sempre foi amigo da minha família Ovazir Gilbran, agradeço toda a ajuda que está nos prestando nesse momento.
- É o mínimo que eu poderia fazer.
- Não queria tê-lo envolvido nessas disputas de um reino distante do seu.
- Minha rota de comercio é ligada com Hon, então tenho interesses nisso, não só pela amizade – deu um sorriso gorduroso.
- É gentil procurando outros motivos para nos ajudar com essa peculiaridade – os dois sorriam, estava claro que ali existia muitos interesses em jogo, Sutura notava como aqueles dois pareciam jogar um tipo de jogo político cheio de estratégias ocultas. – Entretanto, a Casa Gray agradece, a rota de comercio será restabelecida quando a assembleia em Psalms terminar e voltarmos para Hon e reestabelecermos a ordem em Lagoa de Prata.
Sutura revirou os olhos, já estava entediada com todo aquele falatório. Deu as costas a mesa e foi para fora da estalagem. Ali na rua pavimentada com pedras brancas e perfeitamente alinhadas, carroças e alguns servos as carregavam com caixas. Haviam também Mameluks que serviam a Gilbran. A garota retalhos supôs que aquilo eram os comboios que a família Gray usaria na viagem a Psalms.
Circulou uma das carroças que seriam puxadas pelos Rinoteros, um quadrupede com uma cabeça cheia de chifres, tinham o tamanho de um cavalo e uma grande força, seu corpo era revestido por camadas grossas de couro que pareciam placas de metal.
A garota notou que havia um material especial revestindo as carroças, certamente para poder cruzar o deserto de pó de ferro.
Ficou ali fitando o vazio e pensando em como atravessariam em seguida o mar de areia.
- Não é educado dar as costas a uma Senhora nobre sem a sua permissão – disse uma voz com tom masculino as costa de Sutura.
A garota se virou rapidamente e deu de cara com o guarda de rosto bonito que havia sorrido para ela. Percebeu que algumas mulheres que ali passavam ficaram olhando para ele e cochichando uma com a outra. Ele olhou para elas e acenou, as mulheres acenaram de volta com um grande sorriso e seguiram seu caminho.
A garota retalhos revirou os olhos.
- Não estou nem ai para o que deve e o que não se deve fazer – disse dando as costas e continuou a olhar as carroças.
- Damas não deveriam ser tão rudes – ele a seguiu.
- Em que momento eu pareci uma Dama? – ela se voltou para ele com as mãos na cintura.
- Todas as mulheres são Damas.
Sutura respirou fundo e continuou andando.
- Você é algum tipo de auditora de carroças? – disse o guarda com um sorriso presunçoso.
- E você algum tipo de ser nascido apenas para me irritar?
O sorriso dele ficou maior.
- Talvez.
- O que você quer de mim? – ela o encarou cruzando os braços. – Já que não para de me seguir.
- Saber se posso confiar em você.
- Não existe pessoas confiáveis nesse mundo. Todos tem objetivos próprios e te trairão quando menos esperar, ou seja, eu não sou confiável.
Ele riu.
- Qual é a graça?
- Não creio que todos sejam traidores.
- E o que você sabe? É só um guardinha.
Ela se afastou dele, indo para longe das carroças, seguindo em direção ao portão de entrada de Sutuntaw, indo diretamente aos estábulos onde Arky descansava.
Se aproximou da baia onde a Gorak estava dormindo, entrou e se agachou perto da cabeça da ave e fez carinho nas penas.
- É uma bela Gorak – disse o guarda que a seguiu, a garota trincou os dentes.
- Você está me irritando, pare de me seguir.
- Eu ainda estou curioso sobre você, e agora estou mais inda. Acredito que essa Gorak seja sua.
A garota não falou nada, Arky abriu um olho e em seguida levantou a cabeça emplumada.
- São raros aqueles que conseguem domar uma Gorak – disse ele dando um passo ao lado de Sutura.
Arky ficou em pé e grasnou, seu corpo alongado com quatro patas e garras afiadas se sacudiu. O homem deu um passo para traz.
- Acho que sua ave não gostou muito de mim – ele levantou as palmas das mãos para cima.
- Arky sempre foi assim, qualquer pessoa estranha a deixa irritada – Sutura continuou acariciando a ave. – Está tudo bem Arky eu deixo você devorar ele depois – ela olhou com o canto do olho para o ele e sorriu ao ver a expressão confusa em seu rosto. – Estou brincando – disse por fim saindo e fechando a baia, a Gorak voltou a se aninhar na palha, colocando a cabeça entre as patas dianteiras que possuíam longas penas.
Saiu dos estábulos e foi apressadamente em direção ao porto, mais precisamente até a pousada. Então quando chegou lá parou de súbito, o homem que a seguia quase se chocou com ela. Sutura se virou olhando muito sério dentro dos belos olhos castanhos dourados.
- Para de me seguir, está sendo irritante demais.
Ele voltou a sorrir.
- Eu já lhe...
- Não quero saber de desculpas – ela o cortou. – Vamos viajar juntos no mesmo grupo de Hoens estúpidos – colocou um dedo no peito dele. – Pare de me amolar.
Lhe deu as costa, fluiu Eyn Sofh pelo corpo e pulou em cima do teto de uma carruagem que ali passava e então se impulsionou para cima do telhado da hospedaria.
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Quase perco a vontade de passar esse capitulo do rascunho pro note, tantas coisas pra estudar e outras coisas pra fazer que andam me deixando cansado. Mas enfim, votem e comentem caso tenham lido, não custa nada dizer o que esta achando da história, é gratificante saber o que os leitores pensam.
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O Ovo da Fada Negra (Completo)
FantasySutura possui o corpo todo cheio de costuras e vive a vida de uma caçadora que possui lembranças de apenas quatro anos atras. Enquanto Norami recebe o titulo de Fada Negra e a missão de chegar ao Precipício dos Derrotados, e impedir que uma calam...