Capítulo Especial: All I Want (João Paulo e Lucas)

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O vento balançava os galho secos das arvores, o céu turvo deixava que a pouca iluminação adentra-se o interior do quarto. Havia uma pequena e fina camada de gelo sobre as ruas naquela manha e enquanto eu observava pela janela as crianças brincarem em meio a tão pouca neve ele dormia.

Seu rosto não estava mais marcado pelas queimaduras há dois anos, ele não era mais o mesmo de antes – não que ele tenha mudado completamente – sua aparecia era outra. Mas ele ainda continuava o mesmo cara que eu conheci. Mas por ironia do destino ou por minha sorte eu o encontrei. Logo eu que não queria amar ninguém, que não acreditava em amor, mas lá estava ele dormindo na cama. A prova viva de que eu poderia amar e que eu o amava, independente de suas decisões.

Eu definitivamente não queria ser incomodado por ninguém então nada mais justo que me afastar da agitada cidade de River Spring. A floresta que rodeava a casa de passeio dos meus pais ficava situada ao norte da tão conhecida Avenida 317 que da acesso ao colégio Sigma. Naquela manhã eu havia acordado cedo e fazia minha caminhada matinal perto do lago que fica dentro da propriedade – sempre gostei de ver o nascer do sol – quando avisto ao longe uma fumaça que e emaranhava no céu turvo daquela manha.

Olho por alguns instantes e decido olhar o que poderia ter causado aquele fumacê todo. Sigo por uma das varias trilhas que levam ate a encosta da avenida e nos limites da cidade. Não preciso me aproximar tanto e vejo um Logan preto em chamas a beira da estrada, corro para tentar ajudar quem estivesse dirigindo, mas uma voz baixa e quase e força pedia socorro quase sem forças não muito longe dali.

Parei por alguns instantes. Olhei para o carro e ouvi mais uma vez o pedido e depois o silencio. As labaredas de fogo eram os únicos ruídos naquele lugar. Uma duvida cruel me fazia pensar para onde eu deveria e algo mais forte que eu, uma sensação talvez me fez seguir em direção ao pedido de socorro, foi então que encontrei o corpo de um garoto estirado no chão, ele estava com queimaduras de terceiro grau, suas roupas estavam queimadas e sua respiração estava lenta. O segurei com cuidado e ele me olhou com os olhos entre abertos, quase sem vida.

- Me... Me... Ajude-me... – disse ele sem força.

- Esta tudo bem. Só tinha você no carro?

Ele deu um meneio de cabeça e então peguei o meu celular e quando comecei a discar para o socorro ele tenta segurar a tela do meu celular, mas quase sem forças a sua mão cai desfalecida no chão, seus olhos me diziam que eu não deveria chamar ninguém eles quase me implorava. Por alguma razão eu iria fazer o que ele queria – definitivamente eu não estava me entendendo – eu deveria chamar uma ambulância, mas não o fiz. Peguei meu celular e apertei o numero três da discagem rápida. Ele me olhou aflito e eu o acalmei. O telefone chamou três vezes ate que uma voz grossa e educada atendeu.

- Casa dos Sigma.

- Alfredo, sou eu. Lucas.

- Sim, senhor.

- Preciso que venha me pegar e me traga algumas coisas. Imediatamente. Pegue o que for, mas chegue aqui em cinco minutos.

- Como queira senhor.

Ele desligou o telefone. Olhei para o garoto que eu mal conhecia que parecia sentir muita dor.

- Você vai ficar bem eu prometo.

Alguns minutos depois, um helicóptero sobrevoou a área da propriedade dos Sigma. Com ajuda de Alfredo e do piloto coloquei o garoto no helicóptero e o levei para a minha casa. O medico da família já estava em minha casa quando chegamos, o desconhecido fora atendido e mantido sob minha proteção. A avaliação era que cerca de 75% do corpo dele havia sido queimado, deixando em carne viva que demorou mais de um mês para cicatrizar. Ele gritava de dor durante as noites e vivia dopado para não sentir dores e foi mantido em coma induzido por dois meses ate que estivesse aparentemente saudável.

De Repente Amor | Romance BLWhere stories live. Discover now