Capítulo 21 - Au Revoir

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24 HORAS ANTES - RAFAEL

Sara desceu para ter certeza se ela havia saído da minha casa então me sentei na cama e coloquei minhas mãos nos meus olhos e desabei. A luz do sol atravessava a janela de vidro, as nuvens ondulavam no céu azul e as lagrimas percorriam a extensão do meu rosto indo em direção ao chão. Meu peito estava apertado, desde que voltamos a aquela maldita escola tudo estava dando errado para nós dois.

Mais uma vez eu sentia o vazio, mais uma vez eu estava sozinho e mais do que nuca eu tinha certeza de que amava Adam mais do que qualquer outra coisa na vida e a sensação de não tê-lo mais me aterrorizava então a campainha da casa tocou, enxuguei minhas lagrimas e desci as escadas e quem estava parado na entrada da minha casa era quem menos eu queria ver naquele momento.

João Paulo.

Desci e o olhei então minhas mãos se fecharam prendendo minha respiração controlando o impulso de batê-lo por ter beijado meu namorado, então ele falou:

- Precisamos conversar.

- Sobre o que eu falaria com você?

- Adam. Acho eu não quer perde-lo ou quer?

Fiquei em silêncio.

- Era o que eu pensava. – então ele se virou e me olhou – Você vem?

Então o segui porta a fora e caminhamos pelo jardim ate entrarmos em uma área mais afastada da casa, onde havia um pequeno morro gramado e de lá se podia ver o lago que percorria a alguns metros da li. Ele se sentou e respirou fundo.

- Que vista linda não acha?

- Não vim falar sobre isso, João. – retruquei e comecei a dar meia volta.

- Acho que você se esqueceu de que Adam sempre foi como este lago, quieto e tranquilo e bonito, mas o que quere dizer é que nunca foi minha intenção acabar com o relacionamento de vocês.

- E porque eu deveria acreditar no cara que estava beijando meu namorado.

- Essa é a questão. Eu não sabia que ele estava com você, apesar do que aconteceu eu não pensei que estivessem juntos eu preferia acreditar que era só amigos como ele me dissera ano passado, mas...

- Mas?

- Ele te escolheu por algum motivo e não seja pretensioso em dizer que você o escolheu, porque nós é que somos sortudos por ele estar em nossas vidas. Nunca conhecera alguém como ele. Jamais. E eu tenho que aceitar isso...

Sentei-me na grama e olhei para o horizonte em silencio. Ele pegou uma pedra e a lançou longe chegando próximo à margem do lago.

- E ele sempre tem um bom motivo para estar conosco, apesar de ser frágil ele acaba nos ensinando mais do que nos a ele. E o mais importante: ele nos ama do jeito dele.

- Nos ama?

- Sim, não que ele me ame do jeito que ele te ama, não aprendeu que existem formas de amar? Ele me ama, mas não para sermos mais do que amigos, porque ele não me ver com aquele brilho no olhar como ele te vê.

- Então você o ama e vai deixa-lo ficar comigo?

- Vou, pois quero a felicidade dele mesmo que eu tenha que desistir da minha. Isso é amor de verdade Rafael.

Ele olhou para o céu e deitou-se na grama colocando os braços atrás de sua cabeça.

- Mas você o beijou.

- Beijei porque Lisa me disse que ele estava solteiro e que era uma ótima oportunidade para mim reatar com ele.

- Lisa? – falei surpreso.

- Sim, por quê? – falou ele confuso.

- Porque ela me levou ate enfermaria e Adam nos pegou hoje na cama juntos.

- O que?

Ele se levantou e eu fiz o mesmo, ele segurou minha camisa me levantando do chão.

- Como você pode? Você fez isso com ele? E eu aqui tentando... – ele levantou os punhos em direção ao meu rosto.

- Deixe-me explicar, por favor.

- Não venha com essa. Estou mais forte que você agora e nem tente nenhum gracinha seu merda! – suas mãos segurou meu pescoço me sufocando.

- Ela se... Aproveitou... De mim... Eu... Estava... bêbado.

Ele me largou e eu cai no chão.

- Aquela vadia! Ela esta nos usando!

- Preciso falar com Adam.

Pego meu celular e mando uma mensagem, dizendo exatamente tudo o que João Paulo havia me dito e enviei na esperança que tudo se resolve-se o mais rápido possível.

17:45 - AEROPORTO DE RIVER SPRING

O laranja tingia o céu azul, as nuvens continuavam sua dança silenciosa enquanto os últimos raios de sol tentavam ultrapassar a linha do horizonte. A brisa levantava levemente meu cabelo e balançava os galhos das arvores em uma valsa de dois passos.

Eu já havia lido e relido varias vezes a mensagem de Rafael, mas agora as coisas tinham se complicado. Não era mais simples resolver tudo aquilo. Desliguei o celular e o coloquei no bolso quando ouvimos uma voz nos alto falantes.

“Voo 445 com destino a Paris embarque no portão dois”

“Voo 445 com destino a Paris embarque no portão dois”

Jane e eu seguimos apara o portão de embarque quando ouço alguém me gritar.

- Adam! Adam!

Olho para trás e vejo Gutho correndo em minha direção, fico inerte ao vê-lo ali enquanto ele me abraça forte.

- Que bom que cheguei a tempo.

- O que você faz aqui?

- vim desejar boa viagem e perguntar... – ele sorriu – É verdade o que me mandou na mensagem?

Fico vermelho e confirmo com um meneio de cabeça. Então ele se aproxima do meu rosto, posso sentir seu halito quente enquanto sua mão direita toca meu rosto e a esquerda segura minha cintura e me beija, então entregue aquele momento passo minhas mãos em seu ombro e retribuo o beijo. Então ele me solta e me da um largo sorriso.

- Eu também amo você.

De Repente Amor | Romance BLWhere stories live. Discover now