S E G U N D O

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Amanda se perguntou se Lauren estaria acordada uma hora daquelas. Eram 7h30m da manhã e estava exausta pela viagem. Usava óculos escuros para esconder os olhos sonolentos e olhava para os portões de Homeland receosa. Havia uma pequena orla de protestantes e ficou imaginando como iria falar com um NE para que pudesse entrar.

— Senhorita, está bem? — perguntou o motorista do táxi que pegara ao sair da rodoviária.

— Sim — respondeu e acabou bocejando. — Desculpe. — Corou.

O motorista abriu um sorriso amigável.

— Sem problemas, doçura. Dá para perceber que está cansada.

— Longa viagem — disse sem graça. Bocejou novamente. — Cristo! Preciso urgentemente dormir.

Resistindo a compulsão de pedir para o taxista levá-la para seu apartamento, Amanda pegou cinquenta dólares e estendeu para ele — Obrigada pela corrida. Fico por aqui mesmo.

— Certo. Vou pegar suas malas.

— Obrigada.

Amanda saiu do carro para observar o motorista por suas duas malas de rodinhas no chão e estender sua maleta cor de rosa com seus pertences de intimidade pessoal. Ela pegou a maletinha e enganchou em um braço, depois pegou as malas maiores e puxou as alças de metal de ambas, circundando cada mão em uma.

— Tenha um bom dia, senhorita — desejou o motorista.

— Você também — Sorriu. O taxista piscou um olho e entrou no carro. Amanda não o olhava mais quando ele sumiu de vista.

Bem, é agora.

Aproveitando que os protestantes tinham se espalhado, atravessou a rua com suas malas e parou em frente aos portões com enormes muros. Fez uma careta quando viu alguns Novas Espécies no portão olharem para ela ameaçadoramente.

Posicionou-se perto do interfone e apertou o botão azul e esperou que alguém a atendesse.

— O que você quer fêmea? — uma voz profunda perguntou de forma abafada pelo auricular.

— Eu sou Amanda McMillan e estou aqui para ver Lauren e Wrath. Ela pediu para que eu viesse.

— Amanda? — a voz soou surpresa. Mandy então reconheceu a voz.

— Shadow? — falou animada. — Olá!

— Hey, querida. Já vou abrir — ele disse rapidamente. Amanda ouviu sua voz ordenar que abrissem os portões e remexeu as pernas ansiosa.

Alguns minutos depois ela viu a forma enorme de Shadow de braços cruzados a esperando. Ao lado dele havia outros dois NE fardados que não reconheceu. Ignorando os dois, soltou um grito feliz. Arrastou as malas para dentro, largou-as de qualquer jeito e se jogou nos braços do macho que a pegou de imediato.

— Shadow! — gritou feliz — Caramba, que saudades.

Shadow a apertou contra ele e ela quase derreteu. Não era todo dia que era abraçada por um par de braços musculosos.

— É você mesmo, Amanda? — perguntou Shadow meio incerto, ao soltar-se dele. Seus olhos azuis a analisavam num misto de incredulidade e receio e ela viu seu nariz se alargar como se a cheirasse.

— Claro que sim — exclamou. — Não estou tão diferente, estou?

Retirando os óculos de sol, ela deu dois passos para trás e deu uma voltinha. Quando encarou Shadow ele sorria abertamente.

— Você mudou sim. Cortou e pintou o cabelo e... — inclinou a cabeça. — Está mais magra. Está muito bonita, Amanda.

O peito dela se aqueceu com o elogio. Sabia perfeitamente que o macho estava acasalado, tinha até conhecido Bela em uma ocasião, mas não podia deixar de negar o quão bem seu comentário lhe fez.

Flame - Novas Espécies - Livro IWhere stories live. Discover now