Q U I N T O

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— Por que você precisa permanecer aqui? Eu pensei que Slash iria cuidar da minha guarda, não você — Amanda reclamou ao olhar irritada para o enorme felino em sua sala de estar.

— Estou mudando com ele. Vou ficar com você — respondeu Flame, enfiando as mãos nos bolsos da calça escura que ele usava.

— Sinto muito, Romeu, mas isso não vai acontecer — sibilou Amanda.

Flame olhou-a meio irritado. — Meu nome não é Romeu. Quem é esse?

— Romeu e Julieta, Flame. Peça de Shakespeare. Isso te lembra de algo? — perguntou Amanda exasperada.

— Não — respondeu Flame confuso. — Deveria?

Ela balançou a cabeça.

— Esqueça. Não estou com paciência para explicar. Agora, você já me deixou em casa e Fury já me devolveu meu kit de insulina. Poderia dar o fora daqui, por gentileza?

— Não! — Negou. — Quero que me mostre como você se dá injeções.

— Não vou fazer isso — Amanda respondeu seriamente.

— Então não sairei daqui — respondeu Flame, jogando-se no sofá de couro preto.

Amanda observou boquiaberta o Nova Espécie se aconchegar nas almofadas. Uma onda de fúria a envolveu e ela lutou contra o desejo de atirar um prato na cabeça do idiota.

Ela também estava atordoada. Quando ela vira Flame no Centro Médico semidespido com todas suas linhas duras, músculos definidos e cabelo desgrenhado, o pequeno interruptor em sua mente havia piscado vermelho e continuado até o momento em que ele pusera uma camisa. Ela tinha que admitir estar meio grata pela constante raiva que sentia. Senão fosse por ela provavelmente estaria muito ocupada raspando as unhas no abdômen marrom-dourado de Flame.

Manter os olhos erguidos havia sido tão difícil.

Após a mórbida conversa entre ela e os Novas Espécies sobre sua condição, Fury a levara para seu escritório e devolvido sua maleta com o kit de insulina. Naqueles minutos que estivera ali, Flame havia desaparecido e voltado com uma camisa azul escura que ficava um sonho contra o corpo dele.

E agora ele estava deitado no seu sofá como uma gloriosa escultura, tirando seu foco e quase quebrando sua imagem de durona. Amanda podia muito bem arrancar fio por fio de seu cabelo por fazê-la perceber seu corpo.

Ela não queria desejá-lo, ela queria sua cabeça em uma bandeja de prata.

E por estar se sentindo tão má, Amanda abriu um sorriso deslumbrante e tirou sua regata pela cabeça. Os olhos de Flame saltaram e seu queixo caiu.

— O que você está fazendo? — rosnou ele, apertando as mãos no sofá ao olhar abertamente para sua parte de cima coberta apenas pelo sutiã lilás.

— Você quer saber como me medico. Bem, para começo de conversa eu faço quando estou nua. — Os olhos dele encontraram os dela. — Mas como eu não vou ficar pelada na sua frente acredito que tirar só a camisa basta.

— Amanda... — disse tenso. Ela o ignorou, virando para entrar na cozinha. O som pesado de seus passos a fez sorrir sinistramente.

Ela colocou a maleta em cima da ilha. Por um momento ela se esqueceu de Flame e focou lavar as mãos. Ao terminar, secou-as e se preparou para medir o nível de glicose. Cortou a ponta do dedo e esperou o medidor analisar seu sangue. O resultado a fez fazer careta. Olhando Flame de relance, ela se aproximou dele e mostrou os números no pequeno aparelho.

Flame - Novas Espécies - Livro IWhere stories live. Discover now