15. Marcas e perseguições

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─ Não acredito! ─ Duda indaga nervosa, na sala de aula vazia de manhã, após eu contar a ela sobre o caso de ontem. ─ Mas essa garota é muito vadia mesmo.

─ Às vezes ele nem deve ter contado a ela sobre mim. A culpa não é só dela. ─ Dou de ombros. ─ Eu sinceramente não me importo, estou me sentindo muito melhor sozinha do que quando estávamos juntos.

─ Amiga, você acha mesmo que esse traste não contou sobre você para ela? Ele sabia que essa garota fazia de tudo para te destruir!

─ Eu sei... ─ Respondo.

Sabe, eu gostaria muito de contar a Duda exatamente tudo que aconteceu ontem, ela é minha melhor amiga, mas não sei se Leandro ficaria chateado comigo, afinal ainda temos aquele maldito acordo.

Sobre o novo affair do meu ex namorado, eu realmente estou pouco me importando.

Aquilo tudo que Leandro me contou ontem não saiu da minha cabeça, o que aconteceu de tão ruim depois que a mãe dele se casou novamente? Por que ele fica daquele jeito quando pergunto sobre seu passado? Qual foi o acordo que ele fez com o pai dele? E, no fim das contas, por que eu estou tão interessada em um cara tão misterioso? Por que diabos eu só me envolvo com caras difíceis?!

─ Rita? ─ Duda me chama a atenção. ─ Está pensando na vida de novo?

Exatamente, estou pensando na vida.

─ Er... Desculpa... ─ Digo. ─ Então... você estava precisando de ajuda com física, não é mesmo? ─ Disfarço. Duda começa a rir.

─ Essa é a Ritinha que eu conheço. ─ Ela diz sorridente. ─ E sim, estou precisando, fui super mal na prova de ontem. Preciso passar em física se eu quiser me formar, né?

─ Infelizmente sim. ─ Respondo entre risos, então tiro meu livro e caderno da mochila e começo a ajudá-la até a hora em que o professor e todos os alunos chegam e a aula começa.

Algumas horas depois, no final do intervalo, volto da biblioteca com Duda e seguimos pelos corredores até a sala de aula.

─ O que você pegou lá dessa vez? ─ Ela pergunta curiosa.

─ É a continuação daquele livro que eu estava lendo, estou muito ansiosa para saber o que vai acontecer. ─ Respondo empolgada.

─ Sabe, fiquei curiosa para lê-lo também, você pode me passar o nome? ─ Ela para ao lado de um bebedouro para encher sua garrafinha.

─ Você lendo um livro? Que bicho te mordeu? ─ Digo surpresa entre risos. ─ Bem, ele se chama...

─ Olha só, se não são as duas fracassadas! ─ Sofia e sua trupe nos surpreendem, nos abordando no final do corredor.

─ Olha só quem fala, sua piranha! ─ Duda responde.

─ Cala a boca que o papo hoje não é com você, é com a magrela ali. ─ Sofia aponta para mim.

─ O que você quer comigo, Sofia? ─ respondo revirando os olhos. Já não me bastava Felipe no meu pé, agora mais essa?

─ Nada importante, só vim mesmo te dar os parabéns, saiba que seu ex beija muito bem. ─ Ela diz provocativa, e suas amiguinhas começam a rir.

─ Está bem, é só isso? ─ Respondo indiferente. ─ Agora pode, por favor, deixar a gente passar?

─ Você devia é abrir esses olhos, sua horrorosa. Tinha que ver como seu namoradinho estava louco por mim, não é mesmo, meninas? ─ Ela diz e suas escravas concordam. ─ Eu não sei você, mas acho que deveria começar a ficar de olho nos seus boys enquanto eu estiver por perto, hein. Só acho.

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